Dicas da Lu: Drama
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domingo, 1 de setembro de 2019

SILÊNCIO DE GELO, DE RAGNAR JÓNASSON, PELA TOPSELLER

De regresso ao mundo dos livros, desta vez uma leitura de agosto de um policial nórdico, Silêncio de Gelo, de Ragnar Jónasson, uma edição da Topseller de Setembro de 2018.
Este livro é o 4º de uma série em que a personagem Ari Thor Arason, um jovem agente de polícia de Siglufjordur procura desvendar os casos que vão surgindo durante a quarentena da vila, devido a um vírus mortal.
Os livros que o precedem são: neve cega, noite cega e nuvem de cinzas.
Escolhi este livro para ler sem ter a noção de que se tratava de um livro de uma série, mas é possível efetuar esta leitura sem as precedentes uma vez que se trata de uma narrativa isolada, uma nova aventura, embora o personagem central seja o mesmo.
Apesar de tudo, acredito que será possível ter uma melhor percepção da evolução da personagem Ari Thor através da leitura da série.
Este livro transporta-nos para o norte da Islândia, junto ao círculo polar ártico, revestindo-se de interesse, dado que nos permite ter a noção de quão diferente é a natureza daquelas paragens, bem como o contexto e economia locais.
Sendo apreciadora de uma boa história de suspense com pistas, não poderia ter deixado de apreciar esta leitura uma vez que a cada página vamos juntando as peças de um puzzle, passando tudo a fazer sentido, tendo a história a capacidade de nos surpreender, o que é francamente positivo.
Fiquei mesmo muito curiosa para ler os outros livros da série.
Parece que os direitos televisivos da série já terão sido negociados.
Foi entretanto publicado um outro livro do autor, a Escuridão, que inicia uma nova série que também se passa nos fiordes isolados nas terras altas da Islândia, em que a personagem principal será a inspetora Hulda da polícia de Reiquavique (situada geograficamente mais a sul em relação à série anterior), que se encontra prestes a reformar-se.
A narrativa deste livro, Silêncio de Gelo, encontra-se desenvolvida ao longo de 282 páginas distribuídas ao longo de 50 capítulos, sendo que cada capítulo aborda na terceira pessoa e de forma alternada, o dia a dia de cada uma das personagens.
Com o avançar da narrativa é que vamos percebendo os pontos de contacto entre a história de cada personagem e os mistérios:
- o rapto do filho de Summa, companheira de Robert;
- o misterioso atropelamento de Snorri Ellertsson que endireitava a vida através da promessa de edição do seu album musical;
- Héddin, filho de um dos dois casais que nos anos 50 se mudaram um fiorde isolado, procura Ari Thor para investigar as circunstâncias em que a sua tia terá falecido;
- Emil um jovem bancário, iniciou a sua vida em comum com a namorada Bylgja, que se encontra grávida. Numa noite, inesperadamente, Bylgja  é agredida, ficando em coma e acabando por falecer muitos meses depois.
Ari Thor o jovem polícia, é auxiliado por Isrun, que é jornalista, na investigação destes casos, sendo-nos revelados em paralelo aspetos das suas vidas pessoais.
Uma leitura desafiante que nos faz virar cada página procurando mais pistas para o desvendar dos casos, sendo que o autor nos consegue surpreender com o caminho que a história toma e com as inesperadas ligações entre personagens.
Um livro sobre paternidade, perdas, abusos psicológicos, recomeços, mostrando-nos ainda alguns meandros de contornos políticos e sociais e as suas consequências nos comportamentos e vida das personagens.
Já leram outros livros deste autor?
Qual a vossa opinião?



ISBN: 9789898917256
Edição ou reimpressão: 06-2019
Editor: TopSeller
Idioma: Português
Dimensões: 150 x 230 x 20 mm
Encadernação: Capa mole
Páginas: 288
Tipo de Produto: Livro
Coleção: Dark Iceland
Classificação Temática: Livros em Português > Literatura > Policial e Thriller

SINOPSE:
Em 1955, dois jovens casais mudam-se para o fiorde desabitado e isolado de Hedinsfjördur, na Islândia. A sua estadia termina quando uma das mulheres morre de forma misteriosa. O caso nunca é resolvido. Cinquenta anos mais tarde, surge uma fotografia antiga que mostra que, afinal, os dois casais não se encontravam sozinhos no fiorde.
Em Siglufjördur, uma pequena cidade próxima, o jovem polícia Ari Thór tenta perceber o que realmente aconteceu naquela noite fatídica, após ter sido procurado por um familiar da vítima. Numa altura em que a cidade se encontra de quarentena devido a um vírus mortal, Ari conta apenas com a ajuda de Ísrún, uma jornalista de Reiquiavique, para desvendar o caso. Porém, Ísrún encontra-se também a investigar um outro caso sinistro, que envolve o rapto de um bebé e o atropelamento mortal do filho de um ex-político.
Conseguirão eles resolver dois casos que só encontram explicação num passado mergulhado no silêncio?



SOBRE O AUTOR:
Ragnar Jónasson nasceu na Islândia e é um autor bestseller internacional publicado em 21 línguas espalhadas por 30 países, com amplo sucesso junto da crítica e dos seus pares. Trabalhou em televisão e em rádio, inclusive como jornalista da Radiotelevisão Nacional da Islândia. Atualmente, trabalha como banqueiro de investimentos e é professor na Faculdade de Direito da Universidade de Reiquiavique.
Autor em ascensão na literatura policial internacional, Jónasson traduziu 14 livros de Agatha Christie para islandês e viu já vários dos seus contos serem publicados em revistas literárias alemãs, inglesas e islandesas.
Saiba mais sobre o autor em: www.ragnarjonasson.com

sábado, 31 de agosto de 2019

SEGREDOS DO PASSADO, DE DEBORAH SMITH, PELA PORTO EDITORA


Estes últimos tempos não me têm permitido ler, mas tenho muitas leituras que já fiz e que tenho que colocar em dia por aqui.
Desta vez deixo o registo da leitura de uma edição de Abril de 2011, da Porto Editora, da autora Deborah Smith, o seu segundo romance editado em Portugal, Segredos do Passado.
Tratou-se da minha primeira leitura desta autora, sendo que fiquei curiosa por outras obras uma vez que já terão sido editados em Portugal mais seis livros.
A narrativa encontra-se contada na primeira pessoa da personagem principal da história, Claire Mahoney e encontra-se dividida em duas partes ao longo de 425 páginas.
A primeira parte desenrola-se ao longo de 16 capítulos descrevendo a vivência de Claire dos seus 5 aos 10 anos de idade e a forma como uma menina irreverente (mas muito querida por um clã privilegiado económica e socialmente de uma pequena povoação Dunderry no estado da Georgia, fundada pelos seus antepassados irlandeses), começa a sentir uma grande afinidade e fascínio por um rapaz Roannie, 5 anos mais velho, que vivia em péssimas condições económicas e sociais. O pai de Ronnie, um ferido de guerra entrou num abismo psicológico, nunca lhe tendo proporcionado condições de crescimento adequadas.
Mas Ronnie, determinado e um verdadeiro sobrevivente, nunca abandonou os estudos, apesar de ser fortemente ostracizado e vítima de bullying por parte dos outros rapazes.
Claire sentida que a sua missão era auxiliar Ronnie apesar do receio que ao mesmo tempo este lhe incutia.
Um sentimento de mútua proteção.
Trata-se de uma história aparentemente simples mas dotada de contornos psicológicos densos, por isso muito interessante.
A determinada altura ocorreu um acontecimento particularmente trágico para Ronnie e Claire que determinou o afastamento forçado de Ronnie e que acaba por abrir uma ferida oculta entre Claire e os seus pais.
A 2ª parte desenrola-se ao longo de 21 capítulos onde encontramos a Claire já na casa dos 30 anos, jornalista bem sucedida e independente que ainda se sente intrigada pelo afastamento de Ronnie, procurando no seu íntimo ter notícias suas.
Circunstâncias adversas na vida de Claire aproximam-na dos pais, bem como de Ronnie que reaparece.
Mas a reaproximação a ambos não será fácil uma vez que existem muitas situações que carecem de resposta.
Apesar do desfecho da história poder parecer relativamente previsível, é a densidade emocional e psicológica que a torna muito interessante.
Uma história sobre diferenças , ostracização, oportunidades ou a falta de, respeito, confiança, família, amizade, perdas, crítica social, resiliência, laços e redenção.
Já leram?
Qual a vossa opinião?


ISBN: 978-972-0-04540-9
Edição ou reimpressão: 11-2018
Editor: Porto Editora
Idioma: Português
Dimensões: 152 x 235 x 28 mm
Encadernação: Capa mole
Páginas: 416
Tipo de Produto: Livro
Classificação Temática: Livros em Português > Literatura > Romance

SINOPSE:
Filha de uma respeitada família de Dunderry, na Georgia, Claire Maloney era uma menina caprichosa e mimada, mas isso não a impediu de travar amizade com Roan Sullivan, um rapaz feroz, órfão de mãe, que vivia numa caravana com o pai alcoólico.
Nunca ninguém conseguiu compreender o laço que unia as duas crianças rebeldes. Mas Roan e Claire pertenciam um ao outro… até à violenta tarde em que o terror tomou conta das suas vidas e Roan desapareceu.
Durante vinte anos, Claire procurou o rosto do seu amor de infância por entre a multidão. Durante vinte anos, esperou ansiosamente uma carta e sobressaltou-se a cada toque do telefone. No entanto, quando Roan surge novamente na sua vida, a alegria de Claire não é completa, pois ao contrário do que se afirma o tempo não apaga todas as feridas. Algumas permanecem ocultas, prestes a reabrir-se ao mais pequeno incidente. Que segredos do passado envenenam o presente e minam o futuro?
Pela consagrada autora de A Doçura da Chuva, um romance comovente e original que relata um amor inocente capaz de sobreviver a todas as adversidades.


SOBRE A AUTORA:
Deborah Smith é uma das autoras americanas mais lidas em todo o mundo: a sua obra já vendeu mais de três milhões de exemplares. Nomeada para diversos prémios importantes, como o RITA Award da Romance Writers of America e o Best Contemporary Fiction daRomance Reviews Today, foi distinguida com o Prémio de Carreira atribuído pela Romantic Times Magazine. No catálogo da Porto Editora figuram os seus romances A Doçura da Chuva,Segredos do Passado, O Café do Amor, Milagre, Doces Silêncios e Regresso a Casa, que obtiveram assinalável êxito junto dos leitores portugueses.

quinta-feira, 22 de agosto de 2019

A ÚNICA MULHER NA SALA, DE MARIE BENEDICT, PELA TOPSELLER

Mais um tempo passado à volta de um livro, desta vez a obra 'A única mulher na sala' de Marie Benedict, uma edição de Abril de 2019 pela Editora Topseller.
Trata-se de um romance biográfico ficcionado acerca da atriz e inventora Hedy Lamarr e da sua história de vida, que foi extraordinária, na época do auge dos tempos da ocupação europeia pelos Nazis e subsequente tragédia humanitária provocada pelo antisemitismo.
Este livro realça o contexto dos anos 30 do século passado em que a mulher era relegada para segundo plano, não se reconhecendo o seu papel na sociedade, em particular, se uma descoberta científica capaz de colocar os Aliados um passo à frente do inimigo fosse patenteada por uma mulher, não seria aceite de forma consensual.
Percebemos que a invenção de Hedy está na base do sistema de comunicações atual de wifi e celulares, sendo desconhecida da grande maioria das pessoas.
Contudo, esta invenção foi ignorada durante décadas e só em 1990, sim nos anos 90, Hedy recebeu o reconhecimento da sua invenção, embora a patente já tivesse expirado há largos anos.
Esta omissão deveu-se sem dúvida ao preconceito quanto às capacidades das mulheres.
Este livro é muito interessante pois dá-nos a conhecer o legado de Hedy, a par de ficcionar as circunstâncias invulgares e marcantes da sua vida.
A história, com 296 páginas está contada na primeira pessoa de Hedy Kiesler, a personagem principal e encontra-se dividida em duas partes.
A primeira parte desenvolve-se ao longo de 25 capítulos e decorre na Áustria de Maio de 1933 a Agosto de 1937. 
A segunda parte apresenta 18 capítulos e desenrola-se de Setembro de 1937 em Inglaterra e fecha em Setembro de 1942 na Pensilvânia.
Hedy não se resumiu apenas a uma cara bonita do mundo do cinema Norte-Americano, desempenhou inúmeros papéis, sendo o principal a de uma pessoa muito curiosa, aspirante, inventora, resiliente, mantendo sempre a sua identidade judia.
Hedy perante a marginalização do mérito feminino terá usado com inteligência os seus papéis como distração, enquanto tentava alcançar os seus objetivos agarrando todas as oportunidades para a sua redenção perante a opressão antisemita.
Na primeira parte conhecemos o percurso de Hedy que aos 19 anos já representava o papel de Sissi em Viena, acabando por atrair as atenções de um industrial de armamento Friedrich Mandl que apresentava ligações a Mussolini e às facções partidárias que pretendiam instalar um regime autoritário na Áustria.
Com ascendência judia e perante a crescente ameaça de uma ocupação alemã, o casamento com Friedrich Mandl parece garantir a segurança de Hedy e da sua família.
Contudo, face a uma nova aliança de Mussolini com o partido nacionalista Alemão e a crescente ameaça de uma invasão alemã da Áustria, Friedrich começa a transferir de forma dissimulada parte do seu património para a América do Sul e decide a dada altura tomar partido e fornecer armamento ao lado mais forte e antisemita.
Neste contexto, onde Hedy se vê relegada ao papel de mulher troféu, com os movimentos controlados, testemunha inúmeros encontros políticos, começando então a interessar-se pelo armamento, recolhendo informação privilegiada e relevante, apercebendo-se de todas as movimentações políticas eminentes.
Um peso instala-se na sua consciência quando revela informações ao marido, da quais resultaram o cerco de alguns bairros judeus em Viena.
Quando se apercebe do apoio de Friedrich à causa nazi, decide fugir rumo a Paris, Inglaterra e finalmente para a América, omitindo sempre a sua ascendência judia, iniciando uma carreira cinematográfica em Hollywood.
A dada altura, abalada pelos acontecimentos da ocupação da Ásutria pelos nazis, o drama dos refugiados em que muitos navios chegaram a ser bombardeados por torpedos de submarinos alemães fornecidos por Friedrich, decide adoptar um menino judeu refugiado e começa a investigar uma forma dos torpedos dos aliados não serem detectados pelos alemães, através do recurso à multifrequência.
Uma história sobre a vida pessoal de Hedy, que se cruzou fortemente com a geopolítica, sobre coragem, audácia, capacidade de resiliência e adaptação, o desempenho de inúmeros papéis, sobre o papel da mulher na sociedade, e em última análise sobre redenção, a verdadeira liberdade e o sentido da vida.
Uma extraordinária história de vida, com um legado assombroso para a humanidade, reconhecido tardiamente, refletindo a marginalização contínua do mérito das mulheres.
Hedy nasceu a 9-11-1914 e faleceu a 19-1-2000.
Terá sido a inspiração para Walt Disney desenhar a Branca de Neve.
A invenção foi desenvolvida com o trabalho conjunto do compositor George Antheil e foi inspirada num dueto ao piano.
Só na década de 60 a invenção foi utilizada pelo exército Norte-Americano, impedindo que um terceiro bloqueasse o sinal entre o míssil e o emissor.
Só três anos antes da sua morte Hedy recebeu uma menção honrosa do governo dos EUA por ter aberto novos e determinantes caminhos nas telecomunicações.
A primeira parte do livro retrata muito bem o contexto político e militar Austríaco e as alianças de poder.
Na segunda parte após a fuga de Hedy, conhecemos o percurso rumo aos EUA que só muitos privilegiados envidaram, o início da carreira artística em Hollywood, bem como os motivos para Hedy dedicar grande parte da sua energia perseguindo uma invenção com eventual aproveitamento militar.
Um livro muito bom!
Esta autora também escreveu outra obra muito boa, 'A mulher de Einstein', sobre a qual também já deixei aqui o registo.
Já leram?
Qual a vossa opinião?



ISBN: 9789898917799

Edição ou reimpressão: 04-2019
Editor: TopSeller
Idioma: Português
Dimensões: 150 x 228 x 19 mm
Encadernação: Capa mole
Páginas: 304
Tipo de Produto: Livro
Classificação Temática: Livros em Português > Literatura > Romance

SINOPSE:
Um romance poderoso baseado na incrível história da atriz Hedy Lamarr, uma mulher brilhante cuja inovadora invenção revolucionou a comunicação moderna.
Hedy Kiesler é uma atriz austríaca com ascendência judaica que, em 1933, se casa com um poderoso fabricante de armas, o que lhe permite escapar à perseguição nazi. Além de bela, Hedy é também muito inteligente. Nos extravagantes jantares em que participa com o marido, ouve os planos do Terceiro Reich, e percebe que a sua segurança não está garantida e que algo muito grave está a ser planeado. Em 1937, desesperada por escapar ao marido controlador e à ascensão dos nazis, Hedy disfarça-se e foge.
Viaja, então, para Hollywood, onde se torna a estrela de cinema Hedy Lamarr. Mas Hedy esconde um segredo mais forte do que o facto de ser judia: ela tem uma mente científica brilhante. Durante o seu casamento, Hedy ouviu segredos do regime nazi, e agora tem uma ideia que pode ajudar os Aliados, permitindo-lhe igualmente aliviar a culpa que sente por ter fugido. Tudo o que precisa é que não a subestimem devido à sua beleza, e que a ouçam.

SOBRE A AUTORA:
Marie Benedict é uma advogada norte-americana com mais de dez anos de experiência.
Além de tirar a licenciatura em Direito, formou-se também no Boston College em História e História da Arte.
Marie sempre sonhou em desenvolver trabalhos que pudessem dar a conhecer a vida e os feitos de grandes mulheres da História.
Quando começou a escrever, teve finalmente essa oportunidade.
É também a autora dos romances históricos The Chrysalis, The Map Thief e Brigid of Kildare, assinando com o nome Heather Terrell.
Atualmente, vive em Pittsburgh com a família.

quarta-feira, 7 de agosto de 2019

ALTA MAR, SÉRIE DA SEMANA

De volta a este espaço para registar uma série fantástica do meu ponto de vista, que aprecio histórias com muito suspense e mistério associadas a recriações históricas e muitas surpresas ou reviravoltas.
Esta série reúne todos esses ingredientes com romance à mistura.
A série passa-se nos anos 40 do século passado (1947) a bordo de um dos cruzeiros que efetuavam na época a ligação entre Espanha e a América do Sul.
Considero que só pelo figurino que é absolutamente fabuloso e pela fotografia, vale muito a pena assistir.
Além disso, a história é muito rica, cheia de suspense e sucessivas surpresas, do gênero das histórias de Agatha Cristhie.
Foi mesmo desafiante assistir pois a partir de determinada altura todas as personagens parecem susceptíveis de serem suspeitas.
A primeira temporada tem oito episódios com cerca de 40 minutos cada, a que se assiste com o maior interesse para tentar perceber o curso dos acontecimentos.
Duas irmãs, herdeiras de um império por morte do seu pai, acolhem na bagagem uma jovem que pede proteção para evitar ser assassinada por não querer casar contra a vontade. Passado algum tempo, um passageiro clandestino cai ao mar e apartir daí tudo se despoleta numa vertigem de acontecimentos a cada episódio.
Uma série sobre os dias do holocausto, o contexto que Espanha vivenciava nessa época, sobre relações familiares e servis, sobre lealdade, sonhos, expetativas, paixões, desilusões, perdas, recomeços e redenção.
Assistam ao trailer e digam lá se não promete.
Já assistiram à série?
Apreciam este tipo de série?
Que outras recomendam?
Eu fiquei agradavelmente surpreendida com a primeira temporada.
O último episódio é tão surpreendente que perspectiva uma segunda temporada com mais meistérios por resolver!

SINOPSE:
Duas irmãs descobrem segredos familiares perturbadores depois de uma série de mortes misteriosas em uma viagem do navio Bárbara de Braganza entre a Espanha e o Brasil nos anos 40.
Alta Mar (em
português, Alto Mar) é uma série de televisão hispânica do gênero mistério-drama.
É a quarta série em espanhol original Netflix e a sua estreia ocorreu no dia 24 de maio de 2019.
No dia 28 de maio de 2019 a série foi renovada pela Netflix para uma segunda temporada. Nela serão incluídos mais quatro personagens que serão interpretados por Claudia Traisac, Chiqui Delgado, Antonio Reyes e Pepe Barroso.
 

segunda-feira, 20 de maio de 2019

O PROCESSO VIOLETA, DE INÊS PEDROSA, PORTO EDITORA

A minha última leitura foi o livro 'O processo Violeta' de Inês Pedrosa, editado pela Porto Editora em Janeiro de 2019.
O livro está dividido em duas partes: a primeira 'Menoridade', muito extensa e a segunda parte, muito breve 'Maioridade'.
Uma história dramática, complexa, com muitas dimensões e narrativa na terceira pessoa, que esboça um retrato do contexto económico, social e político de Portugal nos anos 80 e inícios dos anos 90, ao mesmo tempo que aborda o tema do desamor e do amor e a sua relação com a 'maioridade', a relação entre fantasia e realidade, o sentido de culpa e a responsabilidade.
Na primeira parte a narrativa está enriquecida com inúmeras histórias de amores com uma grande diferença de idades e das consequências desses amores para o papel feminino.
Encontramos como personagens secundários, pais homofóbicos, um marido violento, um toureiro aristocrático.
Ana Lúcia, professora, é violada por um aluno e assistimos à forma como gere essa situação. O aluno menor mas agressivo e violento. Ana Lúcia é amiga da professora Violeta de 32 anos, casada e com 2 filhos, que inicia uma relação com um aluno de 14 anos, Ildo. Como consequência Violeta é acusada e chega a ser presa.
Aqui a discussão sobre a menoridade será sobre a inocência e eventual vitimização.
Com estes dois menores percebemos que não se podem generalizar conceitos.
Ildo é filho da  Cabo-verdiana Paulina, criada num bairro de lata, a quem as oportunidades não são oferecidas, não conseguindo estudar nem levar a vida como gostaria progredindo socialmente.
Nuno Delgado é o aristocrático cavaleiro tauromáquico, pai de Ildo em resultado das suas avbenturas e que não o quis conhecer embora o tenha perfilhado, facto obrigatório no pós 25 de Abril.
Clarisse é jornalista no jornal 'O Insubmisso' responsável pela exposição mediática da história do relacionamento de Violeta com Ildo, bem como da revelação pública do pai de Ildo. Esta exposição pública da paternidade acaba por aproximar Ildo do pai e determinar o futuro de Ildo.
O jornal 'O Insubmisso',de acordo com autora, terá sido inspirado em parte no semanário 'O independente' fruto de uma elite, que apresentava manchetes polémicas, denunciando figuras públicas, escândalos políticos, casos de corrupção e de uso indevido de dinheiros públicos.
Como referi anteriormente, uma história complexa e crítica, que retrata disparidades sociais e económicas, a forma como funciona o 'elevador' social, des(amores) e amores im(possíveis), culpa, punição e redenção, a par do retrato de uma nova era do jornalismo.
Um livro que releria, pela riqueza dos detalhes.
Já leram?
Qual a vossa opinião?
Deixo aqui o link de uma entrevista da autora sobre este livro.



ISBN: 978-972-0-03142-6
Edição ou reimpressão: 01-2019
Editor: Porto Editora
Idioma: Português
Dimensões: 152 x 235 x 18 mm                        
Encadernação: Capa mole                                                 
Páginas: 232
Tipo de Produto: Livro                                                   
Classificação Temática: Livros em Português > Literatura > Romance
SINOPSE:
No Portugal festivo e individualista do fim da década de 80, Violeta, uma professora de 32 anos, engravida de Ildo, um aluno de 14 anos, filho de uma mãe solteira cabo-verdiana. O Insubmisso, novo jornal de uma elite em ascensão, perseguirá a história e descobrirá que o pai de Ildo é um cavaleiro tauromáquico aristocrata. O escândalo do chamado processo Violeta contrastará com o silêncio absoluto através do qual Ana Lúcia, amiga de Violeta, oculta a sua violação por um outro aluno de 14 anos da mesma escola. Este romance apaixonante interroga, com inteligência, imaginação e humor, os interditos de uma sociedade que se diz livre e despida de preconceitos. O processo Violeta é, afinal, o de um país de hábitos clandestinos, esconsos, sacrificiais e crepusculares.

SOBRE A AUTORA:
Inês Pedrosa (1962, Coimbra) tem uma vasta obra de ficção, crónica, dramaturgia e biografia, na qual se destacam os romances Nas Tuas Mãos (1997, Prémio Máxima de Literatura), Fazes-me Falta (2002, mais de 150 mil exemplares vendidos), A Eternidade e o Desejo (2007, finalista dos Prémios Portugal Telecom e Correntes d’Escritas), Os Íntimos (2010, Prémio Máxima de Literatura), Dentro de Ti Ver o Mar (2012) e Desamparo (2015).
Livros seus estão publicados nos Estados Unidos da América, na Alemanha, no Brasil, na Croácia, em Espanha e em Itália. O seu percurso jornalístico foi distinguido com vários prémios. Dirigiu a Casa Fernando Pessoa entre 2008 e 2014. Trabalha também como tradutora e curadora de eventos literários. Participa no programa semanal de debate político O Último Apaga a Luz (RTP3) e no programa semanal de debate sobre literatura A Páginas Tantas (Antena 1). É autora e realizadora do programa semanal sobre questões de Género Um Homem, Uma Mulher (Antena 1). Em 2017 lançou uma editora, Sibila Publicações. O Processo Violeta é o seu mais recente romance.

sábado, 11 de maio de 2019

AS INSEPARÁVEIS, DE KRISTIN HANNAH, BERTRAND EDITORA

Este é o penúltimo livro de Kristin Hannah editado em Portugal e o meu primeiro livro desta autora, de quem já tinha ouvido falar acerca do livro 'O Rouxinol'.
O livro encontra-se dividido em quatro partes, sendo que a cada uma corresponde uma década: os anos 70 (dancing queen), os anos 80 (love is a battle field), os anos 90 (i´m every women) e o novo milénio (a moment like this).
O narrador vai oscilando entre os universos pessoais da personagem principal Kate e da sua melhor amiga Tully que se conhecem na adolescência nos anos 70. Começam por admirar o universo da outra sem perceberem que não há ninguém perfeito nem famílias perfeitas.
Aparentemente tão diferentes aproximam-se e partilham aventuras e sonhos, experiências e vivências.
À medida que o tempo vai passando acabam por prosseguir caminhos e ambições diferentes, muito embora mantenham sempre contacto e consigam manter uma profunda fidelidade apesar de algumas peripécias e desconfianças.
A história é dramática mas muito interessante pois transporta-nos para as décadas de 70 do século XX, ao novo milénio, sendo que é inevitável não nos deixarmos por identificar com muitos contextos e situações.
Para além de algum revivalismo, este livro aborda temáticas como a adolescência, escolhas, conflitos pessoais e familiares e o papel difícil do educador numa sociedade em constante transformação, desgostos e realizações, a passagem do tempo, bem como os sonhos que por vezes ficam para trás e finalmente, a redenção. Vamos vislumbrando o desenvolvimento pessoal das personagens ao longo da história, que podia ser a de qualquer um de nós.
Gostei deste livro apesar do desfecho não ter sido o mais positivo, pese embora a vida real ser também assim mesmo.
Na imprensa existem notas que noticiam a futura adaptação deste livro a série pela Netflix.
Vamos aguardar, pois promete.
Recomendo e fiquei curiosa para ler outros livros desta autora.



ISBN: 9789722536332
Edição ou reimpressão: 07-2018
Editor: Bertrand Editora
Idioma: Português
Dimensões: 148 x 233 x 33 mm
Encadernação: Capa mole 
Páginas: 552
Tipo de Produto: Livro
Classificação Temática: Livros em Português > Literatura > Romance

SINOPSE:
Corre o ano de 1974 e o verão do amor está prestes a terminar. Os filhos das flores começam a perceber que não conseguem sobreviver apenas com paz e amor.
Kate aceitou o seu lugar no fundo da cadeia alimentar social do liceu. Até que, para seu grande espanto, a «rapariga mais fixe do mundo», Tully, a rapariga que todos os rapazes querem conhecer, muda-se para a casa da frente e quer ser sua amiga. Tully e Kate tornam-se inseparáveis e, chegado o fim do verão, prometem ser «melhores amigas para sempre».
Ao longo de trinta anos, Tully e Kate apoiam-se mutuamente, resistindo às tempestades próprias da amizade, do ciúme, da raiva, da dor e do ressentimento. Tully segue a sua ambição de conquistar o sucesso e a fama. Kate sabe que a única coisa que quer é apaixonar-se e ter uma família. O que ela não sabe é que ser mãe e esposa é algo que a vai mudar.
Julgam ter sobrevivido a tudo, até que um ato singular de traição as separa. Mas será que os laços de amizade que antes as uniram serão mais fortes do que esse afastamento quando surge uma tragédia?


SOBRE A AUTORA:
Kristin Hannah nasceu em 1960 no sul da Califórnia. Aos 8 anos a família mudou-se para Western Washington. Trabalhou em publicidade, licenciou-se em Direito e trabalhou alguns anos em advocacia, em Seattle. Quando a gravidez a obrigou a ficar de cama durante vários meses, Kristin retomou uns textos antigos que tinha escrita em parceria com a falecida mãe, que sempre dissera que ela seria escritora. O marido encorajou-a e assim que o filho nasceu, Kristin abandonou a anterior atividade profissional e dedicou-se à escrita a tempo inteiro. O primeiro êxito surgiu em 1990 e desde então que a sua profissão é escrever. A autora já publicou 19 romances. Ganhou prestigiados prémios como um "Rita Award" (Romance Writers of América) em 2004 com Between Sisters, e o National Reader's Choice. A sua obra está traduzida em várias línguas. Vive com o marido e filho na costa noroeste dos Estados Unidos.

terça-feira, 12 de março de 2019

OS DIAS DO ABANDONO DE ELENA FERRANTE, DA EDITORA DOM QUIXOTE

Os dias do abandono, publicado em Abril de 2014 pela Editora Dom Quixote, foi a minha primeira leitura de Elena Ferrante, autora que já me tinham aconselhado para ler o livro 'A amiga genial'.
Não estava nada à espera do tipo de escrita e embora seja muito absorvente pela densidade psicológica, fiquei curiosa para ler outros livros da autora.
A narrativa é contada na primeira pessoa de Olga com 38 anos, casada com Mário, mãe dos pequenos Gianni e Ilaria, dedicada exclusivamente à família por necessitar acompanhar o marido na sua experiência profissional internacional. Otto é o cão lobo da família, cujo destino origina a viragem psicológica de Olga, determinante para o curso dos acontecimentos.
Toda a história decorre em Turim, na casa, prédio e parque da zona onde Olga reside.
Naquela cidade Olga não tem apoio familiar apenas amigos comuns com Mário.
O antagonista da história é Mário, que a determinada altura abandona a esposa e os filhos não revelando os motivos.
Mergulhamos então no universo psicológico de Olga, primeiro procurando perceber o porquê, numa fase inicial ainda expectante do regresso do marido a casa, que aparecia pontualmente para ver os filhos.
Na sua infância Olga havia assistido a um caso semelhante e aos efeitos devastadores e trágicos para a esposa 'abandonada'.
Supostamente essa referência deveria servir como alavanca para Olga ultrapassar a situação em que se encontra, sem emprego e com os dois filhos a cargo.
Contudo Olga, começa a descer numa espiral de desespero ao aperceber-se que Mário poderá ter outro relacionamento.
Procura nos amigos as respostas que procura mas em vão.
Quando descobre com quem Mário se encontra, entra numa espiral de desespero, com pensamento obsessivos de tal ordem, que os dias parecem sem nexo e sem rumo, chegando até a descurar de si, da casa e dos filhos.
Outro personagem que surge na história é Carrano, um vizinho músico, que não apreciava Mário e que ameaçava a vida de Otto como represália. Carrano acaba por se envolver na história.
Assistimos ao longo da história ao desenrolar dos dias e pensamentos e ações aobcessivas de Olga, bem como às suas tentativas de ultrapassar o furacão de sentimentos em que se encontra.
Num dia que mais parecia um filme de terror para Olga em que esta se sente a enlouquecer, sem noção da realidade, Otto (o cão de Mário que trazia desconforto a Olga por esse motivo) desperta em Olga a viragem dos seus sentimentos e o ponto de partida para o curso da história.
Olga nunca amara Otto até então. Mas algo fez com que através de Otto, Olga começasse a recuperar a autoestima e um propósito. Não viver para Mário, num processo depressivo por causa do abandono, mas descobrir-se a si e viver para os seus filhos.
Uma história dramática sobre as escolhas e suas consequências, a perda, como gerir emoções, os processos depressivos em que facilmente qualquer um pode entrar, e a necessidade de um gatilho para o ponto de viragem emocional, a importância da autoestima.
Muito drama a par de uma grande densidade psicológica nesta narrativa:
"Os dias do abandono remete para a atmosfera e densidade da figura de mulher na tragédia grega, um romance intenso e visceral, uma queda vertiginosa de cortar a respiração, num relato que prende e arrasta para o fundo mais negro e mais doloroso da experiência feminina. O amor é o início e o fim de tudo."
Já leram este livro?
Qual a vossa opinião?


ISBN: 9789722025607
Edição ou reimpressão: 04-2004
Editor: Dom Quixote
Idioma: Português
Dimensões: 160 x 240 mm
Encadernação: Capa mole
Páginas: 224
Tipo de Produto: Livro Classificação Temática: Livros em Português > Literatura > Romance

SINOPSE:
Depois de quinze anos de casamento, Olga é abandonada por Mario. Presa ao cotidiano estilhaçado com dois filhos, um cachorro e nenhum emprego, ela se recusa a assumir o papel de poverella (a “pobre mulher abandonada”). Essa opção a projeta num turbilhão de obsessões, angústias e ímpetos violentos, capazes de afastar Olga do fato de que as derrotas precisam ser assumidas para que a vida possa enfim seguir adiante.

SOBRE A AUTORA:
Ninguém sabe quem é Elena Ferrante e os seus editores originais procuram manter silêncio absoluto sobre a sua identidade. Houve até quem suspeitasse que se trata de um homem; outros dizem que nasceu em Nápoles e viveu na Grécia e em Turim.
A maioria dos críticos considera-a a nova Elsa Morante, uma voz extraordinária que provocou um terramoto na narrativa dos últimos anos. O sucesso de crítica e público reflete-se em artigos publicados em jornais e revistas como The New York Times e Paris Review.
A saga composta por A amiga Genial, História do Novo Nome, História de Quem Vai e de Quem Fica e História da Menina Perdida está destinada a tornar-se um clássico da literatura europeia do século XXI.
"Não me arrependo de meu anonimato. Descobrir a personalidade do escritor através das histórias que propõe, das suas personagens, dos objetos e paisagens que descreve, do tom da sua escrita, não é mais nem menos que um bom modo de ler." Elena Ferrante numa entrevista via mail para Il Corriere della Sera.