Dicas da Lu: Os dias do holocausto
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domingo, 10 de janeiro de 2021

O MÁGICO DE AUSHWITZ, DE JOSÉ RODRIGUES DOS SANTOS, PELA GRADIVA

A minha primeira leitura do Ano.
Terminei este livro sem ter lido qualquer review ou artigo sobre a polémica acerca do autor relativamente a esta publicação. 
A narrativa encontra-se na terceira pessoa ao longo de 456 páginas, um prólogo e três partes: o grande mágico, a lei dos fortes e prelúdio de morte e alterna capítulo a capítulo com a descrição do que vai sucedendo a cada um dos dois personagens principais.
Fiquei entusiasmada para perceber o curso do destino dos dois personagens principais: o soldado legionário português Francisco que integrou as SS e o mágico Levin, judeu. 
O autor consegue, pela sua descrição, transportar-nos para todos os contextos em que os personagens se encontram.
Ambos os personagens encontram-se no final do livro em diferentes papéis no complexo de campos de concentração na Polónia.
Aborda também o eventual papel do ocultismo no nazismo. 
O conceito de 'sub-humano'.
E temos uma perspetiva das condições sanitárias deploráveis do complexo de campos de concentração, bem como do seu objetivo e do papel dos SS.
A propaganda.
Agora terei que ler o Manuscrito de Bikernau para perceber o destino de ambos os personagens. 
O autor mostra-nos que quem chegava ao complexo, inclusivé os próprios SS, não percebiam muito bem o motivo para tanta atividade nos crematórios.
Infelizmente aos poucos vão descobrindo o que ali se passa.
Lidar com as emoções e a tragédia.
O princípio básico de sobrevivência.
Esperança que as forças germânicas fossem derrotadas e o propósito de procurar a todo o custo sobreviver até lá.
Um tema pesado, sem dúvida, mas que merece estar presente para que nunca se volte a repetir.
Uma história baseada em factos reais.
Este ano a 27 de Janeiro cumprir-se-ão 76 anos após a libertação do complexo Auschwitz Bikernau na Polónia.
Já leram?
Qual foi a vossa opinião?


ISBN: 9789896168841
Edição: 09-2020
Editor: Gradiva
Idioma: Português
Dimensões: 155 x 228 x 28 mm
Encadernação: Capa mole
Páginas: 456
Tipo de Produto: Livro
Classificação Temática: Livros em Português > Literatura > Romance

SINOPSE:
A vida do Grande Nivelli, o mágico judeu que encanta Praga, muda quando os nazis invadem a Checoslováquia. 
A Segunda Guerra Mundial começa e ele é deportado com a família. 
O seu destino é o de milhões de judeus. Auschwitz. 
O português Francisco Latino sempre foi considerado um bruto na Legião Estrangeira. 
Mas o seu coração amolece durante o cerco de Leninegrado, onde integra a Divisão Azul espanhola e se apaixona por uma russa. 
Até que as SS o levam... 
O mágico judeu e o soldado português unem os seus destinos em AuschwitzBirkenau. 
A magia do Grande Nivelli será chamada a desempenhar um papel central num evento largamente desconhecido, mas que se revelou a maior conspiração levada a cabo pelas vítimas contra o Holocausto.

SOBRE O AUTOR:
José Rodrigues dos Santos nasceu em 1964 em Moçambique. 
É sobretudo conhecido pelo seu trabalho como jornalista, carreira que abraçou em 1981, na Rádio Macau. 
Trabalhou na BBC, em Londres, de 1987 a 1990, e seguiu para a RTP, onde começou a apresentar o 24 horas. 
Em 1991 passou para a apresentação do Telejornal e tornou-se colaborador permanente da CNN entre 1993 e 2002.
Doutorado em Ciências da Comunicação, é professor da Universidade Nova de Lisboa e jornalista da RTP, tendo ocupado por duas vezes o cargo de Diretor de Informação da televisão pública. 
É um dos mais premiados jornalistas portugueses, galardoado com dois prémios do Clube Português de Imprensa e três da CNN, entre outros.


sexta-feira, 14 de fevereiro de 2020

A BICICLETA QUE FUGIU DOS ALEMÃES, DE DOMINGOS AMARAL, PELA CASA DAS LETRAS

Uma leitura do início do mês de Agosto, A bicicleta que fugiu dos Alemães, um livro de Domingos Amaral, numa edição de Maio de 2019 pela Casa das Letras.
A história encontra-se estruturada em 353 páginas, 52 capítulos e 5 partes: adeus Paris (que se passa de 3 a 13 junho de 1940 em Paris), volta a França (13 junho a 24 junho de 1940 de Paris, Orleães, Chenonceau, Poitiers, Bordéus a Bayonne), desencontros (24 junho a 1 julho 1940 Hendaia, San Sébastian, Guernica, Salamanca, Hendaia, Fuentes de Onoro, Pau), negócios arriscados (2 de julho a 26 agosto 1940 Vilar Formoso, Guimarães, Figueira da Foz, Gurs, Lisboa), as andorinhas/les hirondelles (15 setembro 1940 a abril de 1941 Gurs, Lisboa, Pau, Gurs, Lago de Fabréges, Lisboa).
A narrativa encontra-se contada na voz do primo da personagem principal que reside em Lisboa, tendo presente o que lhe foi revelado por Carol e também pela enfermeira Mary Bowls que operava infiltrada para resgatar soldados ingleses dos campos de prisioneiros franceses.
A personagem principal é Carol, uma jovem portuguesa com cerca de 21 anos que estuda literatura em Paris na universidade de Souborne e que é apaixonada pela sua bicicleta da marca Hirondelle.
Carol vê-se de repente com a premente necessidade de abandonar Paris face à proximidade dos exércitos alemães em junho de 1940.
Em simultâneo, a sua amiga Sara, também de uma família abastada, vê-se separada dos pais, sendo o seu pai perseguido pela gestapo.
Sara, o irmão e a governanta fogem num citrõen azul, tal como muitos residentes da cidade.
Carol também abandona a cidade na sua bicicleta hirondelle e acompanhada de Rover, um piloto inglês que perdeu uma mão num raid aéreo, bem como do gato cego Chamberlain. Carol resgatou ambos de uma hospital que havia sido evacuado e onde ficaram apenas Rover à beira do suicídio e o seu gato.
Trata-se de uma extraordinária história de coragem, amizade e determinação, ousadia e entrejuda, onde a lealdade é muitas vezes posta à prova em função do sentido de sobrevivência. 
Enfrentaram todos os perigos como as metralhadoras da aviação alemã que dizimaram estradas inteiras, ou os elementos da gestapo, espionagem e contra-espionagem.
Percorremos através desta história o caminho trilhado por milhares de refugiados e todas as dificuldades sentidas.
O porto de Bordéus é fechado, o processo de obtenção de vistos para a entrada em Portugal através de Aristides de Sousa Mendes, a gestão dos comboios de refugiados também controlada pelos alemães, o exílio e a passagem por Portugal rumo às Américas.
Uma história sobre sacrifício em prol da reunião familiar.
Sobre a liberdade e o sentido da vida.
Um livro que apesar de encerrar uma história de ficção é revelador de muitas histórias reais nunca contadas, vividas por muita gente naquela época.
Apesar da seriedade do tema, considero que valeu a pena a leitura, que foi fluída e entusiasmante para perceber o rumo da história e da vida dos personagens, sendo o final um pouco surpreendente por não esperado.
Já leram?
Qual a vossa opinião?


ISBN: 9789897801242
Edição ou reimpressão: 05-2019
Editor: Casa das Letras
Idioma: Português
Dimensões: 156 x 233 x 24 mm
Encadernação: Capa mole
Páginas: 352
Tipo de Produto: Livro
Classificação Temática: Livros em Português > Literatura > Romance

SINOPSE:
Nos primeiros dias de junho de 1940, a população de Paris entra em pânico, pois os exércitos de Hitler aproximam-se. De carro, de camioneta, de carroça ou a pé, mais de cinco milhões de pessoas fogem da capital francesa.
Entre a multidão apavorada encontra-se Carol, uma portuguesa estudante na Sorbonne, que deixa Paris contrariada e ao volante da sua bicicleta Hirondelle.
Sempre em fuga e receosos da Gestapo, alguns deles conseguirão vistos de entrada em Portugal, passados por Aristides Sousa Mendes e chegarão a Vilar Formoso, onde a fronteira fechou por ordem de Salazar.
Uma história de amizade, sexo, solidariedade e amor, de uma rapariga portuguesa cujos sonhos eram apenas estudar literatura, namorar e pedalar feliz pelos boulevards de Paris.



SOBRE O AUTOR:
Domingos Amaral nasceu a 12 de outubro de 1967, em Lisboa. É pai de quatro filhos, três raparigas e um rapaz. Formado em Economia pela Universidade Católica Portuguesa, onde é atualmente professor da disciplina de Economia do Desporto (Sports Economics), tem também um mestrado em Relações Económicas Internacionais, pela Universidade de Columbia, em Nova Iorque. Durante muitos anos foi jornalista, primeiro no jornal O Independente, onde trabalhou durante 11 anos, tendo depois sido diretor das revistasMaxmen, por sete anos, e GQ, durante quatro anos. Atualmente, é administrador da Escola Ave Maria e comentador na SportTV.

quinta-feira, 22 de agosto de 2019

A ÚNICA MULHER NA SALA, DE MARIE BENEDICT, PELA TOPSELLER

Mais um tempo passado à volta de um livro, desta vez a obra 'A única mulher na sala' de Marie Benedict, uma edição de Abril de 2019 pela Editora Topseller.
Trata-se de um romance biográfico ficcionado acerca da atriz e inventora Hedy Lamarr e da sua história de vida, que foi extraordinária, na época do auge dos tempos da ocupação europeia pelos Nazis e subsequente tragédia humanitária provocada pelo antisemitismo.
Este livro realça o contexto dos anos 30 do século passado em que a mulher era relegada para segundo plano, não se reconhecendo o seu papel na sociedade, em particular, se uma descoberta científica capaz de colocar os Aliados um passo à frente do inimigo fosse patenteada por uma mulher, não seria aceite de forma consensual.
Percebemos que a invenção de Hedy está na base do sistema de comunicações atual de wifi e celulares, sendo desconhecida da grande maioria das pessoas.
Contudo, esta invenção foi ignorada durante décadas e só em 1990, sim nos anos 90, Hedy recebeu o reconhecimento da sua invenção, embora a patente já tivesse expirado há largos anos.
Esta omissão deveu-se sem dúvida ao preconceito quanto às capacidades das mulheres.
Este livro é muito interessante pois dá-nos a conhecer o legado de Hedy, a par de ficcionar as circunstâncias invulgares e marcantes da sua vida.
A história, com 296 páginas está contada na primeira pessoa de Hedy Kiesler, a personagem principal e encontra-se dividida em duas partes.
A primeira parte desenvolve-se ao longo de 25 capítulos e decorre na Áustria de Maio de 1933 a Agosto de 1937. 
A segunda parte apresenta 18 capítulos e desenrola-se de Setembro de 1937 em Inglaterra e fecha em Setembro de 1942 na Pensilvânia.
Hedy não se resumiu apenas a uma cara bonita do mundo do cinema Norte-Americano, desempenhou inúmeros papéis, sendo o principal a de uma pessoa muito curiosa, aspirante, inventora, resiliente, mantendo sempre a sua identidade judia.
Hedy perante a marginalização do mérito feminino terá usado com inteligência os seus papéis como distração, enquanto tentava alcançar os seus objetivos agarrando todas as oportunidades para a sua redenção perante a opressão antisemita.
Na primeira parte conhecemos o percurso de Hedy que aos 19 anos já representava o papel de Sissi em Viena, acabando por atrair as atenções de um industrial de armamento Friedrich Mandl que apresentava ligações a Mussolini e às facções partidárias que pretendiam instalar um regime autoritário na Áustria.
Com ascendência judia e perante a crescente ameaça de uma ocupação alemã, o casamento com Friedrich Mandl parece garantir a segurança de Hedy e da sua família.
Contudo, face a uma nova aliança de Mussolini com o partido nacionalista Alemão e a crescente ameaça de uma invasão alemã da Áustria, Friedrich começa a transferir de forma dissimulada parte do seu património para a América do Sul e decide a dada altura tomar partido e fornecer armamento ao lado mais forte e antisemita.
Neste contexto, onde Hedy se vê relegada ao papel de mulher troféu, com os movimentos controlados, testemunha inúmeros encontros políticos, começando então a interessar-se pelo armamento, recolhendo informação privilegiada e relevante, apercebendo-se de todas as movimentações políticas eminentes.
Um peso instala-se na sua consciência quando revela informações ao marido, da quais resultaram o cerco de alguns bairros judeus em Viena.
Quando se apercebe do apoio de Friedrich à causa nazi, decide fugir rumo a Paris, Inglaterra e finalmente para a América, omitindo sempre a sua ascendência judia, iniciando uma carreira cinematográfica em Hollywood.
A dada altura, abalada pelos acontecimentos da ocupação da Ásutria pelos nazis, o drama dos refugiados em que muitos navios chegaram a ser bombardeados por torpedos de submarinos alemães fornecidos por Friedrich, decide adoptar um menino judeu refugiado e começa a investigar uma forma dos torpedos dos aliados não serem detectados pelos alemães, através do recurso à multifrequência.
Uma história sobre a vida pessoal de Hedy, que se cruzou fortemente com a geopolítica, sobre coragem, audácia, capacidade de resiliência e adaptação, o desempenho de inúmeros papéis, sobre o papel da mulher na sociedade, e em última análise sobre redenção, a verdadeira liberdade e o sentido da vida.
Uma extraordinária história de vida, com um legado assombroso para a humanidade, reconhecido tardiamente, refletindo a marginalização contínua do mérito das mulheres.
Hedy nasceu a 9-11-1914 e faleceu a 19-1-2000.
Terá sido a inspiração para Walt Disney desenhar a Branca de Neve.
A invenção foi desenvolvida com o trabalho conjunto do compositor George Antheil e foi inspirada num dueto ao piano.
Só na década de 60 a invenção foi utilizada pelo exército Norte-Americano, impedindo que um terceiro bloqueasse o sinal entre o míssil e o emissor.
Só três anos antes da sua morte Hedy recebeu uma menção honrosa do governo dos EUA por ter aberto novos e determinantes caminhos nas telecomunicações.
A primeira parte do livro retrata muito bem o contexto político e militar Austríaco e as alianças de poder.
Na segunda parte após a fuga de Hedy, conhecemos o percurso rumo aos EUA que só muitos privilegiados envidaram, o início da carreira artística em Hollywood, bem como os motivos para Hedy dedicar grande parte da sua energia perseguindo uma invenção com eventual aproveitamento militar.
Um livro muito bom!
Esta autora também escreveu outra obra muito boa, 'A mulher de Einstein', sobre a qual também já deixei aqui o registo.
Já leram?
Qual a vossa opinião?



ISBN: 9789898917799

Edição ou reimpressão: 04-2019
Editor: TopSeller
Idioma: Português
Dimensões: 150 x 228 x 19 mm
Encadernação: Capa mole
Páginas: 304
Tipo de Produto: Livro
Classificação Temática: Livros em Português > Literatura > Romance

SINOPSE:
Um romance poderoso baseado na incrível história da atriz Hedy Lamarr, uma mulher brilhante cuja inovadora invenção revolucionou a comunicação moderna.
Hedy Kiesler é uma atriz austríaca com ascendência judaica que, em 1933, se casa com um poderoso fabricante de armas, o que lhe permite escapar à perseguição nazi. Além de bela, Hedy é também muito inteligente. Nos extravagantes jantares em que participa com o marido, ouve os planos do Terceiro Reich, e percebe que a sua segurança não está garantida e que algo muito grave está a ser planeado. Em 1937, desesperada por escapar ao marido controlador e à ascensão dos nazis, Hedy disfarça-se e foge.
Viaja, então, para Hollywood, onde se torna a estrela de cinema Hedy Lamarr. Mas Hedy esconde um segredo mais forte do que o facto de ser judia: ela tem uma mente científica brilhante. Durante o seu casamento, Hedy ouviu segredos do regime nazi, e agora tem uma ideia que pode ajudar os Aliados, permitindo-lhe igualmente aliviar a culpa que sente por ter fugido. Tudo o que precisa é que não a subestimem devido à sua beleza, e que a ouçam.

SOBRE A AUTORA:
Marie Benedict é uma advogada norte-americana com mais de dez anos de experiência.
Além de tirar a licenciatura em Direito, formou-se também no Boston College em História e História da Arte.
Marie sempre sonhou em desenvolver trabalhos que pudessem dar a conhecer a vida e os feitos de grandes mulheres da História.
Quando começou a escrever, teve finalmente essa oportunidade.
É também a autora dos romances históricos The Chrysalis, The Map Thief e Brigid of Kildare, assinando com o nome Heather Terrell.
Atualmente, vive em Pittsburgh com a família.