fevereiro 2019 - Dicas da Lu

domingo, 24 de fevereiro de 2019

A CASA DE VERÃO DE JUDE DEVERAUX, DA BERTRAND EDITORA

A minha última leitura foi uma obra de ficção de Jude Deveraux, A casa de Verão, editada em Junho de 2018 pela Bertrand Editora.
Já saíram entretanto mais dois livros desta autora que estou curiosa por ler.
A leitura fluiu muito bem e retrata o universo pessoal das três personagens principais, Ellie, Leslie e Madison que se haviam conhecido aos 18 anos no Departamento de viação de Nova Iorque quando esperavam pelos documentos.
Nessa altura partilham as suas experiências e  naturalmente, as expetativas de futuro.
As suas vidas decorreram sem que se tivessem mantido contacto ou encontrado.
Passados 22 anos, quando Ellie, que se tornara uma escritora de renome, se vê a braços com uma depressão fruto das circunstâncias da vida, a sua psicóloga oferece a Ellie uma estadia na sua casa de verão sugerindo que Ellie se encontre com Leslie e Madison, com o propósito de partilharem as suas experiências de vida com o intuito de Ellie compreender que nenhuma vida é perfeita e que há que seguir em frente recuperando expetativas, sonhos e esperanças.
Assim, somos transportados para os dias passados numa casa de verão no Maine e que acabam por transformar a vida destas três mulheres.
Ali celebram o seu 40º aniversário juntas.
A narrativa oscila entre as vozes de cada uma destas três personagens, que vão descrevendo o lugar idílico, o encontro, a partilha que vai acontecendo aos poucos à medida que ganham confiança e a grande aventura que mudará as suas vidas.
São histórias de vida com realizações e frustrações.
As personagens encontram-se numa fase em que necessitam de um ponto de viragem nas suas vidas, encontrarem-se, recuperarem o que eram, a sua essência, um propósito e serem felizes.
Mergulhamos então na história pessoal de cada uma das personagens partilhada com as demais durante a estadia.
Eis que a história sofre uma viragem quando vão comprar os presentes de aniversário e encontram em todos os sacos um cartão de uma 'Madame Zoya' que promete 'mudar o passado'.
Em jeito de brincadeira procuram a Madame e mergulham numa experiência fantasiosa/ficção científica onde cada uma escolhe uma data no passado onde pretende regressar e mudando as suas escolhas, experimentam o curso dos acontecimentos que as suas vidas teriam tomado.
Decorridas as três semanas, podem escolher a vida que viveram ou a nova vida, apagando as memórias ou recordando ambas as vidas.
Neste ponto o livro foi uma surpresa pois não contava com esta possibilidade em jeito de ficção científica.
Conhecemos então os momentos chave escolhidos pelas três personagens e o rumo que as suas vidas teriam fruto de diferentes escolhas.
Todos nos questionamos 'e se?'. 
Este livro aborda os cenários do rumo dos acontecimentos fruto de diferentes escolhas.
Leslie escolhe manter a sua vida atual mas encontra-se de novo, recupera aquilo que era e reanimada por uma nova energia altera a sua forma de estar.
Madison e Ellie decidem viver a escolha da nova vida e encontram a felicidade perdida.
Um livro sobre escolhas e a reinvenção necessária que a determinada altura da vida todos necessitamos. O encontro com aquilo que fomos, a nossa essência. O recuperar de um propósito e esperança.
Uma leitura leve e interessante, com uma mensagem muito positiva.
Já leram?
ISBN: 9789722535311Edição ou reimpressão: 06-2018
Editor: Bertrand Editora
Idioma: Português
Dimensões: 148 x 233 x 23 mm
Encadernação: Capa mole
Páginas: 344
Tipo de Produto: Livro
Classificação Temática: Livros em Português > Literatura > Romance

SINOPSE:
Alguma vez quiseste mudar o passado?
Três melhores amigas estão prestes a fazer quarenta anos, todas no mesmo dia. Decidem assinalar o aniversário juntas numa casa de verão no Maine, a conversarem sobre a vida e o amor, os seus desejos e escolhas. Mas nenhuma delas poderia adivinhar o que as espera: a oportunidade de tornar o «como podia ter sido» em realidade.
Leslie, Madison e Ellie conheceram-se dezanove anos antes, no mais improvável dos lugares: na fila do departamento de Viação de Nova Iorque. Desde esse dia memorável em que as três faziam vinte e um anos, tornaram-se um trio de amigas íntimas. Agora que se reúnem para o quadragésimo aniversário, cada uma recebe um estranho cartão de «Madame Zoya», que lhes oferece a oportunidade de uma vida: reviver três meses do passado à escolha de cada uma…


SOBRE A AUTORA:
Jude Deveraux é autora de uma vasta obra, com mais de 30 títulos publicados, que marcam regularmente presença na lista dos livros mais vendidos do New York Times, incluindo First Impressions, Carolina Isle, Holly Always, Wild Orchids, Forever and Always, The Mulberry Tree, The Summerhouse, Temptation e Secrets. Os seus livros, bestsellers em vários países, já venderam mais de 50 milhões de exemplares em todo o mundo. 
Jude Deveraux nasceu em 1947 em Fairdale, Kentucky. Licenciou-se em Arte na Universidade de Murray. Foi professora durante alguns anos, antes de se dedicar exclusivamente à escrita. Atualmente vive na Carolina do Norte.


domingo, 17 de fevereiro de 2019

FILME DA SEMANA: GREEN BOOK

O último filme que assisti foi 'Green Book' , sendo do meu ponto de vista um dos melhores que visualizei nos últimos tempos, pela história leve a ao mesmo tempo com um profundo significado, pelos figurinos, fotografia, reconstituição histórica, bem como pelo desempenho dos atores.
A história foi baseada em factos e personagens reais: passa-se nos anos 60 e baseia-se numa tournée que o pianista clássico Don Shirley  efetuou pelos estados do sul da América (Carolina do Sul, Mississippi, Flórida, Alabama, Geórgia, Louisiana e Texas) conjuntamente com o seu motorista e segurança Tony Vallelonga com origens italianas.
O argumento terá sido escrito conjuntamente com Nick Vallelonga, filho de Tony Vallelonga, baseado nas entrevistas de Don e Tony, bem como nas cartas que Tony enviou à esposa durante a tournée.
Outro facto histórico relevante é o Green Book, o livro que Tony vai folheando ao longo da viagem e que constituía um guia para os viajante afro-americanos pernoitarem e frequentarem sítios seguros no Sul da América, então muito segregacionista.
As diferenças culturais e educacionais são grandes entre Don e Tony, a par dos episódios segregacionistas com que ambos se deparam tornam a história com uma pontada de boa disposição pela forma como tudo é ultrapassado.
Tony, com uma personalidade assertiva, simples, sem estudos, procura a cada dia o sustento para a família e manifesta também ele, de forma subtil, comportamentos discriminatórios em relação aos afro-americanos.
Vendo-se na circunstância de trabalhar como motorista e segurança para para Don, afro-americano,  depara-se com um verdadeiro desafio.
Don, afro-americano, estudou música clássica no Leste Europeu, tem uma educação refinada, deparando-se ao longo da viagem com as maneiras mais rudes de Tony, liando de uma forma inteligente com a discriminação, apesar de Tony o livrar de situações complicadas.
Ao longo da história, os personagens, apesar das suas diferenças, vão-se aproximando numa entreajuda que é mútua mesmo nas situações mais delicadas.
Don a determinada altura chega a ajudar Tony a escrever as cartas para a sua esposa tornando-as mais românticas e emotivas.
Até Tony por ser italo-americano chega a ser confrontado por discriminação.
Don prossegue um sonho: fazer o que ama e tocar música clássica, embora se tenha que adaptar de algum modo aos gostos populares.
No final todos ganham devido a esta aventura: o carácter de Tony ganha respeito pela comunidade afro-americana e Don começa a integrar-se melhor a nível social.
Um filme que efetua uma interessante reconstituição histórica da época, sobre amizade, respeito, entreajuda e solidariedade.
Don e Tony terão mantido a amizade até o final das suas vidas.


Título original:Green Book
De:Peter Farrelly
Com:Viggo Mortensen, Mahershala Ali, Linda Cardellini
Género:Comédia Dramática
Classificação:M/12
Outros dados:EUA, 2018, Cores, 130 min.

EUA, 1962. Desempregado desde o encerramento da discoteca onde trabalhava como segurança, Tony Lip (Viggo Mortensen) está disposto a aceitar qualquer trabalho. Um dia, conhece Don Shirley (Mahershala Ali), um famoso pianista negro que procura alguém que, durante a digressão de oito semanas que está prestes a fazer pelo Sul do país, ocupe simultaneamente os cargos de motorista e de segurança. Mas o temperamento de cada um, diametralmente oposto, vai transformar aquela viagem num verdadeiro desafio.
Com assinatura de Peter Farrelly ("Doidos por Mary"), uma comédia dramática estreada internacionalmente no Festival de Cinema de Toronto (Canadá), onde recebeu o People's Choice Award. Escolhido pelo National Board of Review como Melhor Filme, foi também nomeado para cinco Globos de Ouro, arrecadando três: Melhor Filme de Comédia ou Musical, Melhor Actor Secundário (Ali) e Melhor Argumento Original.

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2019

JAMES ARTHUR e ANNE MARIE, REWRITE THE STARS


You know I want you
It's not a secret I try to hide
You know you want me
So don’t keep saying our hands are tied
You claim it's not in the cards
And fate is pulling you miles away
And out of a reach from me
But you're here in my heart
So who can stop me if I decide
That you're my destiny?

What if we rewrite the stars?
Say you were made to be mine
Nothing could keep us apart
You'll be the one I was meant to find
It's up to you, and it's up to me
No one could say what we get to be
So why don't we rewrite the stars?
And maybe the world could be ours tonight

You think it's easy
You think I don't want to run to you
But there are mountains (there are mountains)
And there are doors that we can't walk through
I know you’re wondering why
Because we’re able to be just you and me within these walls
But when we go outside
You're gonna wake up and see that it was hopeless after all

No one can rewrite the stars
How can you say you’ll be mine?
Everything keeps us apart
And I'm not the one you were meant to find
(The one you were meant to find)
It's not up to you, it’s not up to me
When everyone tells us what we can be (tells us what we can be)
And how can we rewrite the stars?
Say that the world can be ours tonight (be ours)

All I want is to fly with you
All I want is to fall with you
So just give me all of you
It feels impossible (it's not impossible)
Is it impossible?
Say that it's possible

And how do we rewrite the stars?
Say you were made to be mine
And nothing can keep us apart
'Cause you are the one I was meant to find
It's up to you, and it's up to me
No one could say what we get to be
And why don't we rewrite the stars?
Changing the world to be ours

You know I want you
It's not a secret I try to hide
But I can't have you
We're bound to break, and my hands are tied

sábado, 9 de fevereiro de 2019

O MEDO, DE C. L. TAYLOR, DA TOPSELLER

De volta a este cantinho para deixar o registo da minha última leitura: um triller psicológico, O Medo, de C. L. Taylor, da Topseller editado em Setembro 2018.
Já tinha ouvido falar desta autora mas não tinha lido nada ainda.
A história de ficção passa-se em apenas 2 meses de 2007 e é contada na primeira pessoa da personagem principal Lou. A Narrativa vai depois oscilando entre as outras duas personagens determinantes da história: Wendy e Chloe.
O antagonista da história é Mike.
À medida que a leitura avança vamos percebendo os contornos psicológicos das personagens e as suas motivações, sempre com suspense e muitas surpresas e reviravoltas.
Lou sai de Londres incapaz de prosseguir com um relacionamento, sendo que essa espécie de fuga encerra um passado com uma experiência atroz quando tinha apenas 14 anos. Volta à sua terra natal onde tudo se iniciou, com o propósito de localizar Mike. Para o efeito, muda de emprego e vai viver sozinha para a casa desocupada dos seus pais.
Wendy parece ter uma obsessão com a vida de Lou escrutinando as suas redes sociais.
Ao longo da história percebemos as motivações de Wendy.
Chloe uma jovem com 13 anos com problemas familiares sente na amizade de Mike, amigo do seu pai, um conforto, uma ilusão.
Só que Mike revela-se um manipulador, aliciando Chloe.
Lou, Wendy e Chloe são vítimas de Mike ficando com as suas vidas marcadas  para sempre.
Ao longo da história vamos lendo flashes do diário de Lou que nos revela o que sucedeu no passado.
Esta história de ficção fala-nos sobre a pedofilia e as consequências devastadoras para as vítimas e para os familiares das vítimas e dos agressores, cujas vidas ficam irremediavelmente alteradas. Psicologicamente as marcas ficam em todos os que rodeiam este tipo de agressão e ainda que tudo tenha sido aparentemente ultrapassado, as cicatrizes na alma persistem sempre subtilmente afetando sempre o rumo das vidas, as escolhas e relacionamentos.
A história revela como Mike, com um papel ativo na sociedade e ações louváveis reconhecidas por todos, encerra um comportamento perverso que culmina com a manipulação da justiça, da família e da sociedade.
As revelações são sucessivas ao longo da história.
O final do livro é surpreendente e justifica a leitura que nos revela os contornos psicológicos deste tipo de problema.
Uma história de sobrevivência e de coragem.
Conseguirá Lou denunciar Mike e ajudar Chloe?
Wendy, que a determinada altura percebemos ser a mulher de Mike acaba por ter um papel determinante na história.
Mike revela chegar onde ninguém suspeitaria.
Afinal Lou terá sido 'a que escapou'.
Um alerta para o que se pode estar a passar à nossa volta e de quem sofre em silêncio.
Já leram este livro?
Ou outros da autora?


ISBN: 9789898917249
Edição ou reimpressão: 09-2018
Editor: TopSeller
Idioma: Português
Dimensões: 150 x 229 x 20 mm
Encadernação: Capa mole
Páginas: 320
Tipo de Produto: Livro
Classificação Temática: Livros em Português > Literatura > Policial e Thriller

SINOPSE:
Quando Ben, o novo namorado de Louise, a tenta levar numa viagem-surpresa a França, ela entra em pânico, sai do carro e foge. Ben não entende. Não pode entender, porque não sabe o que aconteceu a Louise da última vez que um namorado a levou pelo canal da Mancha. Ela tinha 14 anos. Mike tinha 31. E o que aconteceu deixou marcas em Louise para sempre.
Hoje com 32 anos, Louise nunca conseguiu ter uma relação estável. Guarda o seu segredo inconfessável dentro do peito e, por isso, ninguém a conhece verdadeiramente. Depois do que aconteceu com Ben, decide fugir do mundo e isolar-se. Abandona Londres, deixa os amigos e começa a procurar um novo emprego perto da casa onde cresceu, que agora lhe pertence.
 Ao instalar-se, descobre que Mike, agora com 49 anos, ainda vive e trabalha na vila. Quando o vê a beijar uma rapariga de 13 anos, Louise decide que já chega.
 Está na altura de Mike sentir o medo com que Lou vive desde aquela viagem. 

SOBRE A AUTORA:
 C. L. Taylor é autora bestseller de thrillers psicológicos. Os seus livros venderam para cima de um milhão de exemplares, tendo já sido traduzidos em mais de 20 línguas.
 Nasceu em Worcester, no Reino Unido, e formou-se em Psicologia pela Universidade de Northumbria.
 Dedica-se, desde 2014, à escrita a tempo inteiro.

AO SOL DE TÂNGER, DE CHRISTINE MANGAN, DA EDITORIAL PRESENÇA

A minha última leitura foi um triller psicológico, o primeiro romance de Christina Mangan, da editorial Presença, publicado em Setembro de 2018.
Há algum tempo que não lia este tipo de livros.
A história é contada na primeira pessoa das duas personagens principais Alice e Lucy e transporta-nos para o íntimo e universo pessoal dessas duas personagens.
A história passa-se em Tânger, Marrocos em 1958 e termina em Málaga, Espanha, pouco tempo depois.
Li o livro sem sequer ter lido a sinopse, o que contribuiu para uma grande surpresa na revelação das intenções das personagens e também das reviravoltas e surpresa final
Como fiquei surpreendida, no final da leitura, voltei a ler o prólogo e percebi tudo nas entrelinhas.
A profundidade da psicologia de cada personagem ficou bastante mais clara quando folheei as entradas de Alice até o final do livro, tendo lido de seguida as entradas de Lucy.
Ao longo da história vamos percebendo o background das duas personagens e as suas motivações.
Trata-se de uma história que aborda o impacto psicológico de traumas do passado e de como cada um reage de maneira diferente.
É ainda uma história sobre os limites da amizade e o poder da manipulação para se atingir determinado propósito.
Sobre chantagem emocional e como de forma ardilosa se pode manipular de forma definitiva alguém a ponto de provocar uma confusão tal que o outro passa por louco.
Considerei uma história interessante do ponto de vista literário, pois na vida real seria uma história assombrosa.
Fica-se com a reflexão acerca da manipulação, a que poderemos estar submetidos sem  nos apercebermos, por parte de outras pessoas que apenas pensam nos seus propósitos egoístas.
Sobre dois tipos de perturbação: a de quem acaba por ser manipulado, tem consciência disso e não se consegue libertar e a de quem manipula ultrapassando a liberdade do outro.
A descrição das incursões na cidade de Tânger é muito interessante, transportando-nos para outro lugar como se de uma pequena viagem se tratasse.
O final foi surpreendente.
Já leram este livro?
Qual a vossa opinião?




ISBN: 9789722362641

Edição ou reimpressão: 09-2018
Editor: Editorial Presença
Idioma: Português
Dimensões: 147 x 226 x 18 mm
Encadernação: Capa mole
Páginas: 288
Tipo de Produto: Livro
Coleção: Grandes Narrativas
Classificação Temática: Livros em Português > Literatura > Policial e Thriller

SINOPSE:
A última pessoa que Alice espera ver quando chegou a Tânger, com o seu novo marido, é Lucy Mason. Depois de um acidente em Bennington, as duas jovens - outrora colegas de quarto inseparáveis - não se viam há mais de um ano. Mas ali está Lucy, a tentar reparar as coisas e recuperar a cumplicidade de antigamente. Alice talvez devesse sentir algum alívio por ter ali uma amiga, ela ainda não conseguiu adaptar-se à sua vida em Marrocos; tem medo de se aventurar na confusão das medinas e o calor opressivo apavora-a. Lucy, independente e destemida como sempre, ajuda Alice a sair do apartamento e a explorar o país. Porém, Alice depressa dá por si dominada por um sentimento que já conhece: o controlo constante de Lucy.
Para agravar a situação, John, o marido de Alice, desaparece e ela começa a questionar tudo à sua volta: a relação com a sua enigmática amiga, a decisão de se mudar para Tânger e até a sua própria sanidade mental. Uma história afiada como um punhal, numa estreia literária cheia de peripécias, exotismo e charme, escrita com tal mestria, que deixará o leitor arrebatado.

SOBRE A AUTORA:
Christine Mangan tem um doutoramento em Língua e Literatura Inglesa pela University College de Dublin. A sua tese focou-se na Literatura Gótica do século XVIII e possui um mestrado em Escrita de Ficção pela University of Southern Maine. Ao Sol de Tânger é o seu primeiro romance cujos direitos foram vendidos para 22 países.

domingo, 3 de fevereiro de 2019

DEPOIS DOS 40: ESQUALANO (SQUALANE), PARA QUE SERVE E COMO USAR

De regresso a este cantinho para deixar o registo acerca de mais um ativo amigo da nossa pele: o esqualano ou squalane.
Há imenso tempo que não falava neste tipo de ingredientes, mas continuo atenta à rotulagem, procurando efetuar escolhas cada vez mais conscientes, sem óleos minerais e se possível sustentáveis, amigas do ambiente, sem o recurso a testes em animais.

O QUE É E PARA QUE SERVE:
- o esqualano é um óleo, componente constituinte da camada protetora da pele;
- pode ser obtido através de óleos vegetais como o azeite;
- não comedogénico, isto é, não entope os poros;
- tem propriedades antioxidantes (da família dos isoprenóides) atuando contra a ação dos radicais livres na degradação das células;
- possui propriedades de captação das moléculas de água, libertando moléculas de oxigénio que asseguram a renovação celular e é facilmente absorvido pela pele;
- possui propriedades anti-bacterianas;
- ao auxiliar o processo de renovação celular, combate os mecanismos de envelhecimento cutâneo.

Por estes motivos, assegura que certos produtos de dermocosmética apresentem a textura ideal para serem melhor absorvidos pela pele, tornando-os por isso mais eficazes.
É assim muito uitilizado na indústria dermocosmética como emoliente e hidratante.
Pode ser utilizado a partir dos 30 anos, quando começa a diminuir a sua produção pelo organismo.

COMO USAR:
Pode ser aplicado de manhã e à noite pois atua protegendo do stress oxidativo celular.
Deve ser aplicado sobre a pele bem limpa para não favorecer a penetração de impurezas ou resíduos de maquilhagem.
Bem tolerado por todos os tipos de pele.
De acordo com referências de dermatologistas pode ser utilizado por grávidas e lactantes.
Como se trata de um óleo, deve ser aplicado depois dos serums ou cremes à base de água.

O QUE USAR:
Um produto com boa relação qualidade preço para além se ser bio, é o óleo 100% squalane da The Ordinary.
Estes óleos podem ser aplicados nas pontas do cabelo para aumentar a sua hidratação e proteger do calor do secador ou prancha.





Deixo sempre a ressalva que convém consultar o dermatologista antes de se utlizar certos ativos, para termos a certeza que o mesmo é adequado às nossas necessidades.


sábado, 2 de fevereiro de 2019

QUANDO LISBOA TREMEU, DE DOMINGOS AMARAL, CASA DAS LETRAS

De volta a este espaço para deixar o registo da minha última leitura: Quando Lisboa tremeu, de Domingos Amaral, pela Editora Casa das Letras, editado em Setembro de 2010.
A escrita permite uma leitura muito fácil, transportando-nos para a manhã do dia 1 de Novembro de 1755 em Lisboa, quando ocorreu  um dos terramotos mais mortíferos da história, que terá chegado à escala 9 de Ritcher e que abalou a zona Centro e Sul do país, tendo destruído povoações inteiras. O Algarve foi também fortemente atingido. Foi seguido de um tsunami com ondas com mais de 20mts. Em simultâneo, surgiram incêndios incontrolados na sequência do abalo devastador e das inúmeras réplicas nos dias e semanas que se seguiram.
A Narrativa é escrita por um dos personagens, o 'pirata' Santamaria que descreve a sua experiência pessoal e os factos que lhe terão sido relatados pelos outros personagens principais.
O livro transporta-nos literalmente para as ruas de Lisboa, lugares que agora conhecemos e que imaginamos à época.
Filipe Assunção era um marinheiro ao serviço da coroa portuguesa, que foi feito prisioneiro por piratas na sequência de um assalto. Quando o navio pirata onde se via obrigado a servir foi abordado e aniquilado pela esquadra Francesa, foi de novo feito prisioneiro e enviado para a capital do reino para a prisão do Limoeiro, aguardando julgamento por pirataria, conjuntamente com um pirata, o árabe Muhammed, com quem tinha alguma afinidade. Filipe era então chamado de Santamaria, o nome da embarcação pirata onde foi apanhado. No momento do terramoto estava concretizando um plano de fuga, deparando-se em simultâneo com a vingança de prisioneiros piratas espanhóis que o perseguem de forma implacável.
A irmã Margarida, jovem e bonita encontrava-se na prisão da Inquisição do Rossio, condenada à morte por imolação. Aterrorizada com o fogo, decide enforcar-se na véspera, na hora exata do terramoto. Margarida encerra alguns segredos.
Hugh Gold, um capitão Inglês, mulherengo, encontra-se em casa perdido nos seus pensamentos acerca de como se poderia livrar de vez da sua esposa, quando ocorre o terramoto.
O rapaz Filipe encontrava-se na igreja de São Vicente de Fora com a sua mãe quando decide regressar a casa para ir buscar a sua irmã gémea que se tinha atrasado. O rapaz estava preocupado com um eventual abuso do padrasto sobre a sua irmã. Mal sai da igreja, acontece o terramoto.
O cão do rapaz acompanha também toda a história e foi determinante para a localização da irmã do rapaz. No meio do caos o rapaz continua determinado e sempre com esperança de resgatar a irmã com vida.
Sebastião de Carvalho e Melo, então ainda Secretário dos Negócios Estrangeiros e Guerra, conhecido pela alcunha 'Carvalhão' dos tempos de juventude, encerra um segredo que o liga ao pirata Santamaria. Para não ver a sua posição melindrada, persegue Santamaria com o objetivo de o condenar à execução.
O Rei D. José e o escrivão Bernardino (que conhecia o Carvalhão e o pirata Santamaria dos tempos de juventude), na altura do terramoto encontravam-se a assistir à missa em Belém, uma zona pouco afetada pelo terramoto.
Bernardino assume sempre uma posição moderada.
A escrava Ester encontrava-se a servir no Paço Real, bem como Abrão, um negro misterioso, tendo sobrevivido ao abalo.
Todas estas personagens cruzam-se ao longo da história, ficando interligadas de forma irremediável.
O livro encontra-se dividido em 4 partes que aludem aos elementos envolvidos na tragédia: terra (alude ao sismo e abalos), água (alude ao tsunami), fogo (em alusão aos incêndios que alastraram de forma descontrolada), ar (alude aos estampidos das armas).
O livro descreve o caos, as perseguições, pilhagens, violações e assassinatos, injustiças, prevalência dos interesses individuais. Em suma, o retrato mais negro do que se pode passar quando reinam a anarquia, a ambição e a fome.
Do meu ponto de vista, as descrições dos pormenores dos mortos foram um pouco repetitivas, embora o que se terá passado terá sido sem dúvida assombroso e generalizado por toda a zona central e oriental de Lisboa.
Enquanto Santamaria, Muhammed e Margarida fogem à justiça, o rapaz tenta resgatar a irmã gêmea que ficou soterrada.
A história relata tentativas desesperadas de sobrevivência dos personagens ao longo das horas e dos dias que se seguiram ao abalo.
O narrador refere na página 107: "aqueles foram dias terríveis, dias em que perdemos os nossos gestos e os nossos pensamentos mais bondosos, dias em que o imperativo da sobrevivência e a presença constante do sofrimento e da morte nos alteravam, nos faziam praticar atos desagradáveis e até injustos ou criminosos; dias em que as regras se suspenderam e vieram ao de cima as vontades mais primitivas de cada um, o seu lado irracional, os seus medos e as suas raivas; dia em que deixámos de ser humanos e nos tornámos praticamente animais, sem razão ou compaixão, onde tido o que queríamos era fugir e viver, e para isso faríamos o que fosse preciso, mesmo que horrível. Apesar de todos falarem de Deus aqueles foram os dias em que Deus abandonou as pessoas e as deixou a sós no confronto com uma natureza brutal."
Entretanto, Sebastião José convence o Rei a retomar a ordem na capital pela força militar e no seu íntimo deseja capturar o pirata.
A estratégia terá sido a de evitar a fuga em massa da população e restaurar a ordem através da força militar, aprisionado os foragidos e os bandos de criminosos que alastraram. Entre relocalizar a cidade para a zona ocidental segura, terá sido decidido reconstruir a cidade na mesma zona deixando a zona segura para a elite. O paço real foi também erigido na ajuda, zona segura, mas em estrutura de madeira, tendo ficado conhecido como a Real Barraca.
O epílogo desvenda o destino do pirata Santamaria revelando que nesta vida as injustiças podem nos surpreender. Mas Santamaria se antes se sentira perdido, percebe a força do amor incondicional.
Este livro é uma espécie de relato autobiográfico do pirata Santamaria que foi uma espécie de vítima do sistema ao não lhe serem salvaguardadas as circunstâncias em que foi feito prisioneiro pelos piratas. Por outro lado, Sebastião José ao prosseguir os seus interesses pessoais ambiciosos, esquece a sua antiga lealdade, preferindo condená-lo à morte.
Uma história de aventura com muita ação, mistérios e algum romance à mistura.
Já leram?
Qual a vossa opinião?


ISBN: 9789724619866
Edição ou reimpressão: 09-2010
Editor: Casa das Letras
Idioma: Português
Dimensões: 156 x 233 x 32 mm
Encadernação: Capa mole 
Páginas: 488
Tipo de Produto: Livro
Classificação Temática: Livros em Português > Literatura > Romance

SINOPSE:
Lisboa, 1 de Novembro de 1755. A manhã nasce calma na cidade, mas na prisão da Inquisição, no Rossio, irmã Margarida, uma jovem freira condenada a morrer na fogueira, tenta enforcar-se na sua cela. Na sua casa em Santa Catarina, Hugh Gold, um capitão inglês, observa o rio e sonha com os seus tempos de marinheiro. Na Igreja de São Vicente de Fora, antes da missa começar, um rapaz zanga-se com sua mãe porque quer voltar a casa para ir buscar a sua irmã gémea. Em Belém, um ajudante de escrivão assiste à missa, na presença do Rei D. José. E, no Limoeiro, o pirata Santamaria envolve-se numa luta feroz com um gangue de desertores espanhóis.
De repente, às nove e meia da manhã, a cidade começa a tremer. Com uma violência nunca vista, a terra esventra-se, as casa caem, os tetos das igrejas abatem, e o caos gera-se, matando milhares. Nas horas seguintes, uma onda gigante submerge o terreiro do Paço e durante vários dias incêndios colossais vão atemorizar a capital do reino. Perdidos e atordoados, os sobreviventes andam pelas ruas, à procura dos seus destinos. Enquanto Sebastião José de Carvalho e Melo tenta reorganizar a cidade, um pirata e uma freira tentam fugir da justiça, um inglês tenta encontrar o seu dinheiro e um rapaz de doze anos tenta encontrar a sua irmã gémea, soterrada nos escombros.


SOBRE O AUTOR:
Domingos Freitas do Amaral é diretor da revista GQ, e cronista dos jornais Correio da Manhã e Record. Formado em economia, e com Mestrado em Relações Internacionais na Universidade de Columbia em Nova Iorque, iniciou a sua carreira jornalística n’O Independente, tendo depois sido diretor da revista Maxmen