Dicas da Lu: Marie Benedict
Mostrar mensagens com a etiqueta Marie Benedict. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Marie Benedict. Mostrar todas as mensagens

quinta-feira, 22 de agosto de 2019

A ÚNICA MULHER NA SALA, DE MARIE BENEDICT, PELA TOPSELLER

Mais um tempo passado à volta de um livro, desta vez a obra 'A única mulher na sala' de Marie Benedict, uma edição de Abril de 2019 pela Editora Topseller.
Trata-se de um romance biográfico ficcionado acerca da atriz e inventora Hedy Lamarr e da sua história de vida, que foi extraordinária, na época do auge dos tempos da ocupação europeia pelos Nazis e subsequente tragédia humanitária provocada pelo antisemitismo.
Este livro realça o contexto dos anos 30 do século passado em que a mulher era relegada para segundo plano, não se reconhecendo o seu papel na sociedade, em particular, se uma descoberta científica capaz de colocar os Aliados um passo à frente do inimigo fosse patenteada por uma mulher, não seria aceite de forma consensual.
Percebemos que a invenção de Hedy está na base do sistema de comunicações atual de wifi e celulares, sendo desconhecida da grande maioria das pessoas.
Contudo, esta invenção foi ignorada durante décadas e só em 1990, sim nos anos 90, Hedy recebeu o reconhecimento da sua invenção, embora a patente já tivesse expirado há largos anos.
Esta omissão deveu-se sem dúvida ao preconceito quanto às capacidades das mulheres.
Este livro é muito interessante pois dá-nos a conhecer o legado de Hedy, a par de ficcionar as circunstâncias invulgares e marcantes da sua vida.
A história, com 296 páginas está contada na primeira pessoa de Hedy Kiesler, a personagem principal e encontra-se dividida em duas partes.
A primeira parte desenvolve-se ao longo de 25 capítulos e decorre na Áustria de Maio de 1933 a Agosto de 1937. 
A segunda parte apresenta 18 capítulos e desenrola-se de Setembro de 1937 em Inglaterra e fecha em Setembro de 1942 na Pensilvânia.
Hedy não se resumiu apenas a uma cara bonita do mundo do cinema Norte-Americano, desempenhou inúmeros papéis, sendo o principal a de uma pessoa muito curiosa, aspirante, inventora, resiliente, mantendo sempre a sua identidade judia.
Hedy perante a marginalização do mérito feminino terá usado com inteligência os seus papéis como distração, enquanto tentava alcançar os seus objetivos agarrando todas as oportunidades para a sua redenção perante a opressão antisemita.
Na primeira parte conhecemos o percurso de Hedy que aos 19 anos já representava o papel de Sissi em Viena, acabando por atrair as atenções de um industrial de armamento Friedrich Mandl que apresentava ligações a Mussolini e às facções partidárias que pretendiam instalar um regime autoritário na Áustria.
Com ascendência judia e perante a crescente ameaça de uma ocupação alemã, o casamento com Friedrich Mandl parece garantir a segurança de Hedy e da sua família.
Contudo, face a uma nova aliança de Mussolini com o partido nacionalista Alemão e a crescente ameaça de uma invasão alemã da Áustria, Friedrich começa a transferir de forma dissimulada parte do seu património para a América do Sul e decide a dada altura tomar partido e fornecer armamento ao lado mais forte e antisemita.
Neste contexto, onde Hedy se vê relegada ao papel de mulher troféu, com os movimentos controlados, testemunha inúmeros encontros políticos, começando então a interessar-se pelo armamento, recolhendo informação privilegiada e relevante, apercebendo-se de todas as movimentações políticas eminentes.
Um peso instala-se na sua consciência quando revela informações ao marido, da quais resultaram o cerco de alguns bairros judeus em Viena.
Quando se apercebe do apoio de Friedrich à causa nazi, decide fugir rumo a Paris, Inglaterra e finalmente para a América, omitindo sempre a sua ascendência judia, iniciando uma carreira cinematográfica em Hollywood.
A dada altura, abalada pelos acontecimentos da ocupação da Ásutria pelos nazis, o drama dos refugiados em que muitos navios chegaram a ser bombardeados por torpedos de submarinos alemães fornecidos por Friedrich, decide adoptar um menino judeu refugiado e começa a investigar uma forma dos torpedos dos aliados não serem detectados pelos alemães, através do recurso à multifrequência.
Uma história sobre a vida pessoal de Hedy, que se cruzou fortemente com a geopolítica, sobre coragem, audácia, capacidade de resiliência e adaptação, o desempenho de inúmeros papéis, sobre o papel da mulher na sociedade, e em última análise sobre redenção, a verdadeira liberdade e o sentido da vida.
Uma extraordinária história de vida, com um legado assombroso para a humanidade, reconhecido tardiamente, refletindo a marginalização contínua do mérito das mulheres.
Hedy nasceu a 9-11-1914 e faleceu a 19-1-2000.
Terá sido a inspiração para Walt Disney desenhar a Branca de Neve.
A invenção foi desenvolvida com o trabalho conjunto do compositor George Antheil e foi inspirada num dueto ao piano.
Só na década de 60 a invenção foi utilizada pelo exército Norte-Americano, impedindo que um terceiro bloqueasse o sinal entre o míssil e o emissor.
Só três anos antes da sua morte Hedy recebeu uma menção honrosa do governo dos EUA por ter aberto novos e determinantes caminhos nas telecomunicações.
A primeira parte do livro retrata muito bem o contexto político e militar Austríaco e as alianças de poder.
Na segunda parte após a fuga de Hedy, conhecemos o percurso rumo aos EUA que só muitos privilegiados envidaram, o início da carreira artística em Hollywood, bem como os motivos para Hedy dedicar grande parte da sua energia perseguindo uma invenção com eventual aproveitamento militar.
Um livro muito bom!
Esta autora também escreveu outra obra muito boa, 'A mulher de Einstein', sobre a qual também já deixei aqui o registo.
Já leram?
Qual a vossa opinião?



ISBN: 9789898917799

Edição ou reimpressão: 04-2019
Editor: TopSeller
Idioma: Português
Dimensões: 150 x 228 x 19 mm
Encadernação: Capa mole
Páginas: 304
Tipo de Produto: Livro
Classificação Temática: Livros em Português > Literatura > Romance

SINOPSE:
Um romance poderoso baseado na incrível história da atriz Hedy Lamarr, uma mulher brilhante cuja inovadora invenção revolucionou a comunicação moderna.
Hedy Kiesler é uma atriz austríaca com ascendência judaica que, em 1933, se casa com um poderoso fabricante de armas, o que lhe permite escapar à perseguição nazi. Além de bela, Hedy é também muito inteligente. Nos extravagantes jantares em que participa com o marido, ouve os planos do Terceiro Reich, e percebe que a sua segurança não está garantida e que algo muito grave está a ser planeado. Em 1937, desesperada por escapar ao marido controlador e à ascensão dos nazis, Hedy disfarça-se e foge.
Viaja, então, para Hollywood, onde se torna a estrela de cinema Hedy Lamarr. Mas Hedy esconde um segredo mais forte do que o facto de ser judia: ela tem uma mente científica brilhante. Durante o seu casamento, Hedy ouviu segredos do regime nazi, e agora tem uma ideia que pode ajudar os Aliados, permitindo-lhe igualmente aliviar a culpa que sente por ter fugido. Tudo o que precisa é que não a subestimem devido à sua beleza, e que a ouçam.

SOBRE A AUTORA:
Marie Benedict é uma advogada norte-americana com mais de dez anos de experiência.
Além de tirar a licenciatura em Direito, formou-se também no Boston College em História e História da Arte.
Marie sempre sonhou em desenvolver trabalhos que pudessem dar a conhecer a vida e os feitos de grandes mulheres da História.
Quando começou a escrever, teve finalmente essa oportunidade.
É também a autora dos romances históricos The Chrysalis, The Map Thief e Brigid of Kildare, assinando com o nome Heather Terrell.
Atualmente, vive em Pittsburgh com a família.

domingo, 2 de dezembro de 2018

A MULHER DE EINSTEIN, DE MARIE BENEDICT, DA TOPSELLER

De passagem por este meu cantinho para deixar o registo da minha leitura da semana passada: A Mulher de Einstein, de Marie Benedict, da Topseller, sob a chancela da 2020editora, editado em Maio 2018.
Trata-se de uma obra de ficção acerca da vida e obra de Mileva Maric, primeira esposa de Eisntein, tendo por base uma pesquisa da autora a registos históricos, cartas, artigos e livros.
Tudo terá partido de uma curiosidade da autora quando ajudava o seu filho num trabalho sobre o livro infantil, quem foi Albert Einstein?.
De facto, Mileva Maric, natural da Sérvia, cursou física em Zurique na Suíça, algo muito invulgar para a época.
O livro fala-nos na voz de Mileva Maric e leva-nos para os seus pensamentos, sonhos, projetos, em suma, transporta-nos para o seu íntimo.
Por outro lado, a autora efetua também um retrato histórico e social da época.
Sem dúvida, que Milena Maric, um pouco diferente das outras raparigas, mas fruto de uma posição social favorável, teve uma educação familiar determinante onde se salienta o papel do seu pai para o seu ingresso nos estudos superiores.
Inteligente, mas com uma pequena diferença física, que a poderia limitar para uma vida convencional, dominar a física e matemática eram os pilares a seguir por Milena, tornando-se uma investigadora ou professora Universitária.
Enfrentou o preconceito social não só durante os estudos (onde era a única mulher numa turma de 5 alunos), mas também ao longo da vida, onde conciliar a vida familiar com uma carreira científica parecia impossível.
O livro fala-nos sobre o dia a dia de Milena descrevendo as suas grandes lutas, de Outubro de 1896 a julho de 1914 passando por Zurique, Vake do Shil, Stein am Rhein, Berna, Vale de Engadine na Suíça, Kac na Sérvia, Heidelberg na Alemanha, Lago de _como na Itália, Salzburgo na Áustria, Praga na Checoslováquia, Paris França e Berlim na Alemanha.
O prólogo transporta-nos para a voz de Milena em agosto de 1948.
Determinada a licenciar-se em física, eis que se deixa fascinar a pouco e pouco pelo colega de curso Einstein, que lhe prometendo uma parceria de vida e científica, terá condicionado as suas escolhas.
Só que o companheirismo científico não terá sido o esperado tornando a luta de Mileva muito maior.
Sobre a prossecução de um sonho, o preconceito, a resilência ao longo da vida e como a todo o momento as escolhas podem ditar o futuro.
Vislumbramos neste livro aquilo que poderão ter sido as escolhas de Milena num percurso ditado de muito trabalho, desilusões e perdas.
Einstein revela-se muito para além do brilhante cientista, numa visão inquietante e egoísta.
Milena viu-se de repente em circunstâncias que a levaram a renunciar à sua licenciatura e ao futuro que sonhara. Prescindiu dos seus objetivos a favor do percurso académico e profissional de Eisntein. Sofreu profundas decepções que a relegaram para segundo plano na história.
Brilhante matemática e física, qual terá sido o seu verdeiro papel nas descobertas científicas de Einstein?
O que terá ditado o rompimento da relação?
Este livro fala-nos de escolhas.
Uma leitura emocionante e ao mesmo tempo comovente.
Sem dúvida que relerei este livro, pelo que recomendo vivamente.
Um dos meus preferidos deste ano 2018.
Já leram?
Qual a vossa opinião?



ISBN: 9789898917089
Edição ou reimpressão: 06-2018
Editor: TopSeller
Idioma: Português
Dimensões: 151 x 228 x 21 mm
Encadernação: Capa mole
Páginas: 304
Tipo de Produto: Livro
Classificação Temática: Livros em Português > Literatura > Romance

SINOPSE:
Em 1896, Mileva Maric, uma mulher extremamente inteligente, é a única estudante do sexo feminino a frequentar o curso de Física numa universidade de elite em Zurique. É aí que se apaixona pelo colega Albert Einstein, com quem acaba por casar e ter três filhos. Apesar da total dedicação aos filhos, Mileva nunca abandona a sua paixão pela ciência, trabalhando em conjunto com o marido e contribuindo para estudos científicos tão importantes como a Teoria da Relatividade.
Contudo, por nunca ter concluído a licenciatura, todo o mérito dos artigos que escreve com o marido é-lhe atribuído a ele. À medida que a fama de Albert Einstein aumenta, cresce também o receio de Mileva de que as suas próprias ideias científicas permaneçam para sempre sob a sombra do marido, com quem mantém uma relação cada vez mais conturbada.
A Mulher de Einstein é um romance, inspirado em factos reais, que relata a história da primeira mulher de Einstein, uma cientista brilhante cuja contribuição para a Teoria da Relatividade continua a ser altamente debatida.

SOBRE A AUTORA:

Marie Benedict é uma advogada norte-americana com mais de dez anos de experiência. Além de tirar a licenciatura em Direito, formou-se também no Boston College em História e História da Arte. Marie sempre sonhou em desenvolver trabalhos que pudessem dar a conhecer a vida e os feitos de grandes mulheres da História. Quando começou a escrever, teve finalmente essa oportunidade.
É também a autora dos romances históricos The Chrysalis, The Map Thief e Brigid of Kildare, assinando com o nome Heather Terrell.
Atualmente, vive em Pittsburgh com a família.

Este é o primeiro livro da autora.

LINK DE UMA ENTREVISTA DA AUTORA ACERCA DESTE LIVRO