Dicas da Lu: Cláudia Cruz Santos
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sexta-feira, 26 de abril de 2019

A VIDA OCULTA DAS COISAS, DE CLÁUDIA CRUZ SANTOS, BERTRAND EDITORA

A vida oculta das coisas da escritora Cláudia Cruz Santos foi editado em Março 2019 pela Bertrand Editora e foi a minha última leitura.

O tema difere das minhas últimas leituras por ser mais sério, mas não deixou de ser bastante interessante.

Este livro desenvolve uma história de ficção que aborda o tema dos refugiados e da exploração sexual e tráfico humano.

Um livro sobre sobrevivência e libertação nas suas múltiplas dimensões. Sobre a crueldade física e psicológica do tráfego humano. Sobre esperança e ligações humanas apesar do caos e traumas.

O narrador vai descrevendo o decurso dos acontecimentos ao longo dos quais vamos conhecendo as diferentes personagens, contextos e motivações.

A leitura flui apesar da crueza do tema abordado.

Uma chamada de atenção para uma realidade muitas vezes encoberta mas presente na sociedade contemporânea.

A história está estruturada ao longo de 22 capítulos, cujos títulos apresentam a designação de um objeto central ao contexto descrito na história que vai sendo narrada em cada capítulo, na verdade, a verdadeira vida oculta das coisas.

Viriato é um engenheiro informático com pouco mais de 30 anos com uma vida aparentemente pacata. A avó sofre um acidente e a sua vida fica virada do avesso quando por um acaso aleatório conhece Carolina e também Alma, duas mulheres que estão longe de serem o que parecem.

Alice é a avó de Viriato, octogenária atenta ao mundo que a rodeia e com vitalidade.

Mariana a mãe de Viriato ficou viúva jovem e quando o filho sai de casa, depois de reformada ruma ao sul do país com um conjunto de amigas onde compram uma casa e vivem em comunidade.

Manuela, Mónica, Leonor e Adelaide são as quatro amigas de Mariana, muito diferentes entre si mas com o propósito comum de não se deixarem vencer pelo isolamento e pela solidão.

Alberto é o dono da empresa onde Viriato trabalha e tem com este uma relação paternal apesar dos conselhos nem sempre serem os melhores.

Carolina, a misteriosa rapariga que se cruza com Viriato no hospital onde o seu avô está internado em fase terminal.

Alma vivia no Nordeste brasileiro numa favela. Aos 15 anos uma paixão por um português que dizia ter negócios, por causa da sua promessa de casamento chega a Portugal onde é presa numa rede de exploração sexual e tráfico de pessoas.

Asali, nigeriana era casada e foi abandonada pelo marido em contexto de poligamia. Responsável pela sua recém nascida doente, a prostituição foi a sua única hipótese de sobrevivência. Chega a Portugal pela rota de refugiados do mediterrâneo. Não consegue fazer chegar dinheiro à família e acredita em ameaças de feitiçaria.

Luba foi raptada na zona rural da Roménia quando se dirigia para a escola. Foi levada em condições miseráveis e violentas para Itália  e é a mais traumatizada tendo ficado dependente das drogas porque começou a ser drogada à força.

Renato é o dono de vários estabelecimentos de diversão noturna e estima mais os cães de guarda, considerando as mulheres apenas mercadoria mais rentável que droga.

Carmen, colombiana, ex-prostituta é a companheira de Renato que gere as mulheres exploradas mas receia ser colocada de lado por Renato.



ISBN: 9789722537711
Edição ou reimpressão: 03-2019
Editor: Bertrand Editora
Idioma: Português
Dimensões: 150 x 235 mm
Encadernação: Capa mole 
Páginas: 256
Tipo de Produto: Livro                        
Classificação Temática: Livros em Português > Literatura > Romance

SINOPSE:
A placidez da existência de Viriato é abruptamente interrompida quando a avó é levada de urgência para o hospital, onde ele conhece Carolina. Imperscrutável, sensual e perigosa, Carolina é uma mulher que esconde segredos e que se instala na casa dele desencadeando acontecimentos imprevisíveis. Mariana, a sua mãe, e Alberto, o seu patrão, unem-se, sem que ele saiba, para eliminar aquela ameaça. Em rutura com a tranquilidade da sua vida anterior, Viriato visita a Casa Cinzenta, onde moram pessoas que são tratadas como coisas por um «empresário» cruel e violento.
Apesar dos avisos de Alberto para Viriato se afastar antes que se dê alguma tragédia, mulheres como Luba, a romena, e Asali, a nigeriana, fascinam-no e inquietam-no - mas é o encontro com Alma que o fará mudar de rumo, levando-o a descobrir uma outra forma de amar e forçando-o a refletir sobre os seus limites, sobre o que é a liberdade de escolha e sobre os acasos a que alguns preferem chamar destino.

SOBRE A AUTORA:
Cláudia Cruz Santos nasceu em Aveiro em 1971.
Doutorou-se em Ciências Jurídico-Criminais pela Faculdade de Direito de Coimbra, onde é professora auxiliar e docente de Direito Processual Penal e de Criminologia.
Foi a primeira mulher a presidir a um Órgão Disciplinar das competições profissionais de futebol em Portugal, foi assessora do ministro da Justiça entre 2000 e 2002 e foi uma das representantes portuguesas no Grupo de Estados contra a Corrupção do Conselho da Europa.
É autora de várias obras jurídicas já publicadas.
Em 2017, o seu primeiro romance, Nenhuma Verdade se Escreve no Singular, foi publicado pela Bertrand Editora.