No
início deste Outono descobri dois livros, romances históricos (de 5 dado que só
foram editados em Portugal os 2 primeiros) de uma autora Inglesa, Elizabeth
Jane Howard.
São
livros que nos transportam para a saga de um família de classe média inglesa,
na primeira metade do século XX, através de uma escrita leve mas extremamente
pormenorizada e rica na descrição das personagens e dos ambientes.
Aquele
tipo de história que nos prende do início ao fim do livro num suspense acerca
do que sucederá a cada um dos personagens.
Uma
saga histórica, o primeiro volume passa-se nos anos idílicos antes da guerra e
o segundo volume retrata como a guerra interferiu com o quotidiano, os sonhos e
o destino de cada um.
Estou
na expetativa para que sejam publicados no nosso país os outros volumes desta
saga, que terá sido adaptada pela BBC.
Já
leram estes livros?
Conhecem
outros livros da autora?
SOBRE
A AUTORA:
Elizabeth Jane Howard nasceu em Londres em 1923.
Foi
atriz e modelo antes de se tornar romancista.
Autora premiada, publicou catorze romances no total.
Em 2002 foi-lhe concedido o título de CBE (Dama Comendadora
da Ordem do Império Britânico).
As Crónicas da Família Cazalet são já um clássico moderno,
tendo sido adaptadas para a BBC.
Elizabeth faleceu em 2014, aos noventa anos.
Elizabeth Jane Howard teve uma carreira subestimada em parte
pelo modo como as mulheres da sua geração eram vistas no mundo literário,
resultado de uma sociedade que encarava a educação feminina como uma excepção.
Elizabeth Jane Howard manteve-se na sombra e na chamada
literatura séria até morrer, aos 90 anos, em 2014. Hilary Mantel, outra
escritora britânica, autora de um dos mais envolventes textos que incitam à
leitura de Howard, publicado noGuardian em 2016, defende essa tese: os romances
de Jane eram de uma mulher e a opinião geral era que mulheres escreviam para
mulheres. E assim, no entender da autora, a crítica desprezou aquilo que fazia
de Howard uma escritora singular: a elegância, a inteligência e o humor com que
falava do desajuste, da frustração, da desobediência — objectiva ou
inconsciente — à norma. Na sua vida pessoal havia material para alimentar esse
filão literário do desacerto.
“Os romances são para mostrar às pessoas como são outras
pessoas “, disse Howard numa entrevista ao Guardian em 2014, pouco antes de
morrer, com 60 anos de carreira e 18 livros terminados. E continuava: “É a
única maneira de escrever. Eu não seria boa em desconstrução. Não tive muita
educação. Então tive eu que fazer isso, lendo para me educar. A minha família
nunca pensou em me mandar para a universidade. Na minha geração, a maioria das
meninas não foi”. Nesta passagem, no fim da sua vida, ela explicava um percurso
acidentado feito da obstinação em não se acomodar ao que se esperava de uma
mulher da sua condição: casar e cuidar da casa. Na adolescência podia ter sido
ela a manifestar o medo verbalizado por uma das suas personagens, Louise
Cazalet, de 14 anos: “somos obrigadas a viver vidas inúteis...”
Como quase todos os livros de Elizabeth Jane Howard, há
neste muito de autobiografia e influência da que foi a sua maior inspiração:
Jane Austen. A profundidade das personagens femininas, o modo de narrar ou
aceder ao íntimo dos outros sem pretensão moralista, valorizando o detalhe
quotidiano; ou mostrando o tédio, a angústia ou a nostalgia através da
encenação de gestos, ambientes, usando o humor para desmontar a pretensão
humana. Ao fazer isto, ilumina tanto a sua própria rebelião contra o papel da
mulher, como denota a submissão a que por vezes cedeu. Sobretudo nos anos em
que sendo mulher de alguém, como a própria disse, incapaz de estrelar um ovo,
tinha de cuidar de uma grande casa sempre cheia de gente, a casa de Amis. Ela
acabou assim num papel secundário que não quis mas que alimentou. Parte da
contradição que a define, ou da insegurança, vontade de ser amada, volatilidade
e uma coisa que para ela era maior do que a literatura: o amor romântico.
Kingsley Amis terá sido a junção perfeita, à partida.
Quis ser actriz, casou cedo, deixou o primeiro marido e a
filha de três anos, Nicole, nascida numa noite de bombardeamentos em Londres na
II Guerra Mundial. Aí para se dedicar em exclusivo à literatura. Foi nessa
altura, depois de um atitude que classifica como “egoísta”, mas necessária, que
publicou o primeiro romance, The Beautiful Visit (1950). Enquanto isso, para se
sustentar, foi secretária, fazia revisão de textos, era modelo da Vogue. Em
1956 publicou The Long View, o segundo romance e com ele veio o reconhecimento
público. Hilary Mantel refere-se a esta fase criativa de Howard como
“efervescente”, e de um talento que parecia “imparável”. Teria sido?
Secretamente ou não ela perseguia ainda com mais afinco o amor romântico.
Voltou a casar, mas não conseguiu suportar mais de um ano um
segundo casamento. No início dos anos 60 conheceu Kingsley Amis, um ano mais
velho, e ele apareceu-lhe como uma espécie de salvador. Eram dois nomes bem
sucedidos nas respectivas carreiras literárias e tinham outro aspecto em comum:
um e outro usavam a autobiografia de forma clara na escrita. Mas entre eles,
Elizabeth foi quem consumou melhor esse contágio directo da biografia na obra.
Depois de se separar de Kingsley precisava de arrancar com um
projecto. Tinha duas hipóteses: fazer uma espécie de actualização
deSensibilidade e Bom Senso — outra vez Jane Austen — ou escrever uma saga
familiar, baseada na sua própria experiência, em vários tomos. E o que era para
ser uma trilogia estendeu-se a um quarteto e finalmente a uma saga completada
pouco tempo antes da morte de Howard. Começa com este Os Anos da Inocência,
seguem-se Marking Time, Confusion, Casting Off e, quando o quadro parecia
fechado, com outros livros pelo meio, entre elas as memórias, publica All
Change em 2013. A intenção era falar de uma sociedade marcada pela guerra não
através das batalhas, mas do modo como a guerra interfere com o quotidiano, o
trauma e o medo privados e as suas repercussões.
SINOPSE
DE 'OS ANOS DA INOCÊNCIA'
ISBN:
9789892340296
Edição
ou reimpressão: 11-2017
Editor:
Edições Asa
Idioma:
Português
Dimensões:
156 x 233 x 34 mm
Encadernação:
Capa mole
Páginas:
520
É a narrativa de uma família da classe média alta a viver
entre Londres e o campo inglês nos anos que precedem a II Guerra Mundial.
Arranca no Verão de 1937 e com a aparente tranquilidade do Sussex a esconder o
lado mais negro e íntimo de cada um dos seus habitantes. Nada mais do que a
família da própria Jane aqui ficcionada. São os Cazalet.
Sussex, 1937.
O verão é sempre uma altura animada para os Cazalet. Os
irmãos Hugh, Edward e Rupert levam as suas mulheres e filhos para a casa de
campo da família, onde se juntam aos pais e à irmã Rachel. Os dias soalheiros
são preenchidos com jogos, piqueniques na praia, passeios e banquetes. São dois
meses repletos de alegre confusão para o clã.
Mas nem este idílico cenário consegue afastar medos, dor e
solidão. Hugh vive atormentado pelas memórias dos campos de batalha em França,
e teme que o mundo entre novamente em conflito. O charmoso Edward tem assuntos
mais mundanos com que se preocupar - desde que a mulher, Villy, uma
ex-bailarina entediada, não descubra. Rupert, artista talentoso, descobre que
não consegue ser simultaneamente bom pintor e bom marido. E a lealdade feroz de
Rachel para com a família parece arruinar quaisquer perspetivas amorosas que
possa ter.
As três gerações da família Cazalet, os seus criados e amigos,
sentem-se a salvo da tormenta que se avizinha na Europa. São verões
inesquecíveis. Os derradeiros anos da inocência do mundo
CRÍTICAS
«Absolutamente maravilhoso, com rasgos de genialidade.»
Martin Amis
«Elegante, civilizado e cheio de estilo.»
Julian Barnes
«Absolutamente maravilhoso, com rasgos de genialidade.»
Martin Amis
«Elegante, civilizado e cheio de estilo.»
Julian Barnes
SINOPSE
DE 'TEMPO SUSPENSO'
ISBN: 9789892341446
ISBN: 9789892341446
Edição
ou reimpressão: 04-2018
Editor:
Edições Asa
Idioma:
Português
Dimensões: 155
x 233 x 37 mm
Encadernação:
Capa mole
Páginas: 560
Páginas: 560
Sussex,
1939.
Na casa de campo dos Cazalet as janelas estão tapadas e os
alimentos são racionados. Sobre a mansão outrora repleta de sol e de risos
paira a negra sombra da guerra. As crianças despreocupadas da família deram
lugar a adolescentes apreensivos, cada um com os seus desejos e temores.
Louise, agora com dezasseis anos, acalenta o sonho de se
tornar atriz. Clary dedica-se à escrita, e acredita fervorosamente que ainda
voltará a ver o pai, desaparecido em combate. E Polly, de catorze anos, carrega
um fardo que precisa de partilhar. Três jovens entre a infância e a idade
adulta, desesperadas por dar um sentido às suas vidas mas dolorosamente
conscientes dos perigos que se avizinham.
No segundo volume da saga Cazalet, Elizabeth Jane Howard
volta a pintar o retrato de uma época através dos olhos de uma família.
Com uma autenticidade conseguida apenas por quem viveu
nesses tempos, a autora mostra-nos a realidade de uma sociedade em profunda
mutação.
CRÍTICAS
«Requintado e subtil.»
Hilary Mantel
«Elegante, civilizado e cheio de estilo.»
Julian Barnes
«Absolutamente maravilhoso, com rasgos de genialidade»
Martin Amis
Hilary Mantel
«Elegante, civilizado e cheio de estilo.»
Julian Barnes
«Absolutamente maravilhoso, com rasgos de genialidade»
Martin Amis