novembro 2019 - Dicas da Lu

segunda-feira, 18 de novembro de 2019

A FÁBRICA DE BONECAS, DE ELIZABETH MACNEAL, PELA TOPSELLER

Colocando em dia mais uma leitura de Julho, o romance histórico repleto de suspense, A Fábrica de Bonecas, o primeiro romance de Elizabeth Macneal, publicado em Maio de 2019 pela Topseller, com a chancela da 2020 Editora.
Confesso que este livro me surpreendeu.
O livro foi premiado com o Caledonia Novel Award em 2018, tendo sido os direitos televisivos já adquiridos pela produtora Buccaneer Media.
A história passa-se ao longo de aproximadamente 2 anos e meio (Novembro de 1850 a Maio de 1852) e encontra-se dividida em 3 partes.
A 1º parte encontra-se dividida em 10 capítulos que nos vão apresentando os personagens, o contexto em que vivem e as suas inquietações (a loja de curiosidades antigas e modernas de Silas Reed, o rapaz, o empório de bonecas da Sra. Salter, os cachorrinhos, a pintora, a grande exposição, o ladrãozeco, a grande despesa, IPR, a discussão).
A 2ª parte encontra-se estruturada em 44 capítulos, onde se começam a desenhar os contornos da história (o megalossauro, a correspondência, a fábrica, um par de cartas, o pintarroxo, o caixão, a guta e a garança,  leão, a bugiganga, o patinador no lago, a rainha, o casebre, o marfim de dugongo, o lamento do vombate, o luar, semelhante, as flores, o pastor, uma criança, as perguntas, Claude, a mácula, Sylvia, a borboleta, o osso, o cavalheiro, a contemplação, o bilhete, o palácio de cristal, a faca, a visita pré-inaugural, ao nível dos olhos, os ratos, os telhados, a cave, os dentes, uma crítica e uma resposta, a doença, Edimburgo, o cabriolé, a pulga, Lumley Court, a charrete).
A 3º e útlima parte desenrola-se ao longo de 19 capítulos e é onde a acção atinge o seu clímax (p séjour, o silencio, as trufas de caramelo, a clavícula, a colheita de amoras, o vestido, uma companheira, a escuridão, a madame, Guigemar, o bicho, os olhos de vidro, o pão doce de groselha, a campainha, o pombo, a academia real, a água, a agulha, o armário de borboletas).
Finalmente, a encerrar o livro temos a crítica a um quadro pela Academia Real publicada na London News a 22 de Maio de 1852.
A narrativa passa-se nos anos 50 do século XIX em Londres Vitoriana e aborda as discrepâncias de classes, de oportunidades e em que medida a liberdade individual é condicionada por esse contexto.
A personagem principal é a jovem Iris que ficou com uma clavícula sobressaída à nascença, irmã gêmea de Rose, a quem o futuro parecia sorrir, pelo que Iris sentia-se sempre na sombra da irmã.
Até que Rose aos 16 anos sofre de varíola e fica com bastantes marcas no corpo e no rosto, tendo perdido a visão de um olho.
A partir daí foi Rose quem passou a ser ostracizada e sem perspectivas de futuro, sentido Iris a responsabilidade pela condução do futuro da irmã.
Encontramos ambas as irmãs a trabalhar na fábrica de bonecas da senhora Salter, decorando bonecas de porcelana.
Mergulhamos no seu quotidiano e percebemos a relação entre irmãs, o ambiente com a senhora Salter e também a relação com os pais.
Iris tem talento para a pintura, que acaba por não poder desenvolver devido ao contexto social em que se encontra.
Albie é um pequeno rapaz a quem tudo falta e que procura de todas as formas ganhar algum dinheiro para o sustento do dia a dia para si e para a sua irmã que se vê obrigada a prostituir nas mais decrépitas condições por uma questão de sobrevivência pois está sozinha com o irmão.
Albie costura pequenas roupas para a fábrica de bonecas, sentindo grande empatia por Iris.
Em paralelo, Albie vende todo o animal morto que encontra ao taxidermista Silas Reed.
Silas Reed, o antagonista da história, também não teve uma infância facilitada e desde cedo se interessou pela taxidermia, acalentando o sonho de abrir uma exposição com raridades, sendo reconhecido no meio.
Contudo, na sua loja, acaba por conseguir ganhar a vida embalsamando borboletas que vende às senhoras da alta sociedade, a par de outros animais embalsamados que vende a pintores para servirem de modelos.
Candidata-se à grande exposição de arte de Hyde Park, tendo sido aceite por terem ocorrido desistências.
Louis Froust, que é um pintor pré-rafealita de um meio social mais favorecido embora não abastado,  pretende que uma das suas obras que se encontra a elaborar seja destacada na grande exposição de arte de Hyde Park. A sua irmã procura uma modelo para esse quadro.
Por mero acaso Silas cruza-se com Iris e nasce uma atração que começamos a desconfiar se será por Iris apresentar uma deformação física.
Entretanto, Iris aceita posar como modelo para Louis, na expetativa de se libertar da condição em que vivia recebendo em troca aulas de pintura para desenvolver a sua aptidão.
À medida que a narrativa prossegue percebemos os verdadeiros contornos da história e as motivações das personagens.
Vamos juntando as peças de um puzzle.
Uma história sobre as agruras da vida de quem nada tem, sobre a inexistência de degraus sociais, sobre sonhos, expetativas, confiança e entreajuda, ostracismo, obsessões, os limites, sobrevivência, em última instância sobre a liberdade, tudo com uma dose de muito suspense, romance e crime à mistura.
Conseguirá  Iris prosseguir com a pintura e com os seus sonhos?
Conseguirá a ave a quem foram cortadas as penas, escapar e voar da gaiola?
Será a liberdade apenas um flash, uma imagem retida num quadro?
Uma história surpreendente, com um forte desenvolvimento emocional e psicológico, que valerá a pena reler!
A capa maravilhosa retém todos os elementos da história.
Já leram?
Qual a vossa opinião?


ISBN: 9789898917973
Edição ou reimpressão: 05-2019
Editor: TopSeller
Idioma: Português
Dimensões: 150 x 228 x 23 mm
Encadernação: Capa mole
Páginas: 384
Tipo de Produto: Livro
Classificação Temática: Livros em Português > Literatura > Policial e Thriller

SINOPSE:
Uma história inebriante sobre uma mulher que sonha ser artista e o homem cuja obsessão pode destruir o mundo dela para sempre.
Londres, 1850. O edifício que albergará a Grande Exposição está a ser construído em Hyde Park. No meio da multidão que ali se junta, duas pessoas encontram-se por mero acaso. Para Iris, uma aspirante a artista, aquele é apenas um encontro efémero, esquecido passados poucos segundos. Mas para Silas, um colecionador fascinado por coisas estranhas, aquele momento marca um novo começo…
Quando Iris é convidada a posar como modelo para Louis Frost, um pintor pré-rafaelita, ela aceita, com a condição de que Louis também a ensine a pintar. De súbito, o mundo de Iris transforma-se numa experiência dominada pelo amor e pela arte, indo além de tudo aquilo com que sempre sonhou.
Só que o mundo de Iris pode ruir a qualquer momento, pois Silas só consegue pensar numa coisa desde o primeiro encontro de ambos. E a sua obsessão torna-se cada vez mais sombria…

SOBRE A AUTORA:
Elizabeth Macneal nasceu na Escócia e mora atualmente em Londres. Estudou Literatura Inglesa na Universidade de Oxford e, em 2017, completou o mestrado em Escrita Criativa na Universidade de East Anglia, onde recebeu a bolsa Malcolm Bradbury.
Além de escrever, Elizabeth faz peças de cerâmica num pequeno estúdio ao fundo do seu jardim, às quais se dedica tão profundamente quanto à escrita.
A Fábrica de Bonecas é o seu primeiro romance e foi um verdadeiro êxito internacional, tendo sido traduzido para 28 línguas. Venceu o Caledonia Novel Award de 2018 e os direitos para televisão já foram adquiridos pela produtora Buccaneer Media. Saiba mais sobre a autora: www.elizabethmacneal.com

domingo, 17 de novembro de 2019

BIRD OF SORROW, GLEN HANSARD


Even if a day feels too long
You feel like you can't wait another one
You're slowly givin' up on everything
Love is gonna find you again
Love is gonna find you, you better be ready then
You been kneelin' in the dark for far too long
You've been waitin' for that spark, but it hasn't come
Well I'm callin' to you, please, get off the floor
A good heart will find you again
A good heart will find you, just be ready then
Tethered to a bird of sorrow
A voice that's buried in the hollow
You've given over to self-deceivin'
Your prostrate bowed would not be leavin'
You've squandered more than you could borrow
You've bet your joys on all tomorrows
For the hope of some returnin'
While everything around just burnin'
Come on, we gotta get out, get out of this mess we made
And still for all our talk, we're both so afraid
Will we leave this up to chance, like we do everything?
Love is gonna find us again
Love is gonna find us, we gotta be ready then
Tethered to a bird of sorrow
A voice that's buried in the hollow
You've given over to self-deceivin'
Your prostrate bowed would not be leavin'
You've squandered more than you could borrow
You've bet your joys on all tomorrows
For the hope of some returnin'
While everything around you's burnin'
But I'm not leavin' you yet
I'm not leavin' you yet
I'm not leavin'
I'm not leavin', yeah, yeah
I'm not leavin'
I'm not leavin', yeah, yeah
I'm hangin' on
Hangin' on
What's gonna come?
I'm hangin' on now
Hangin' on, hangin' on, hangin' on
Hangin' on, hangin' on, hangin' on
With the faithful
With the faithful
I'm hangin' on
What's gonna come?
What's gonna come?
Hangin' on
Hangin' on
Fonte:
LyricFind
Compositores: Glen Hansard / Glen James Hansard



 

quinta-feira, 14 de novembro de 2019

UM ESTRANHO NA CIDADE, DE KRISTIN HANNAH, PELA BERTRAND EDITORA

De regresso ao mundo dos livros para deixar mais o registo de uma leitura de Julho, um livro de 2009 editado em Maio de 2017 pela Bertrand Editora, Um Estranho na Cidade, de Kristin Hannah.
Este foi o primeiro livro que li desta autora.
O livro tem 414 páginas, encontra-se dividido em 2 partes: a 1ª parte (antes) e a 2ª parte (depois).
A história encontra-se narrada na 3ª pessoa, repleta de diálogos. Já na 2ª parte, o personagem Noah pontua a história com entradas de um seu caderno, refletindo a sua intimidade e o seu ponto de vista dos acontecimentos.
Trata-se de uma história muito emocional e complexa sobre as relações familiares, proximidades e desavenças, adversidades, a prossecução individual de um propósito, o sentido da vida, perseverança, apoio incondicional, recomeços, desenvolvimento pessoal, auto-conhecimento, identidade e redenção.
Esta história entusiasmou-me pois li o livro em muito pouco tempo.
Um aspeto que importa realçar é o facto de vislumbrarmos o crescimento pessoal de cada personagem ao longo da história em função dos acontecimentos. 
A narrativa inicia-se em 1979, salta para o início dos anos 90 e termina passados cerca de 15 anos. Passa-se em Water's Edge, uma quinta onde há mais de 100 anos o patriarca da família se fixou, tendo fundado a cidade de Oyster Shores.
Conhecemos as 3 personagens centrais que são femininas, 3 irmãs e o seu pai já viúvo. A mãe faleceu tinha a mais nova das 3 irmãs 12 anos em 1979.
Winona é a mais velha com menos sensibilidade para os cavalos, formou-se em direito e refugia-se na comida para gerir as suas emoções. Sente pouco apoio do pai e pelo facto de ter peso a mais julga que ninguém se interessa por ela.
Aurora, a irmã do meio, constituiu família cedo, casou com um médico Richard e tem um casal de meninos. Adopta uma postura pacificadora da família.
Vivi Ann a irmã mais nova, é a protagonista da história, muito atraente, não consegue prosseguir os estudos e volta para a quinta do pai onde parece um pouco perdida relativamente ao futuro.
Quando Luke, formado em medicina veterinária, um antigo amigo de infância de Winona, regressa à cidade, acaba por se envolver com Vivi Ann e chega a pedi-la em casamento. Mas Vivi Ann não se sente tranquila para tomar essa decisão.
Winona sente uma atração por Luke mas reprime-se em respeito pela irmã e sofre por isso.
Nessa altura Dallas, um nativo norte-americano chega à cidade e começa a trabalhar na quinta.
Vivi Ann e Dallas sentem uma grande atração e casam em segredo, iniciando uma relação contra o falatório na cidade e a opinião do pai de Vivi Ann.
Só que Dallas com uma personalidade irreverente, parece esconder um passado misterioso.
Um crime acontece na cidade e Dallas acaba por ser incriminado em parte por ter ligações à vítima e talvez também por chenofobia.
Percebemos que Dallas decide afastar-se de Vivi Ann.
Vivi Ann, já grávida de Noah, vive momentos terríveis e assiste à prisão de Dallas e ao desmoronar dos seus sonhos.
Acaba por ter que refazer a sua vida e recuperar a força anímica.
Os anos passam e Noah já adolescente procura a sua identidade, questionando-se sobre o pai e procurando uma reaproximação.
Noah apresenta-se na 2º parte como o protagonista da história.
Conseguirão as desavenças familiares ser ultrapassadas?
Noah encontrará o seu pai e conseguirá que este seja ilibado das acusações?
Os cavalos Clementine e Renegade também ocupam um lugar relevante na história pois representam pontos de contacto e refúgio com a essência de Vivi Ann e Dallas.
Apreciei muito esta história.
Já leram?
Qual a vossa opinião?


ISBN: 9789722534109
Edição ou reimpressão: 05-2017
Editor: Bertrand Editora
Idioma: Português
Dimensões: 148 x 233 x 28 mm
Encadernação: Capa mole
Páginas: 416
Tipo de Produto: LivroClassificação Temática: Livros em Português > Literatura > Romance

SINOPSE:
As irmãs Grey foram sempre chegadas. Na sequência da morte da mãe, as raparigas unem-se ainda mais, tornando-se grandes amigas. O pai, um homem austero, preocupa-se mais com a sua reputação do que com elas. Para Henry Grey, o que conta são as aparências e, anos mais tarde, continua a exigir das filhas que sejam reflexo que ele defende na comunidade. Winona, a mais velha, é a que mais precisa da aprovação do pai. Apaixonada por livros e com uma figura demasiado pesada, nunca se sentiu em casa no rancho que pertence à família há três gerações e sabe que não tem as qualidades valorizadas pelo pai. Mas é a melhor advogada da região e está determinada a arranjar um dia maneira de lhe mostrar o seu valor.
Aurora, a irmã do meio, está sempre a tentar manter a paz na família. É a mediadora de todas as disputas e quer manter toda a gente contente, embora esconda o seu sofrimento secreto. Vivi Ann é a estrela da família. Uma sonhadora de impressionante beleza, com um grande coração, é adorada por todos. Tudo lhe é fácil, até à chegada de um desconhecido à cidade… Numa questão de dias, tudo muda. As irmãs Grey irão virar-se umas contra as outras de um modo anteriormente inimaginável.
As lealdades serão postas à prova, os segredos revelados e um crime terrível e chocante irá abalar a família e toda a cidade. Com um ritmo perfeito e profunda emoção, Um Estranho na Cidade é um romance inesquecível sobre irmãs, rivalidades e perdão.



SOBRE A AUTORA:
Kristin Hannah nasceu em 1960 no sul da Califórnia. Aos 8 anos a família mudou-se para Western Washington. Trabalhou em publicidade, licenciou-se em Direito e trabalhou alguns anos em advocacia, em Seattle. Quando a gravidez a obrigou a ficar de cama durante vários meses, Kristin retomou uns textos antigos que tinha escrita em parceria com a falecida mãe, que sempre dissera que ela seria escritora. O marido encorajou-a e assim que o filho nasceu, Kristin abandonou a anterior atividade profissional e dedicou-se à escrita a tempo inteiro. O primeiro êxito surgiu em 1990 e desde então que a sua profissão é escrever. A autora já publicou 19 romances. Ganhou prestigiados prémios como um "Rita Award" (Romance Writers of América) em 2004 com Between Sisters, e o National Reader's Choice. A sua obra está traduzida em várias línguas. Vive com o marido e filho na costa noroeste dos Estados Unidos.

quarta-feira, 6 de novembro de 2019

DESTINOS, DE JORGE MANUEL LUCAS ALVES, PELA CHIADO BOOKS

Deixo neste meu espaço o registo da leitura do Romance Histórico Destinos, de Jorge Manuel Lucas Alves, uma edição de Outubro de 2019 com a chancela da Chiado Books que me foi gentilmente cedido em ebook pela Editora Chiado Books.
Destinos é o primeiro livro que leio deste autor e o segundo romance histórico de Jorge Alves.
A Narrativa abrange cerca de 25 anos, desenrola-se ao longo de 27 capítulos em 392 páginas, é contada na terceira pessoa e está repleta de diálogos. 
As descrições possibilitam uma percepção, ainda que ficcionada, dos conturbados tempos da Guerra Peninsular e Invasões Francesas que os nossos antepassados vivenciaram no início do século XIX, de Norte a Sul do País, pelo que este romance histórico reveste-se do maior interesse para todos nós.

Nos primeiros capítulos que nos transportam para 1793, chegamos a Lisboa e Ouguela para conhecermos o enquadramento da casa burguesa de Dom Eduardo em Lisboa negociante com Inglaterra, bem como a infância humilde de Agusto e dos seus três irmãos, Augusto que é o personagem principal desta história.
Passados 7 anos, o médico Dr. Dinis, padrinho dos 4 irmãos, perante a eminência de uma invasão espanhola das zonas fronteiriças a partir de Badajoz, orienta o destino das crianças sugerindo aos pais que autorizem a partida de Aurélio para servir no Porto numa casa burguesa de negociantes de vinho com Inglaterra. Os irmãos Júlio e Maria partiriam para Évora. Já Augusto mais arisco, que desenvolvera pontaria na caça com o mosquete do avô, poderia ficar em Ouguela para defender a praça ou então alistar-se eventualmente no regimento de Campo Maior para defesa do território.
Até que em 1801 ocorre uma invasão espanhola do território e Augusto assiste à rendição da fortificação portuguesa de Ouguela e à entrega das suas gentes mediante um acordo de rendição e capitulação aos espanhóis.
6 anos depois somos transportados para o Porto onde perante o crescer da tensão e uma invasão eminente por parte das tropas francesas, a família de burgueses que acolheu Aurélio como empregado, parte para Londres, levando Aurélio.
Augusto já alistado no regimento de Campo Maior envolve-se com a mulher de um oficial e é preso.
Em 1808 a população sofreu um grande saque e violência com a primeira invasão francesa, tendo a família Real fugido para o Brasil.
Os regimentos alentejanos e algarvios são dissolvidos pelos franceses e incorporados num novo regimento e caminham em péssimas condições para Salamanca cumprindo ordens dos oficiais invasores. Ocorreram inúmeras deserções, incluindo a de Augusto, que nesse perigoso processo livra da morte um oficial com patente, também desertor, que afinal é o filho de Dom Eduardo. 
Após o regresso a Portugal, refugiam-se na casa burguesa de Dom Eduardo em Lisboa.
É aí que Augusto conhece a francesa Julliete, que havia sido auxiliada em Londres por Dom Eduardo.
Julliete e o seu pai Antoine conheceram a perseguição em França, tendo os seus conjuges sido assasinados pelos jacobinos, tendo-se refugiado em Portugal.
A atração entre Augusto e Julliete acontece e é a partir daí que toda a trama da história ganha mais força.
Em 1809 no contexto da segunda invasão francesa, vamos encontrar Aurélio no Batalhão da Leal Legião Lusitânia aquartelado em Almeida, desenvolvendo arriscadas missões de emboscada em Espanha, na região de Cuidad Rodrigo atacando os dragões franceses, interceptando e eliminando todas as patrulhas, correios ou destacamentos.
Nessa altura, Aurélio encontra inesperadamente a sua irmã Maria, que se havia tornado guerrilheira naquela zona, sendo o papel dos guerrilheiros crucial para o êxito das missões militares.
Aurélio vê-se também envolvido na batalha de Alcântara com o intuito de evitar a entrada do exército francês em Portugal.
Nessa altura, Augusto já havia sido incorporado na bateria de caçadores, força de elite que manobrava a artilharia pesada.
Em 1810 somos transportados para a preparação das linhas das torres que foram determinantes para a retirada do exército francês no âmbito da terceira invasão francesa.
Apercebemos-nos também do ambiente de espionagem que existiria através do envio de informação ao general Massena, até por parte de altas classes da sociedade portuguesa. Nessa altura, o barão Dom Almeida acusou injustamente o pai de Julliete, que foi rapidamente capitulado por um oficial português.
Augusto no batalhão de caçadores incorporou as forças portuguesas, inglesas e alemãs  que perseguiram o exército francês até o território gaulês.
Na batalha de Albuera Augusto é ferido mas consegue recuperar e integrar as forças que tomaram Baiona/Toulouse em 1814.
Já em 1815 acompanhamos Augusto, Aurélio e Julliete que se descolam a Paris, de cavalo, à procura do barão Dom Almeida para vingar Antoine.
Este livro retrata um tempo muito difícil vivido pelos nossos antepassados, que correram risco de vida e tudo perderam pelo saque ou pela terra queimada para não permitir alimento aos invasores.
As casas senhoriais, as casas burguesas, o património religioso foram também objeto de saque e destruição.
Os homens foram alistados dos 15 aos 70 anos e levaram mais de 15 anos em missões ativas, deixando as suas famílias e as vidas em suspenso.
Muitos nunca mais se tornaram a ver.
As vias de comunicação não existiam como hoje as conhecemos, com comunicações telefónicas  ou móveis. Os correios militares eram fortemente escoltados e só esses permitiam a circulação de escassa informação.
Uma aventura extraordinária sobre as agruras daqueles tempos, com suspense e uma pitada de romance à mistura.
O livro foi baseado numa ampla pesquisa bibliográfica que o autor efetuou sobre a guerra peninsular e as invasões francesas em Portugal.
Uma leitura fluída que nos envolve facilmente pelo suspense do desenrolar da história de cada personagem, com as reviravoltas que aquele contexto por si só originava.
Já leram?
Qual a vossa opinião?

SINOPSE:
“Desde que o Augusto deixara Lisboa nunca mais tivera noticias dele. Apenas a promessa do soldado em casar com ela, logo que a guerra acabasse, lhe mantinha a esperança. Amava o filho mais velho do Fernando e da Lurdes e este amava-a com loucura. Podia não ter dinheiro, podia não ter propriedades e podia ser um simples soldado, mas, a bela normanda amava aquele homem. Amava aquele homem mas o seu coração não a deixava dormir pela noite. Sabia que o homem que adorava estava de armas na mão e a guerra a qualquer momento podia afastá-lo dela para sempre. A morte aguardava cada soldado em cada esquina.Rara era a noite em que o seu coração dormia descansado. O facto de nada saber dele e, a sempre presente dúvida de que se estaria vivo ou morto, consumiam-na por dentro. E agora, de novo com uma invasão nas mãos, a terceira tentativa francesa, os medos da bonita normanda aumentavam de dia para dia.”
Um romance histórico que nos transporta para os inícios do século XIX e cujas personagens nos vão ajudar a entender melhor aquela época brutal e cruel onde a guerra estava sempre presente nas vidas das pessoas. Nesta obra vai surgir uma história de amor entre um soldado português e uma linda francesa e ambos vão conhecer a crueldade e a violência de uma guerra que nunca antes Portugal enfrentara, a Guerra Peninsular. Entre as páginas o leitor irá encontrar a amizade, a felicidade, o amor, o sexo, a paixão e os sonhos, mas, também surgirá a crueldade extrema, a violência e a morte. Uma guerra que arrasou todo o reino e marcou a História de Portugal, e de Espanha, para sempre.



SOBRE O AUTOR:
Nascido em 1977, natural de Campo Maior, licenciado em História pela Universidade Autónoma de Lisboa e com um Mestrado em História, Relações Internacionais e Cooperação pela Faculdade de Letras da Universidade do Porto. É também autor do Romance histórico “Tempos Turbulentos”.