Dicas da Lu: Domingos Amaral
Mostrar mensagens com a etiqueta Domingos Amaral. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Domingos Amaral. Mostrar todas as mensagens

domingo, 18 de julho de 2021

ENQUANTO SALAZAR DORMIA, DE DOMINGOS AMARAL, PELA BIIS, LEYA


Este livro mergulha-nos no contexto geopolítico Português na primeira metade dos anos 40 em que em Portugal e em diversos pontos do território, em particular em Lisboa, operavam redes de espionagem e contraespionagem que procuravam defender as diferentes posições dos diferentes lados do conflito no contexto das manobras Atlânticas.

O livro encontra-se dividido em três partes e um prólogo, ao longo de 397 páginas e prende-nos a atenção pela aventura que encerra.

Com início em Fevereiro de 1941 e fim em Maio de 1945, cada parte com o nome de uma amante de um português (Mary, Alice e Anika), que pela sua posição privilegiada por deter uma companhia de navegação, se vê envolvido num conjunto de missões secretas ao serviço do MI6 Britânico.

Percebemos como a posição de Portugal caminhava 'sobre vidros'  num ambiente em que ocorriam resgates de aviadores ingleses, batalhas entre aviões das duas facções relacionadas com os comboios de navios que passavam pela costa portuguesa, a ação da polícia política e como se consolidou a influência da América no curso dos acontecimentos.

Uma história que poderia muito ser adaptada para o cinema ou série televisiva como se chegou a falar, mas julgo que a adaptação acabou por não ser concretizada.

Faria justiça a um passado recente do nosso País que também não deveria ser esquecido.

Já leram?

Qual foi a vossa opinião?

                

 

ISBN: 9789896600518
Editor: BIS
Idioma: Português
Dimensões: 125 x 189 x 20 mm
Encadernação: Capa mole
Páginas: 400
Tipo de Produto: Livro
Coleção: BIS
Classificação Temática: Livros em Português > Literatura > Romance

 

SINOPSE:
Lisboa, 1941. Um oásis de tranquilidade numa Europa fustigada pelos horrores da II Guerra Mundial. Os refugiados chegam aos milhares e Lisboa enche-se de milionários e actrizes, judeus e espiões. Portugal torna-se palco de uma guerra secreta que Salazar permite, mas vigia à distância. Jack Gil Mascarenhas, um espião luso-britânico, tem por missão desmantelar as redes de espionagem nazis que actuavam por todo o país, do Estoril ao cabo de São Vicente, de Alfama à Ericeira. Estas são as suas memórias, contadas 50 anos mais tarde. Recorda os tempos que viveu numa Lisboa cheia de sol, de luz, de sombras e de amores. Jack Gil relembra as mulheres que amou; o sumptuoso ambiente que se vivia no Hotel Aviz, onde espiões se cruzavam com embaixadores e reis; os sinistros membros da polícia política de Salazar ou mesmo os taxistas da cidade. Um mundo secreto e oculto, onde as coisas aconteciam "enquanto Salazar dormia", como dizia ironicamente Michael, o grande amigo de Jack, também ele um espião do MI6. Num país dividido, os homens tornam-se mais duros e as mulheres mais disponíveis. Fervem intrigas e boatos, numa guerra suja e sofisticada, que transforma Portugal e os que aqui viveram nos anos 40

 

SOBRE O AUTOR: 
Domingos Amaral nasceu a 12 de outubro de 1967, em Lisboa. É pai de quatro filhos, três raparigas e um rapaz. Formado em Economia pela Universidade Católica Portuguesa, onde é atualmente professor da disciplina de Economia do Desporto (Sports Economics), tem também um mestrado em Relações Económicas Internacionais, pela Universidade de Columbia, em Nova Iorque. Durante muitos anos foi jornalista, primeiro no jornal O Independente, onde trabalhou durante 11 anos, tendo depois sido diretor das revistas Maxmen, por sete anos, e GQ, durante quatro anos. Atualmente, é administrador da Escola Ave Maria e comentador na SportTV.

sexta-feira, 14 de fevereiro de 2020

A BICICLETA QUE FUGIU DOS ALEMÃES, DE DOMINGOS AMARAL, PELA CASA DAS LETRAS

Uma leitura do início do mês de Agosto, A bicicleta que fugiu dos Alemães, um livro de Domingos Amaral, numa edição de Maio de 2019 pela Casa das Letras.
A história encontra-se estruturada em 353 páginas, 52 capítulos e 5 partes: adeus Paris (que se passa de 3 a 13 junho de 1940 em Paris), volta a França (13 junho a 24 junho de 1940 de Paris, Orleães, Chenonceau, Poitiers, Bordéus a Bayonne), desencontros (24 junho a 1 julho 1940 Hendaia, San Sébastian, Guernica, Salamanca, Hendaia, Fuentes de Onoro, Pau), negócios arriscados (2 de julho a 26 agosto 1940 Vilar Formoso, Guimarães, Figueira da Foz, Gurs, Lisboa), as andorinhas/les hirondelles (15 setembro 1940 a abril de 1941 Gurs, Lisboa, Pau, Gurs, Lago de Fabréges, Lisboa).
A narrativa encontra-se contada na voz do primo da personagem principal que reside em Lisboa, tendo presente o que lhe foi revelado por Carol e também pela enfermeira Mary Bowls que operava infiltrada para resgatar soldados ingleses dos campos de prisioneiros franceses.
A personagem principal é Carol, uma jovem portuguesa com cerca de 21 anos que estuda literatura em Paris na universidade de Souborne e que é apaixonada pela sua bicicleta da marca Hirondelle.
Carol vê-se de repente com a premente necessidade de abandonar Paris face à proximidade dos exércitos alemães em junho de 1940.
Em simultâneo, a sua amiga Sara, também de uma família abastada, vê-se separada dos pais, sendo o seu pai perseguido pela gestapo.
Sara, o irmão e a governanta fogem num citrõen azul, tal como muitos residentes da cidade.
Carol também abandona a cidade na sua bicicleta hirondelle e acompanhada de Rover, um piloto inglês que perdeu uma mão num raid aéreo, bem como do gato cego Chamberlain. Carol resgatou ambos de uma hospital que havia sido evacuado e onde ficaram apenas Rover à beira do suicídio e o seu gato.
Trata-se de uma extraordinária história de coragem, amizade e determinação, ousadia e entrejuda, onde a lealdade é muitas vezes posta à prova em função do sentido de sobrevivência. 
Enfrentaram todos os perigos como as metralhadoras da aviação alemã que dizimaram estradas inteiras, ou os elementos da gestapo, espionagem e contra-espionagem.
Percorremos através desta história o caminho trilhado por milhares de refugiados e todas as dificuldades sentidas.
O porto de Bordéus é fechado, o processo de obtenção de vistos para a entrada em Portugal através de Aristides de Sousa Mendes, a gestão dos comboios de refugiados também controlada pelos alemães, o exílio e a passagem por Portugal rumo às Américas.
Uma história sobre sacrifício em prol da reunião familiar.
Sobre a liberdade e o sentido da vida.
Um livro que apesar de encerrar uma história de ficção é revelador de muitas histórias reais nunca contadas, vividas por muita gente naquela época.
Apesar da seriedade do tema, considero que valeu a pena a leitura, que foi fluída e entusiasmante para perceber o rumo da história e da vida dos personagens, sendo o final um pouco surpreendente por não esperado.
Já leram?
Qual a vossa opinião?


ISBN: 9789897801242
Edição ou reimpressão: 05-2019
Editor: Casa das Letras
Idioma: Português
Dimensões: 156 x 233 x 24 mm
Encadernação: Capa mole
Páginas: 352
Tipo de Produto: Livro
Classificação Temática: Livros em Português > Literatura > Romance

SINOPSE:
Nos primeiros dias de junho de 1940, a população de Paris entra em pânico, pois os exércitos de Hitler aproximam-se. De carro, de camioneta, de carroça ou a pé, mais de cinco milhões de pessoas fogem da capital francesa.
Entre a multidão apavorada encontra-se Carol, uma portuguesa estudante na Sorbonne, que deixa Paris contrariada e ao volante da sua bicicleta Hirondelle.
Sempre em fuga e receosos da Gestapo, alguns deles conseguirão vistos de entrada em Portugal, passados por Aristides Sousa Mendes e chegarão a Vilar Formoso, onde a fronteira fechou por ordem de Salazar.
Uma história de amizade, sexo, solidariedade e amor, de uma rapariga portuguesa cujos sonhos eram apenas estudar literatura, namorar e pedalar feliz pelos boulevards de Paris.



SOBRE O AUTOR:
Domingos Amaral nasceu a 12 de outubro de 1967, em Lisboa. É pai de quatro filhos, três raparigas e um rapaz. Formado em Economia pela Universidade Católica Portuguesa, onde é atualmente professor da disciplina de Economia do Desporto (Sports Economics), tem também um mestrado em Relações Económicas Internacionais, pela Universidade de Columbia, em Nova Iorque. Durante muitos anos foi jornalista, primeiro no jornal O Independente, onde trabalhou durante 11 anos, tendo depois sido diretor das revistasMaxmen, por sete anos, e GQ, durante quatro anos. Atualmente, é administrador da Escola Ave Maria e comentador na SportTV.

sábado, 2 de fevereiro de 2019

QUANDO LISBOA TREMEU, DE DOMINGOS AMARAL, CASA DAS LETRAS

De volta a este espaço para deixar o registo da minha última leitura: Quando Lisboa tremeu, de Domingos Amaral, pela Editora Casa das Letras, editado em Setembro de 2010.
A escrita permite uma leitura muito fácil, transportando-nos para a manhã do dia 1 de Novembro de 1755 em Lisboa, quando ocorreu  um dos terramotos mais mortíferos da história, que terá chegado à escala 9 de Ritcher e que abalou a zona Centro e Sul do país, tendo destruído povoações inteiras. O Algarve foi também fortemente atingido. Foi seguido de um tsunami com ondas com mais de 20mts. Em simultâneo, surgiram incêndios incontrolados na sequência do abalo devastador e das inúmeras réplicas nos dias e semanas que se seguiram.
A Narrativa é escrita por um dos personagens, o 'pirata' Santamaria que descreve a sua experiência pessoal e os factos que lhe terão sido relatados pelos outros personagens principais.
O livro transporta-nos literalmente para as ruas de Lisboa, lugares que agora conhecemos e que imaginamos à época.
Filipe Assunção era um marinheiro ao serviço da coroa portuguesa, que foi feito prisioneiro por piratas na sequência de um assalto. Quando o navio pirata onde se via obrigado a servir foi abordado e aniquilado pela esquadra Francesa, foi de novo feito prisioneiro e enviado para a capital do reino para a prisão do Limoeiro, aguardando julgamento por pirataria, conjuntamente com um pirata, o árabe Muhammed, com quem tinha alguma afinidade. Filipe era então chamado de Santamaria, o nome da embarcação pirata onde foi apanhado. No momento do terramoto estava concretizando um plano de fuga, deparando-se em simultâneo com a vingança de prisioneiros piratas espanhóis que o perseguem de forma implacável.
A irmã Margarida, jovem e bonita encontrava-se na prisão da Inquisição do Rossio, condenada à morte por imolação. Aterrorizada com o fogo, decide enforcar-se na véspera, na hora exata do terramoto. Margarida encerra alguns segredos.
Hugh Gold, um capitão Inglês, mulherengo, encontra-se em casa perdido nos seus pensamentos acerca de como se poderia livrar de vez da sua esposa, quando ocorre o terramoto.
O rapaz Filipe encontrava-se na igreja de São Vicente de Fora com a sua mãe quando decide regressar a casa para ir buscar a sua irmã gémea que se tinha atrasado. O rapaz estava preocupado com um eventual abuso do padrasto sobre a sua irmã. Mal sai da igreja, acontece o terramoto.
O cão do rapaz acompanha também toda a história e foi determinante para a localização da irmã do rapaz. No meio do caos o rapaz continua determinado e sempre com esperança de resgatar a irmã com vida.
Sebastião de Carvalho e Melo, então ainda Secretário dos Negócios Estrangeiros e Guerra, conhecido pela alcunha 'Carvalhão' dos tempos de juventude, encerra um segredo que o liga ao pirata Santamaria. Para não ver a sua posição melindrada, persegue Santamaria com o objetivo de o condenar à execução.
O Rei D. José e o escrivão Bernardino (que conhecia o Carvalhão e o pirata Santamaria dos tempos de juventude), na altura do terramoto encontravam-se a assistir à missa em Belém, uma zona pouco afetada pelo terramoto.
Bernardino assume sempre uma posição moderada.
A escrava Ester encontrava-se a servir no Paço Real, bem como Abrão, um negro misterioso, tendo sobrevivido ao abalo.
Todas estas personagens cruzam-se ao longo da história, ficando interligadas de forma irremediável.
O livro encontra-se dividido em 4 partes que aludem aos elementos envolvidos na tragédia: terra (alude ao sismo e abalos), água (alude ao tsunami), fogo (em alusão aos incêndios que alastraram de forma descontrolada), ar (alude aos estampidos das armas).
O livro descreve o caos, as perseguições, pilhagens, violações e assassinatos, injustiças, prevalência dos interesses individuais. Em suma, o retrato mais negro do que se pode passar quando reinam a anarquia, a ambição e a fome.
Do meu ponto de vista, as descrições dos pormenores dos mortos foram um pouco repetitivas, embora o que se terá passado terá sido sem dúvida assombroso e generalizado por toda a zona central e oriental de Lisboa.
Enquanto Santamaria, Muhammed e Margarida fogem à justiça, o rapaz tenta resgatar a irmã gêmea que ficou soterrada.
A história relata tentativas desesperadas de sobrevivência dos personagens ao longo das horas e dos dias que se seguiram ao abalo.
O narrador refere na página 107: "aqueles foram dias terríveis, dias em que perdemos os nossos gestos e os nossos pensamentos mais bondosos, dias em que o imperativo da sobrevivência e a presença constante do sofrimento e da morte nos alteravam, nos faziam praticar atos desagradáveis e até injustos ou criminosos; dias em que as regras se suspenderam e vieram ao de cima as vontades mais primitivas de cada um, o seu lado irracional, os seus medos e as suas raivas; dia em que deixámos de ser humanos e nos tornámos praticamente animais, sem razão ou compaixão, onde tido o que queríamos era fugir e viver, e para isso faríamos o que fosse preciso, mesmo que horrível. Apesar de todos falarem de Deus aqueles foram os dias em que Deus abandonou as pessoas e as deixou a sós no confronto com uma natureza brutal."
Entretanto, Sebastião José convence o Rei a retomar a ordem na capital pela força militar e no seu íntimo deseja capturar o pirata.
A estratégia terá sido a de evitar a fuga em massa da população e restaurar a ordem através da força militar, aprisionado os foragidos e os bandos de criminosos que alastraram. Entre relocalizar a cidade para a zona ocidental segura, terá sido decidido reconstruir a cidade na mesma zona deixando a zona segura para a elite. O paço real foi também erigido na ajuda, zona segura, mas em estrutura de madeira, tendo ficado conhecido como a Real Barraca.
O epílogo desvenda o destino do pirata Santamaria revelando que nesta vida as injustiças podem nos surpreender. Mas Santamaria se antes se sentira perdido, percebe a força do amor incondicional.
Este livro é uma espécie de relato autobiográfico do pirata Santamaria que foi uma espécie de vítima do sistema ao não lhe serem salvaguardadas as circunstâncias em que foi feito prisioneiro pelos piratas. Por outro lado, Sebastião José ao prosseguir os seus interesses pessoais ambiciosos, esquece a sua antiga lealdade, preferindo condená-lo à morte.
Uma história de aventura com muita ação, mistérios e algum romance à mistura.
Já leram?
Qual a vossa opinião?


ISBN: 9789724619866
Edição ou reimpressão: 09-2010
Editor: Casa das Letras
Idioma: Português
Dimensões: 156 x 233 x 32 mm
Encadernação: Capa mole 
Páginas: 488
Tipo de Produto: Livro
Classificação Temática: Livros em Português > Literatura > Romance

SINOPSE:
Lisboa, 1 de Novembro de 1755. A manhã nasce calma na cidade, mas na prisão da Inquisição, no Rossio, irmã Margarida, uma jovem freira condenada a morrer na fogueira, tenta enforcar-se na sua cela. Na sua casa em Santa Catarina, Hugh Gold, um capitão inglês, observa o rio e sonha com os seus tempos de marinheiro. Na Igreja de São Vicente de Fora, antes da missa começar, um rapaz zanga-se com sua mãe porque quer voltar a casa para ir buscar a sua irmã gémea. Em Belém, um ajudante de escrivão assiste à missa, na presença do Rei D. José. E, no Limoeiro, o pirata Santamaria envolve-se numa luta feroz com um gangue de desertores espanhóis.
De repente, às nove e meia da manhã, a cidade começa a tremer. Com uma violência nunca vista, a terra esventra-se, as casa caem, os tetos das igrejas abatem, e o caos gera-se, matando milhares. Nas horas seguintes, uma onda gigante submerge o terreiro do Paço e durante vários dias incêndios colossais vão atemorizar a capital do reino. Perdidos e atordoados, os sobreviventes andam pelas ruas, à procura dos seus destinos. Enquanto Sebastião José de Carvalho e Melo tenta reorganizar a cidade, um pirata e uma freira tentam fugir da justiça, um inglês tenta encontrar o seu dinheiro e um rapaz de doze anos tenta encontrar a sua irmã gémea, soterrada nos escombros.


SOBRE O AUTOR:
Domingos Freitas do Amaral é diretor da revista GQ, e cronista dos jornais Correio da Manhã e Record. Formado em economia, e com Mestrado em Relações Internacionais na Universidade de Columbia em Nova Iorque, iniciou a sua carreira jornalística n’O Independente, tendo depois sido diretor da revista Maxmen