FILME DA SEMANA: ROMA - Dicas da Lu

terça-feira, 25 de dezembro de 2018

FILME DA SEMANA: ROMA

De regresso a este espaço para deixar o registo acerca do filme que assisti este Natal: Roma, com realização, produção e argumento de Alfonso Cuarón, Mexicano.
Roma ganhou o prémio Palma de Ouro no Festival de Cinema de Cannes e há quem diga que será nomeado para os óscares.
Surpreendeu-me pela fotografia, o filme é rodado a preto e branco, destacando-se o tempo das imagens e dos sons, que aqui se destacam de uma forma, do meu ponto de vista, poética.
Nesta história o cineasta transporta-nos de forma vívida para o dia a dia de uma família burguesa, com 4 filhos, na colónia/bairro Roma, na cidade do México nos anos 70 e decorre ao longo de cerca de um ano.
Ao longo desse ano vislumbramos a realidade social e política vivida naquela cidade.
De pendor autobiográfico, em que o cineasta retrata memórias da sua própria infância, sendo uma das quatro crianças da casa, o foco de todo o filme recai sobre o papel da empregada doméstica e ama, Cleo, indígena.
Cleo dotada de grande ingenuidade e ao mesmo tempo de uma imensa força é o centro de toda a história.
Aqui vislumbramos as suas origens e limitações em termos de oportunidades de futuro.
Sobre o papel das empregadas no contexto familiar.
Sobre as suas expetativas.
Sobre o Amor.
Sobre duas mulheres rejeitadas que se reiventam, cada uma à sua maneira, seguindo em frente.
Sobre os aviões que sobrevoam o céu como metáfora da realidade a que Cleo nunca conseguirá chegar.
Sobre os desafios diários das mulheres que lutam e sofrem sem qualquer reconhecimento.
Sobre ciclos, dualidades e desigualdades sociais.
Sobre os pilares que sustentam as famílias.
Sobre distâncias tão próximas.
Supreendeu-me este filme, já assistiram?
Uma boa reflexão e muitas interpretações metafóricas das cenas.

 
Título original: Roma
De:Alfonso Cuarón
Com:Yalitza Aparicio, Marina de Tavira, Diego Cortina Autrey, Carlos Peralta
Género: Drama
Classificação:M/14
Outros dados:EUA/MEX, 2018, Preto e Branco, 135 min.

Cidade do México, década de 1970. Cleo, de origem indígena, é empregada em casa de António e da sua esposa Sofia. Para além da responsabilidades domésticas, ela tem a seu cargo as quatro crianças do casal. Cleo é a primeira a levantar-se para acordar as crianças, alimentá-las e levá-las à escola e também a última a deitar-se depois de deixar tudo em ordem para o novo dia. Enquanto isso, o casamento está em ruptura e o país em mudança…
Leão de Ouro na 75.ª edição do Festival de cinema de Veneza, um filme autobiográfico filmado a preto e branco que recria uma época conturbada da História do México e uma fase importante da infância de Alfonso Cuarón (“E a Tua Mãe Também”, “Os Filhos do Homem”, “Gravidade”) que, para além da realização, acumula aqui a responsabilidade do argumento, fotografia e montagem. O elenco conta com a estreante Yalitza Aparicio, Marina de Tavira, Diego Cortina Autrey, Carlos Peralta, Nancy García García , Marco Graf, Daniela Demesa e Jorge Antonio Guerrero. Uma produção Netflix que mesmo assim chega às salas de cinema.

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