Dicas da Lu: Leitura
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sábado, 22 de junho de 2019

HISTÓRIA DE UMA FAMÍLIA DECENTE, DE ROSA VENTRELLA, PELAS PUBLICAÇÕES DOM QUIXOTE


História de uma família decente de Rosa Ventrella, um romance editado em Março de 2019 pelas Publicações Dom Quixote, foi a minha ultima leitura.
O livro está organizado em 12 partes e 41 capítulos (à guisa de prólogo, as palavras secretas, as estações breves, a idade das recordações, terras de ida, terras de não regresso, o paraíso não é para todos, as estações dos adeuses, hoje os primeiros passos, como pedras no mar, areia nos olhos, mala carne).
Esta história de ficção está narrada na voz da personagem principal, Maria de Santis, retratando as suas vivências de meninice até chegar à idade adulta no último ano da universidade.
A história transporta-nos literalmente para o universo, vivência, crescimento e amadurecimento de Maria, que cresceu em Bari Velha, um bairro à beira mar marcado pela dureza da vida, pela luta pela sobrevivência e pela pobreza.
Assim, este romance efetua um retrato do contexto económico-social, bem como da economia doméstica daquele bairro.
Maria, no entanto, não se lembra de alguma vez ter pensado naqueles anos como maus ou infelizes porque não conhecia nada diferente.
Maria nasceu na Bari Velha e apesar de tudo à sua volta não parecer contribuir para um futuro  risonho, confiando-a às lides domésticas presa ao mesmo modo de vida dos pais, Maria sendo inconformada e boa aluna, por influência de contactos do seu Professor de história, consegue continuar os estudos num colégio e ingressar na Universidade, representando o seu potencial futuro o sonho de vida que a sua mãe gostaria ter vivido, maior conforto económico e/ou ascensão social, a sua redenção.
Ao longo da vida de estudante, Maria sofre inúmeras discriminações pela sua proveniência social, mas a sua resiliência e determinação não a demoveram de obter bons resultados.
Na Universidade, conhece um rapaz proveniente de outro contexto, mas as diferenças abismais entre ambos não contribuíram para a continuidade da relação.
O destino de Maria acaba por se voltar a cruzar com o de Michelle, um rapaz do seu bairro, companheiro de aventuras de meninice, filho de um homem com alguma prosperidade, embora devido a negócios duvidosos, sendo por esse motivo não bem acolhido pelos pais de Maria.
Da infância Maria recorda uma ligação muito forte com a sua avó Antonietta.
O professor Caggiano foi quem valorizou a inteligência e o mérito escolar de Maria, tendo proporcionado os contactos que lhe abriram portas para prosseguir os estudos num colégio e na Universidade, embora com muito sacrifício dos pais.
A mãe de Maria, trabalhava como criada para um família rica por não ter tido possibilidade de estudar, sendo que a convivência com essa família lhe proporcionava uma vida confortável, menos dura comparativamente à vida que conheceu como dona de casa, mãe de família e esposa do pescador Tony, onde o dinheiro estava sempre ‘contado’.
Tony, pai de Maria, pescador revela uma inquietação interior que se manifesta num ambiente rígido e por vezes violento.
Giuseppe, o irmão mais velho de Maria, ao ingressar no serviço militar, consegue organizar a sua vida saindo de casa, libertando-se da autoridade do pai e constituindo família.
Já Vicenzo, o irmão mais novo de Maria, incapaz de conseguir lidar com a violência do pai, refugia-se em companhias que o arrastam para um destino que retrata a degradação do ambiente do bairro de Bari.
Este romance, com alguma carga dramática fruto da realidade de Bari, revela-nos uma história sobre expetativas, inconformismos, escolhas, frustrações, resiliência, determinação e redenção.
A história de Maria e Michelle é uma história bela e intensa que parece proteger Maria do sofrimento, não correndo como planeado.
Um livro apaixonante da primeira à última página, que nos deixa algumas reflexões sobre as oportunidades ou a falta delas e o que se consegue realizar no meio ambiente que condiciona as hipóteses de realização.
A passagem do tempo é outro aspeto muito interessante nesta história.
Fiquei com vontade de reler.
 

 
ISBN: 9789722066716
Edição ou reimpressão: 03-2019
Editor: Dom Quixote
Idioma: Português
Dimensões: 155 x 233 x 21 mm
Encadernação: Capa mole
Páginas: 320
Tipo de Produto: Livro
Classificação Temática: Livros em Português > Literatura > Romance


SINOPSE:
Sul de Itália, anos 80. Os verões em Bari velha são passados entre os becos de lajes brancas, onde as crianças se perseguem pelas curvas de um labirinto de ruelas, no meio dos aromas dos lençóis estendidos em arames e dos molhos saborosos.
Maria, de doze anos, cresce aqui com os dois irmãos mais velhos. É uma menina pequena e morena, com feições selvagens que a tornam diferente das outras crianças - uma boca grande e dois olhos quase orientais que brilham como pequenos buracos - e uma certa maneira de ser hostil e insolente que lhe valeu a alcunha Malacarne
Vive numa terra sem tempo, num bairro onde os abusos são sofridos e infligidos, e de onde é muito difícil escapar. No entanto, Marì não está disposta a submeter-se a normas que não respeita. O seu único apoio é Michele, o filho mais novo do clã Senzasagne, a gente mais decadente de Bari velha. 
Apesar da hostilidade entre as suas famílias, entre ambos surge uma amizade delicada, quase fraternal, que o tempo converte em amor. 
Um amor que, embora impossível, os preserva do rancor do resto do mundo.

SOBRE A AUTORA:
Rosa Ventrella nasceu em Bari, e mora em Cremona. É licenciada em História Contemporânea e mestre em Gestão Escolar. Durante muito tempo, escreveu em revistas históricas especializadas e deu várias palestras sobre a condição das mulheres na História. Foi editora, e há anos que dirige oficinas de escrita criativa para crianças e adultos, em Cremona. É autora de Il giardino degli oleandri (2013) e Innamorarsi a Parigi (2015). História de Uma Família Decente(2018), o seu romance de estreia em Portugal, traduzido em 17 países, e os direitos para adaptação cinematográfica também foram adquiridos.

quinta-feira, 13 de junho de 2019

O TEMPO ENTRE COSTURAS DE MARIA DUENAS, DA PORTO EDITORA

O tempo entre costuras de Maria Duenas foi o segundo livro que li desta autora espanhola tendo-se traduzido num dos melhores livros que li nos últimos tempos.
Este livro já foi adaptado para série pelos nossos vizinhos espanhóis, pelo que também fiquei muito curiosa para assistir à série tendo presente que a série terá sido acompanhada de perto pela autora, havendo quem refira que por esse motivo será muito fiel ao livro.
A narrativa é contada pela personagem principal Sira e vai sendo intercalada pelos diálogos da ação da história.
O livro encontra-se dividido em 4 partes, sendo a última parte, do meu ponto de vista, a mais empolgante a nível de suspense e ação.
Cada uma das partes transporta-nos respetivamente para Madrid e Tânger, Tétuan, Madrid e Lisboa, Estoril, Cascais.
O livro termina em Madrid após uma viagem noturna Lisboa-Madrid.
Trata-se de uma história de ficção passada em meados dos anos 30 até meados dos anos 40 do século XX, baseada nos tempos conturbados da guerra civil espanhola (1936-1939) e nos anos da segunda guerra mundial (1939-1945) permitindo-nos um vislumbre do contexto geopolítico da península Ibérica naquele tempo, bem como do papel do protetorado espanhol em Marrocos e da sua evolução.
A personagem Sira, amigos (Cláudio Vásquez, Candelaria, Félix Aranda, Ignacio, Ramiro, Marcus Logan)  e família (Gonçalo Alvarado e Dolores) são personagens de ficção, muito embora outras personagens da história basearam-se em personalidades reais tal como a autora nos explica no epílogo: Beigbeder, Rosalinda, Serrano Suner, Allan Hillgarth, Caudilho.
A narrativa é fluida e por isso muito fácil para qualquer leitor.
Sira aprendeu costura no atelier de alta costura onde a sua mãe Dolores era assalariada. Fruto da crise económica o atelier encerra as portas e Sira de casamento agendado com Ignacio apaixona-se pelo gerente da casa de maquinas de escrever onde Ignacio foi efetuar uma compra com o intuito de ensinar Sira e ambos concorrerem à Administração. Largando tudo Sira vai viver com Ramiro e fica deslumbrada com a vida que este leva na sociedade. Sira foi criada sem a presença do pai e  desconhecendo quem se tratava. No despoletar da guerra civil, Dolores finalmente revela quem é o seu pai, que temendo pela vida faz uma aproximação às duas, convocando-as para pacificar o seu passado e deixar uma herança a Sira. Gonçalo Alvarado é o pai de Sira, um importante empresário madrileno. Ramiro aliciado com a herança de Sira para empreender negócios, leva Sira para a segurança de Tânger em Marrocos, um protetorado espanhol. Dolores vê-se separada da filha e fica em Madrid com o seu pai, no auge da crise e perigos da guerra civil espanhola. O relacionamento de Sira e Ramiro parece perfeito até que Ramiro desaparece com a herança deixando Sira gravida e sem um tostão com dividas astronómicas. Sira sofre um brutal trauma psicológico, perde a criança e vai para Tétuan procurando fugir às dividas. O comissário da policia Cláudio Vasquez orienta Sira alojando-a na Pensão de Candelaria. Logo que Sira reestabelece alguma saúde, Candelaria fabrica um esquema para ambas ganharem algum dinheiro. Sira com a divida para pagar não tem escapatória e abre um atelier de alta costura em Tétuan para a alta sociedade, sobretudo a britânica e alemã que se haviam estabelecido no protetorado marroquino. Nessa altura Sira conhece Félix Aranda que a ajuda na sua formação social, bem como Rosalina e o jornalista Marcus Login, de quem se sente atraída e auxilia o processo de transporte clandestino de Dolores para Tétuan.  As circunstâncias do enredo entre os diferentes personagens levam a que Sira se vê enredada num processo que a leva de volta a Madrid como espia a favor da corrente britânica contra um governo de Franco pró-alemão. Nesse processo Sira veste clientes da alta sociedade alemã transmitindo clandestinamente informações chave. Essa missão leva-a a Lisboa, ao  Estoril onde procura recolher informação chave acerca das movimentações alemãs. Um ambiente de espionagem e contraespionagem.
Assim neste livro vislumbramos o ambiente que se viveria na alta sociedade por este tempo.
Ao mesmo tempo trata-se de um livro que desvenda através de Sira,  uma luta de sobrevivência, autoconhecimento e ousadia, deslumbramento, coragem e missão, com uma pitada de romance à mistura.
Uma história baseada numa importante recolha biográfica ao nível do contexto histórico e espacial que nos são descritos.
Acerca de alguém que empreende um percurso de autoconhecimento e coragem e que descobre a dada altura a necessidade de encontrar a sua essência e verdade num contexto económico, politico e social conturbado e profundamente discrepante.
Já leram este livro?
Qual a vossa opinião?


ISBN:978-972-0-04558-4
Edição/reimpressão:09-2018
Editor:Porto Editora, S.A.
Código:04558
Idioma:Português
Dimensões:152 x 235 x 36 mm
Encadernação:Capa mole
Páginas:624
Tipo de Produto:Livro


SINOPSE:
«O Tempo entre Costuras» é a história de Sira Quiroga, uma jovem modista empurrada pelo destino para um arriscado compromisso; sem aviso, os pespontos e alinhavos do seu ofício convertem-se na fachada para missões obscuras que a enleiam num mundo de glamour e paixões, riqueza e miséria mas também de vitórias e derrotas, de conspirações históricas e políticas, de espias.
 Um romance de ritmo imparável, costurado de encontros e desencontros, que nos transporta, em descrições fiéis, pelos cenários de uma Madrid pró-Alemanha, dos enclaves de Tânger e Tetuán e de uma Lisboa cosmopolita repleta de oportunistas e refugiados sem rumo.

SOBRE A AUTORA:
Doutorada em Filologia Inglesa, Maria Dueñas é professora titular da Universidade de Murcia depois de ter já passado pela docência em várias universidades norte-americanas. É autora de trabalhos académicos e de muitos projetos educativos, culturais e editoriais.
Maria Dueñas nasceu em Puertollano (Ciudad Real) em 1964, é casada, tem dois filhos e reside em Cartagena.
O Tempo entre Costuras foi o seu primeiro romance, publicado pela Porto Editora, tendo sido adaptado à televisão, e exibido em Portugal pela TVI.

 












sexta-feira, 7 de junho de 2019

SAMITÉRIO DE ANIMAIS POR STEPHEN KING, BERTRAND EDITORA

A minha última leitura foi o livro escrito por Stephen King em 1983 e que  só agora foi traduzido para português por Rosa Amorim, editado em Abril de 2019 pela Bertrand Editora.
Decidi ler o livro antes de ver o filme mais recente da Paramount Pictures ou a versão mais antiga.
Fiquei mesmo com vontade de assistir ao filme e já espreitei o trailer que parece ter algumas pequenas adaptações em relação ao livro, mas parece estar recheado de suspense.
O livro encontra-se dividido em 3 partes: samitério de animais, o cemitério Micmac, Oz o glande e telível e epílogo
A primeira parte muito descontraída, a segunda parte já nos prende mais a atenção pelo suspense e as últimas 100 páginas devoram-se para perceber o desfecho da história.
O livro encontra-se escrito na 3ª pessoa, a voz do narrador que ao longo da história nos descreve os acontecimentos e os pensamentos dos personagens, bem como alguns insights do que sucederá com as personagens no futuro do curso da história.
Esta história centra-se num lugar,  digamos que uma outra espécie de personagem, que parece ganhar vontade e influência próprias atraindo e influenciando com grande magnetismo, sendo que o que parece que se ganha acaba por não ser mais que uma troca perigosa, com o seu preço.
Esse lugar, que pertencera aos índios Micmac, encontra-se nos limites dos terrenos florestais da casa para a qual se muda o médico Louis com cerca de 35 anos, a sua esposa Rachel e os seus dois filhos Ellie com 5 anos, Gage com meses e Church o gato de Ellie. O casal muda-se de Chicago para o Maine para um ambiente rural, pacato, rodeado de natureza, apesar de na frente da linda casa branca de Ludlow passar uma rodovia bastante movimentada, uma importante via de acesso da região.
Louis inicia funções como médico assistente numa Universidade. Rachel fica por casa gerindo a logística dos filhos. Os vizinhos da frente, Jud na casa dos 80 e a sua esposa Norma são simpáticos, sendo que Louis e Jud desenvolvem grande afinidade.
Percebemos que Louis cortou relações com os sogros que contrariaram o seu casamento e Rachel tem um forte trauma de infância com a sua irmã mais velha dois anos que não sobreviveu a uma meningite medular.
Jud coloca o casal a par de um cemitério de animais de estimação, o samitério de animais, que as crianças assim escreveram na placa, utilizado ao longo de décadas pelas crianças do lugar para sepultar os seus animais de estimação. Avisa que a continuidade dos terrenos florestais e pantanosos cruza-se com antigas possessões de terrenos índias, perigosos por poder ser fácil alguém perder-se e também associadas a antigas lendas índias, onde se situa um cemitério índio.
Percebemos que muitas pessoas do lugar Ludlow, encontram-se ligadas ao samitério de animais e terrenos contíguos.
Três circunstâncias acontecem, duas na família de Louis.
Serão fruto do acaso?
A primeira, com um estudante Pascow que morre atropelado nos braços no médico e que o avisa para não trasnpor o terreno do samitério de animais.
A segunda associada ao atropelamento do gato Church, sendo que Louis decide enterrá-lo no samitério de animais, embora Jud lhe mostre outro lugar, o antigo cemitério Micmac, que poucos conhecem o caminho.
Louis não tem coragem de contar à filha Ellie, só que Church regressa malcheiroso, com uns olhos estranhos e comportamento diferente. Church regressou à vida mas na verdade não era ele.
Uma fatalidade acontece com Gage também na estrada e Louis vê-se a braços com a tentação de procurar o impossível.
O que terá sucedido?
Louis terá sido sensato?
Ou o lugar e a casa terão manipulado a história?
Uma história de fantasia, onde vamos juntando as peças de um puzzle, com muito suspense e adrenalina à mistura.
Já leram o livro ou assistiram ao filme? 



ISBN: 9789722537728
Edição ou reimpressão: 04-2019
Editor: Bertrand Editora
Dimensões: 152 x 234 x 31 mm                                                   
Encadernação: Capa mole 
Páginas: 464T
Tipo de Produto: Livro                                                   
Classificação Temática: Livros em Português > Literatura > Policial e Thriller

SINOPSE:
Louis Creed, jovem médico de Chicago, acredita que encontrou o seu lugar naquela pequena cidade do Maine. Uma boa casa, o trabalho na universidade, a felicidade da esposa e dos filhos. Num dos primeiros passeios para explorar a região, descobre um cemitério de animais de estimação no bosque próximo da sua casa, ao qual se vê obrigado a recorrer depois de o seu gato ter sido morto por um camião num trágico acidente. Ali, gerações e gerações de crianças enterraram os seus animais de estimação.
Para além dos pequenos túmulos, onde uma caligrafia infantil regista o primeiro contato com a morte, há um outro cemitério. Uma terra maligna que atrai as pessoas com promessas sedutoras. Um universo dominado por forças estranhas, capazes de tornar realidade o que sempre pareceu impossível.
A princípio, Louis diverte-se com as histórias fantasmagóricas de Crandall, o vizinho de 80 anos. No entanto, aos poucos, começa a perceber que o poder da sua ciência tem limites.


SOBRE O AUTOR:
Romancista norte-americano, Stephen King nasceu em 1947 em Portland, no Maine. Deu início aos seus estudos secundários na Lisbon Falls High School, onde começou a escrever contos, ao mesmo tempo que fazia parte de um grupo amador de rock. No ano de 1960, Stephen King submeteu o seu primeiro manuscrito para publicação, o qual seria rejeitado. Entretanto, editava o jornal do liceu, The Drum, e escrevia para o jornal local, o Lisbon Weekly Enterprise. Publicou o seu primeiro conto, In a Half-World of Terror, num fanzine de terror.
Em 1970, licenciou-se pela Universidade do Maine e, de 1971 a 1974, Stephen King deu aulas numa escola secundária, até ter publicado o seu primeiro romance, Carrie (1974), a história de uma rapariga com poderes telecinéticos. Atirou as primeiras páginas do trabalho ao lixo, mas foram resgatadas pela esposa, que o encorajou a continuar. A obra não teve senão um sucesso modesto, mas, depois da sua adaptação ao cinema e com a publicação do romance A Hora do Vampiro (1976), Stephen King conseguiu afirmar-se como um importante escritor.

quinta-feira, 30 de maio de 2019

SOPHIA, POR ISABEL NERY, PELA ESFERA DOS LIVROS

A minha última leitura foi a biografia, a única que existe, apesar de não autorizada, de Sophia de Melo Breyner Andresen, escrita por Isabel Nery e editada em Maio de 2019 pela Esfera dos Livros, neste ano em que se comemora o centenário do seu nascimento.
Do meu ponto de vista e salvo melhor opinião (uma vez que a nossa perceção se altera com o tempo e as experiências), considero um registo interessante ao descrever o contexto histórico no âmbito do qual Sophia viveu e que permitirá enquadrar grande parte da sua obra.
Por outro lado, ao conhecermos a árvore genealógica desde o seu bisavô Dinamarquês, que se estabeleceu no Porto, ficamos com uma visão muito mais completa das raízes de Sophia.
Esta biografia encontra-se estruturada ao longo de 25 capítulos, seguida de uma breve cronologia, notas, fontes e referências bibliográficas.
A leitura teria sido mais fluida se as notas estivessem integradas no rodapé da respetiva página, ao invés de se encontrarem no final do livro.
Os nomes dos capítulos vão-nos sugerindo a linha de abordagem da autora, que é também cronológica: lá onde tudo começou, o avô marinheiro e o urso, primeiro porto de abrigo, o avô aristocrata e as moléstias vergonhosas, o nascimento, a morte romântica e os Andresen, a Granja da casa branca e os primeiros poemas, Tareco e Xixá o início, contos de aquém e além sarampo, as mãos horrorosas dos fascistas, rumo ao sul a descoberta do Algarve, a paixão helénica, filha de um Deus poético, da Igreja se faz oposição, a marcha para a liberdade, quem é Francisco Sousa Tavares, o sequestro e as mais amplas comidas, um casamento no verão quente, por uma definição de cultura, o divórcio litigioso e o beijo da paz que faltou, o amigo Soares e a amada Grécia, aquele mundo dela, Sophia e o mito, o segundo enterrou ou a imortalidade.
Para além da ampla recolha bibliográfica a autora viajou pelos lugares que terão sido os mais emblemáticos para Sophia procurando uma aproximação à sua vivência poética, tendo também recolhido inúmeros testemunhos de alguns familiares da biografada, bem como amigos, personalidades que todos identificamos.
Com este livro ficamos com uma aproximação à singularidade da sua personalidade e percurso, permitindo uma melhor compreensão também da sua obra.
Uma biografia a reler pela riqueza e complexidade dos factos, sendo que falar de Sophia é indissociável em relação ao contexto histórico, económico, social e cultural que marcaram o século passado português
A autora conclui: "Sophia foi-é-isto: azul, poesia, promessa".
Deixo aqui uma entrevista da autora à TSF.




Data de Publicação maio 2019
Número de páginas 352
Tipo de Capa Capa Mole
Autor Isabel Nery
Editor A Esfera do Livros


SINOPSE:
Sophia é sinónimo de figura maior da literatura portuguesa, de poesia luminosa e despojada, de contos infantis que continuam a marcar gerações, mas também de poeta que pendurou palavras na ponta das espingardas para chamar «velho abutre» ao ditador; que usou de pontaria certeira enquanto deputada na Assembleia Constituinte, onde lembrou que só haveria liberdade se houvesse justiça e que um país mais justo passava por um Portugal mais culto; que teve a coragem de dizer adeus às armas quando constatou que, depois do 25 de Abril, a poesia esteve na rua, mas rapidamente voltou para dentro de casa. No ano em que se assinala o centenário do seu nascimento, a jornalista Isabel Nery percorre lugares e pessoas que fizeram parte da história de Sophia de Mello Breyner Andresen. Porque não é possível escrever a sua biografia sem visitar o Porto, a Grécia, Lagos, a Travessa das Mónicas na Graça, ou mesmo a pequena ilha de Föhr, no mar do Norte, de onde Jan Andresen, bisavô da poeta, era originário. Ou entrevistar quem com ela privou, o que resultou na recolha de 60 testemunhos: do pescador José Muchacho que levava Sophia a visitar as grutas em Lagos, ao amigo Manuel Alegre, até ao ensaísta Eduardo Lourenço, passando por companheiros das letras e da política, família, tradutores e investigadores. Porque não é possível escrever a sua biografia sem ler os relatórios dos interrogatórios a que foi sujeita na sede da PIDE, sem compreender o contexto histórico em que viveu ou as suas relações familiares.
A biografia que faltava sobre a primeira portuguesa a receber o Prémio Camões. A única mulher escritora com honras de Panteão Nacional, a quem muitos gostavam de ter visto atribuído o Prémio Nobel.

SOBRE A AUTORA:
A curiosidade pelo outro levou-a a estudar na Alemanha ainda adolescente, e mais tarde em Espanha e nos EUA. A mesma curiosidade levou-a até ao jornalismo, amor à primeira vista, depois da licenciatura em Relações Internacionais e do mestrado em Comunicação. Isabel Nery é jornalista na revista VISÃO e coordena um núcleo de Jornalismo e Literatura no Clepul, centro de investigação da Faculdade de Letras. O seu livro de reportagem As Prisioneiras - Mães Atrás das Grades, foi adaptado para a curta-metragem Os Prisioneiros, e a reportagem Vida Interrompida percorreu o país em exposição itinerante (em co-autoria com Marcos Borga). O trabalho de Isabel Nery foi já distinguido com vários prémios, entre eles o Prémio Mulher Reportagem Maria Lamas, o Prémio Jornalismo pela Tolerância, o Prémio Paridade Mulheres e Homens na Comunicação Social, e o Prémio Jornalismo e Integração, da UNESCO. Enquanto investigadora, publicou ensaio e apresentou comunicações em várias instituições portuguesas e estrangeiras, nomeadamente nos EUA e Canadá. Foi uma das jornalistas selecionadas pela Fundação Luso-Americana (FLAD) para o curso de jornalismo no Committee of Concerned Journalists (CCJ), em Washington. Faz parte da direção do Sindicato dos Jornalistas desde Janeiro de 2015.

segunda-feira, 20 de maio de 2019

O PROCESSO VIOLETA, DE INÊS PEDROSA, PORTO EDITORA

A minha última leitura foi o livro 'O processo Violeta' de Inês Pedrosa, editado pela Porto Editora em Janeiro de 2019.
O livro está dividido em duas partes: a primeira 'Menoridade', muito extensa e a segunda parte, muito breve 'Maioridade'.
Uma história dramática, complexa, com muitas dimensões e narrativa na terceira pessoa, que esboça um retrato do contexto económico, social e político de Portugal nos anos 80 e inícios dos anos 90, ao mesmo tempo que aborda o tema do desamor e do amor e a sua relação com a 'maioridade', a relação entre fantasia e realidade, o sentido de culpa e a responsabilidade.
Na primeira parte a narrativa está enriquecida com inúmeras histórias de amores com uma grande diferença de idades e das consequências desses amores para o papel feminino.
Encontramos como personagens secundários, pais homofóbicos, um marido violento, um toureiro aristocrático.
Ana Lúcia, professora, é violada por um aluno e assistimos à forma como gere essa situação. O aluno menor mas agressivo e violento. Ana Lúcia é amiga da professora Violeta de 32 anos, casada e com 2 filhos, que inicia uma relação com um aluno de 14 anos, Ildo. Como consequência Violeta é acusada e chega a ser presa.
Aqui a discussão sobre a menoridade será sobre a inocência e eventual vitimização.
Com estes dois menores percebemos que não se podem generalizar conceitos.
Ildo é filho da  Cabo-verdiana Paulina, criada num bairro de lata, a quem as oportunidades não são oferecidas, não conseguindo estudar nem levar a vida como gostaria progredindo socialmente.
Nuno Delgado é o aristocrático cavaleiro tauromáquico, pai de Ildo em resultado das suas avbenturas e que não o quis conhecer embora o tenha perfilhado, facto obrigatório no pós 25 de Abril.
Clarisse é jornalista no jornal 'O Insubmisso' responsável pela exposição mediática da história do relacionamento de Violeta com Ildo, bem como da revelação pública do pai de Ildo. Esta exposição pública da paternidade acaba por aproximar Ildo do pai e determinar o futuro de Ildo.
O jornal 'O Insubmisso',de acordo com autora, terá sido inspirado em parte no semanário 'O independente' fruto de uma elite, que apresentava manchetes polémicas, denunciando figuras públicas, escândalos políticos, casos de corrupção e de uso indevido de dinheiros públicos.
Como referi anteriormente, uma história complexa e crítica, que retrata disparidades sociais e económicas, a forma como funciona o 'elevador' social, des(amores) e amores im(possíveis), culpa, punição e redenção, a par do retrato de uma nova era do jornalismo.
Um livro que releria, pela riqueza dos detalhes.
Já leram?
Qual a vossa opinião?
Deixo aqui o link de uma entrevista da autora sobre este livro.



ISBN: 978-972-0-03142-6
Edição ou reimpressão: 01-2019
Editor: Porto Editora
Idioma: Português
Dimensões: 152 x 235 x 18 mm                        
Encadernação: Capa mole                                                 
Páginas: 232
Tipo de Produto: Livro                                                   
Classificação Temática: Livros em Português > Literatura > Romance
SINOPSE:
No Portugal festivo e individualista do fim da década de 80, Violeta, uma professora de 32 anos, engravida de Ildo, um aluno de 14 anos, filho de uma mãe solteira cabo-verdiana. O Insubmisso, novo jornal de uma elite em ascensão, perseguirá a história e descobrirá que o pai de Ildo é um cavaleiro tauromáquico aristocrata. O escândalo do chamado processo Violeta contrastará com o silêncio absoluto através do qual Ana Lúcia, amiga de Violeta, oculta a sua violação por um outro aluno de 14 anos da mesma escola. Este romance apaixonante interroga, com inteligência, imaginação e humor, os interditos de uma sociedade que se diz livre e despida de preconceitos. O processo Violeta é, afinal, o de um país de hábitos clandestinos, esconsos, sacrificiais e crepusculares.

SOBRE A AUTORA:
Inês Pedrosa (1962, Coimbra) tem uma vasta obra de ficção, crónica, dramaturgia e biografia, na qual se destacam os romances Nas Tuas Mãos (1997, Prémio Máxima de Literatura), Fazes-me Falta (2002, mais de 150 mil exemplares vendidos), A Eternidade e o Desejo (2007, finalista dos Prémios Portugal Telecom e Correntes d’Escritas), Os Íntimos (2010, Prémio Máxima de Literatura), Dentro de Ti Ver o Mar (2012) e Desamparo (2015).
Livros seus estão publicados nos Estados Unidos da América, na Alemanha, no Brasil, na Croácia, em Espanha e em Itália. O seu percurso jornalístico foi distinguido com vários prémios. Dirigiu a Casa Fernando Pessoa entre 2008 e 2014. Trabalha também como tradutora e curadora de eventos literários. Participa no programa semanal de debate político O Último Apaga a Luz (RTP3) e no programa semanal de debate sobre literatura A Páginas Tantas (Antena 1). É autora e realizadora do programa semanal sobre questões de Género Um Homem, Uma Mulher (Antena 1). Em 2017 lançou uma editora, Sibila Publicações. O Processo Violeta é o seu mais recente romance.

sábado, 11 de maio de 2019

AS INSEPARÁVEIS, DE KRISTIN HANNAH, BERTRAND EDITORA

Este é o penúltimo livro de Kristin Hannah editado em Portugal e o meu primeiro livro desta autora, de quem já tinha ouvido falar acerca do livro 'O Rouxinol'.
O livro encontra-se dividido em quatro partes, sendo que a cada uma corresponde uma década: os anos 70 (dancing queen), os anos 80 (love is a battle field), os anos 90 (i´m every women) e o novo milénio (a moment like this).
O narrador vai oscilando entre os universos pessoais da personagem principal Kate e da sua melhor amiga Tully que se conhecem na adolescência nos anos 70. Começam por admirar o universo da outra sem perceberem que não há ninguém perfeito nem famílias perfeitas.
Aparentemente tão diferentes aproximam-se e partilham aventuras e sonhos, experiências e vivências.
À medida que o tempo vai passando acabam por prosseguir caminhos e ambições diferentes, muito embora mantenham sempre contacto e consigam manter uma profunda fidelidade apesar de algumas peripécias e desconfianças.
A história é dramática mas muito interessante pois transporta-nos para as décadas de 70 do século XX, ao novo milénio, sendo que é inevitável não nos deixarmos por identificar com muitos contextos e situações.
Para além de algum revivalismo, este livro aborda temáticas como a adolescência, escolhas, conflitos pessoais e familiares e o papel difícil do educador numa sociedade em constante transformação, desgostos e realizações, a passagem do tempo, bem como os sonhos que por vezes ficam para trás e finalmente, a redenção. Vamos vislumbrando o desenvolvimento pessoal das personagens ao longo da história, que podia ser a de qualquer um de nós.
Gostei deste livro apesar do desfecho não ter sido o mais positivo, pese embora a vida real ser também assim mesmo.
Na imprensa existem notas que noticiam a futura adaptação deste livro a série pela Netflix.
Vamos aguardar, pois promete.
Recomendo e fiquei curiosa para ler outros livros desta autora.



ISBN: 9789722536332
Edição ou reimpressão: 07-2018
Editor: Bertrand Editora
Idioma: Português
Dimensões: 148 x 233 x 33 mm
Encadernação: Capa mole 
Páginas: 552
Tipo de Produto: Livro
Classificação Temática: Livros em Português > Literatura > Romance

SINOPSE:
Corre o ano de 1974 e o verão do amor está prestes a terminar. Os filhos das flores começam a perceber que não conseguem sobreviver apenas com paz e amor.
Kate aceitou o seu lugar no fundo da cadeia alimentar social do liceu. Até que, para seu grande espanto, a «rapariga mais fixe do mundo», Tully, a rapariga que todos os rapazes querem conhecer, muda-se para a casa da frente e quer ser sua amiga. Tully e Kate tornam-se inseparáveis e, chegado o fim do verão, prometem ser «melhores amigas para sempre».
Ao longo de trinta anos, Tully e Kate apoiam-se mutuamente, resistindo às tempestades próprias da amizade, do ciúme, da raiva, da dor e do ressentimento. Tully segue a sua ambição de conquistar o sucesso e a fama. Kate sabe que a única coisa que quer é apaixonar-se e ter uma família. O que ela não sabe é que ser mãe e esposa é algo que a vai mudar.
Julgam ter sobrevivido a tudo, até que um ato singular de traição as separa. Mas será que os laços de amizade que antes as uniram serão mais fortes do que esse afastamento quando surge uma tragédia?


SOBRE A AUTORA:
Kristin Hannah nasceu em 1960 no sul da Califórnia. Aos 8 anos a família mudou-se para Western Washington. Trabalhou em publicidade, licenciou-se em Direito e trabalhou alguns anos em advocacia, em Seattle. Quando a gravidez a obrigou a ficar de cama durante vários meses, Kristin retomou uns textos antigos que tinha escrita em parceria com a falecida mãe, que sempre dissera que ela seria escritora. O marido encorajou-a e assim que o filho nasceu, Kristin abandonou a anterior atividade profissional e dedicou-se à escrita a tempo inteiro. O primeiro êxito surgiu em 1990 e desde então que a sua profissão é escrever. A autora já publicou 19 romances. Ganhou prestigiados prémios como um "Rita Award" (Romance Writers of América) em 2004 com Between Sisters, e o National Reader's Choice. A sua obra está traduzida em várias línguas. Vive com o marido e filho na costa noroeste dos Estados Unidos.

sexta-feira, 26 de abril de 2019

A VIDA OCULTA DAS COISAS, DE CLÁUDIA CRUZ SANTOS, BERTRAND EDITORA

A vida oculta das coisas da escritora Cláudia Cruz Santos foi editado em Março 2019 pela Bertrand Editora e foi a minha última leitura.

O tema difere das minhas últimas leituras por ser mais sério, mas não deixou de ser bastante interessante.

Este livro desenvolve uma história de ficção que aborda o tema dos refugiados e da exploração sexual e tráfico humano.

Um livro sobre sobrevivência e libertação nas suas múltiplas dimensões. Sobre a crueldade física e psicológica do tráfego humano. Sobre esperança e ligações humanas apesar do caos e traumas.

O narrador vai descrevendo o decurso dos acontecimentos ao longo dos quais vamos conhecendo as diferentes personagens, contextos e motivações.

A leitura flui apesar da crueza do tema abordado.

Uma chamada de atenção para uma realidade muitas vezes encoberta mas presente na sociedade contemporânea.

A história está estruturada ao longo de 22 capítulos, cujos títulos apresentam a designação de um objeto central ao contexto descrito na história que vai sendo narrada em cada capítulo, na verdade, a verdadeira vida oculta das coisas.

Viriato é um engenheiro informático com pouco mais de 30 anos com uma vida aparentemente pacata. A avó sofre um acidente e a sua vida fica virada do avesso quando por um acaso aleatório conhece Carolina e também Alma, duas mulheres que estão longe de serem o que parecem.

Alice é a avó de Viriato, octogenária atenta ao mundo que a rodeia e com vitalidade.

Mariana a mãe de Viriato ficou viúva jovem e quando o filho sai de casa, depois de reformada ruma ao sul do país com um conjunto de amigas onde compram uma casa e vivem em comunidade.

Manuela, Mónica, Leonor e Adelaide são as quatro amigas de Mariana, muito diferentes entre si mas com o propósito comum de não se deixarem vencer pelo isolamento e pela solidão.

Alberto é o dono da empresa onde Viriato trabalha e tem com este uma relação paternal apesar dos conselhos nem sempre serem os melhores.

Carolina, a misteriosa rapariga que se cruza com Viriato no hospital onde o seu avô está internado em fase terminal.

Alma vivia no Nordeste brasileiro numa favela. Aos 15 anos uma paixão por um português que dizia ter negócios, por causa da sua promessa de casamento chega a Portugal onde é presa numa rede de exploração sexual e tráfico de pessoas.

Asali, nigeriana era casada e foi abandonada pelo marido em contexto de poligamia. Responsável pela sua recém nascida doente, a prostituição foi a sua única hipótese de sobrevivência. Chega a Portugal pela rota de refugiados do mediterrâneo. Não consegue fazer chegar dinheiro à família e acredita em ameaças de feitiçaria.

Luba foi raptada na zona rural da Roménia quando se dirigia para a escola. Foi levada em condições miseráveis e violentas para Itália  e é a mais traumatizada tendo ficado dependente das drogas porque começou a ser drogada à força.

Renato é o dono de vários estabelecimentos de diversão noturna e estima mais os cães de guarda, considerando as mulheres apenas mercadoria mais rentável que droga.

Carmen, colombiana, ex-prostituta é a companheira de Renato que gere as mulheres exploradas mas receia ser colocada de lado por Renato.



ISBN: 9789722537711
Edição ou reimpressão: 03-2019
Editor: Bertrand Editora
Idioma: Português
Dimensões: 150 x 235 mm
Encadernação: Capa mole 
Páginas: 256
Tipo de Produto: Livro                        
Classificação Temática: Livros em Português > Literatura > Romance

SINOPSE:
A placidez da existência de Viriato é abruptamente interrompida quando a avó é levada de urgência para o hospital, onde ele conhece Carolina. Imperscrutável, sensual e perigosa, Carolina é uma mulher que esconde segredos e que se instala na casa dele desencadeando acontecimentos imprevisíveis. Mariana, a sua mãe, e Alberto, o seu patrão, unem-se, sem que ele saiba, para eliminar aquela ameaça. Em rutura com a tranquilidade da sua vida anterior, Viriato visita a Casa Cinzenta, onde moram pessoas que são tratadas como coisas por um «empresário» cruel e violento.
Apesar dos avisos de Alberto para Viriato se afastar antes que se dê alguma tragédia, mulheres como Luba, a romena, e Asali, a nigeriana, fascinam-no e inquietam-no - mas é o encontro com Alma que o fará mudar de rumo, levando-o a descobrir uma outra forma de amar e forçando-o a refletir sobre os seus limites, sobre o que é a liberdade de escolha e sobre os acasos a que alguns preferem chamar destino.

SOBRE A AUTORA:
Cláudia Cruz Santos nasceu em Aveiro em 1971.
Doutorou-se em Ciências Jurídico-Criminais pela Faculdade de Direito de Coimbra, onde é professora auxiliar e docente de Direito Processual Penal e de Criminologia.
Foi a primeira mulher a presidir a um Órgão Disciplinar das competições profissionais de futebol em Portugal, foi assessora do ministro da Justiça entre 2000 e 2002 e foi uma das representantes portuguesas no Grupo de Estados contra a Corrupção do Conselho da Europa.
É autora de várias obras jurídicas já publicadas.
Em 2017, o seu primeiro romance, Nenhuma Verdade se Escreve no Singular, foi publicado pela Bertrand Editora.

sábado, 20 de abril de 2019

AS VINHAS DE LA TEMPLANZA, DE MARIA DUENAS, PORTO EDITORA

Já me tinham recomendado a autora Maria Duenas pelo romance histórico 'Tempo entre costuras'.
Este romance histórico, As vinhas de la Templanza é o terceiro livro da autora que foi editado em Abril de 2018 pela Porto Editora.
A leitura é muito rica, sendo que a autora vai-nos desvendando a pouco e pouco a personalidade e história das personagens, bem como o contexto histórico e económico social dos lugares onde a história se desenrola.
Através de alguns detalhes do quotidiano das personagens, a economia doméstica também é tocada.
Nesta história que se passa em meados do século XIX, o personagem principal é Mauro Larrea, viúvo e com dois filhos já adultos, com origem espanhola e que nos túneis das minas de prata no México começa a sua vida nas escavações.
Com sentido de oportunidade e ambição, embora correndo  elevados riscos, acumula um património considerável.
A história começa quando no âmbito de um negócio aparentemente muito promissor, tendo em vista restaurar a exploração da Mina Las Três Lunas, o seu sócio Norte-Americano morre no contexto da guerra civil Norte-Americana e Mauro perde o grosso da sua fortuna ficando 'atolado' com os credores.
Restando-lhe a mansão da cidade do México, hipoteca-a e com o dinheiro parte em busca de uma oportunidade para, no prazo de 4 meses, recuperar o património e garantir alguma estabilidade para o futuro.
Num jogo de bilhar em Havana ganha propriedades vinícolas em Jerez de la Frontera.
A história transporta-nos ao longo de 3 partes para a cidade do México, Havana, e Jerez e para o contexto económico-social que se vivia naquelas partes do mundo na época.
Um México e Havana ainda com fortes influências coloniais.
Jerez com fortes ligações comerciais vinícolas com a Inglaterra.
A história é tão rica que, a cada página, vamos descobrindo as ligações e interesses entre as personagens de Havana e Jerez, algumas antagonistas, bem como alguns mistérios.
É mais ou menos a meio do livro que Mauro conhece Soledad Montalvo, uma das irmãs do herdeiro das vinhas (que fruto do destino vão parar às mãos de Mauro).
Soledad casada com um próspero negociante de vinhos inglês é a personagem secundária do livro, com uma história de vida muito interessante, sobretudo por se tratar de uma personagem feminina inteligente e envolvida nos negócios por incentivo do marido.
Trata-se de um livro sobre preserverança, ambição, intriga, dramas familiares, com uma pitada de mistério e romance à mistura.
Um livro que pretendo reler.
Já leram? Qual a vossa opinião?


ISBN:978-972-0-03085-6
Edição/reimpressão:01-2019
Editor: Porto Editora
Código:03085
Idioma:Português
Dimensões:152 x 235 x 35 mm
Encadernação:Capa mole
Páginas:536
Tipo de Produto:Livro
Classificação Temática: Livros em Português > Literatura > Romance

SINOPSE:
Nada fazia supor a Mauro Larrea que a fortuna que tinha conquistado fruto de anos de luta e perseverança se desmoronaria de um dia para o outro, graças a um inesperado revés.
Asfixiado com dívidas e afogado em incertezas, aposta os últimos recursos numa jogada temerária na esperança de se reerguer. Até que a perturbadora Soledad Montalvo, mulher dum negociante de vinhos inglês, entra na sua vida para o arrastar rumo a um futuro inesperado.
Da jovem república mexicana à radiante Havana colonial, das Antilhas à Jerez da segunda metade do século XIX quando o comércio de vinhos com Inglaterra converteu a cidade andaluza num enclave cosmopolita e lendário, por todos estes cenários se desenrola As vinhas de La Templanza, um romance que fala de glórias e derrotas, de minas de prata, intrigas de família, vinhas e cidades fascinantes cujo esplendor se desvaneceu com o tempo.

SOBRE A AUTORA:
Doutorada em Filologia Inglesa, Maria Dueñas é professora titular da Universidade de Murcia depois de ter já passado pela docência em várias universidades norte-americanas. É autora de trabalhos académicos e de muitos projetos educativos, culturais e editoriais.
Maria Dueñas nasceu em Puertollano (Ciudad Real) em 1964, é casada, tem dois filhos e reside em Cartagena.
O Tempo entre Costuras foi o seu primeiro romance, publicado pela Porto Editora, tendo sido adaptado à televisão, e exibido em Portugal pela TVI.


sexta-feira, 12 de abril de 2019

DE ZERO A DEZ, DE MARGARIDA FONSECA SANTOS, CLUBE DO AUTOR

A minha última leitura, o livro De Zero a Dez, de Margarida Fonseca Santos, muito embora tenha sido editado em Abril de 2014 pelo Clube do Autor, continua de forma inevitável atual, traduzindo-se numa importante ferramenta não só para quem sofre de patologias que originam dores crónicas (tantas vezes invisíveis para terceiros e incompreendidas) sendo útil também para familiares, amigos e cuidadores.
Do meu ponto de vista trata-se de uma leitura obrigatória e de grande utilidade.
O livro encontra-se estruturado em dez capítulos (9 em 10 o cansaço da dor, 8 em 10 a dor do cansaço, 7 em 10 um outro olhar, 6 em 10 uma janela por abrir, 5 em 10 quando a esperança sorri, 4 em 10 fechar à chave medos futuros, 3 em 10 no mundo dos outros, 2 em 10 passos de aprendizagem, 1 em 10 um passo em frente, de zero a dez o que for) e é escrito a 4 vozes (Leonor que sofre de artrite reumatoide, a personagem principal da história, o médico de Leonor, Maria a amiga de Leonor e João Paulo o namorado de Leonor).
Baseado na experiência pessoal da autora, a história é de leitura muito fácil e objetiva, transparente até, ousaria dizer.
Conseguimos vislumbrar as dificuldades físicas e o desgaste emocional causado pela dor crónica tantas vezes invisível ao olhar dos outros.
A história realça o papel crucial que amigos, médicos e familiares desempenham no auxílio a todos os níveis.
Desde o apoio concreto no dia a dia quando a dor é limitante e inibe a desenvoltura normal para as tarefas mais normais ou trajetos, até ao apoio psicológico aos mais diversos níveis contrariando o isolamento social que estas patologias acarretam muitas vezes. Também a nível laboral o cenário não é linear.
O papel do médico também é realçado ao nível de um acompanhamento humanizado, acessível e sempre atento.
Este livro abraça ainda o inevitável autoconhecimento e desenvolvimento pessoal de quem passa por esta situação, a par de uma luta constante e pacificação com a realidade, o que não é fácil e exige uma constante atenção.
A inevitável gestão psicológica que quem sofre de dor cronica se vê obrigado a fazer para levar a vida da melhor forma possível, porque há dias e dias.
Confesso que me identifiquei com muitos trechos deste livro.
Recomendo vivamente.
Uma história concreta, com situações da 'vida real'.
Uma ferramenta muito útil para todos, nem que seja para uma tomada de consciência.


ISBN: 9789897241390
Edição ou reimpressão: 04-2014
Editor: Clube do Autor
Idioma: Português
Dimensões: 154 x 233 x 13 mm
Encadernação: Capa mole 
Páginas: 192
Tipo de Produto: Livro
Classificação Temática: Livros em Português > Literatura > Memórias e Testemunhos
Livros em Português > Medicina > Medicina Geral


SINOPSE:
Esta é uma história sobre a dor crónica, esse mal constante e invisível, que afeta tantas pessoas. É igualmente um livro terapêutico, onde os caminhos e as estratégias para lidar com problemas de saúde crónicos se revelam a cada passo. É, sobretudo, um livro com esperança por dentro.
Leonor é uma mulher a braços com uma doença crónica, que, durante muito tempo, a deixa sem saber como avançar para lá das dores, sem saber como conviver com o cansaço da dor e com a dor do cansaço. Leonor vê a sua vida espartilhada por condicionantes que influenciam o dia-a-dia, nas mais pequenas coisas, mas também o futuro.
É através da ajuda dos amigos e de uma relação equilibrada com o seu médico que reencontra uma vida a que pode chamar sua, onde a felicidade e o empenho no trabalho passam a ser uma realidade concreta, possível e enriquecedora, uma vida onde a dor deixa de ser o centro.

SOBRE A AUTORA:
Publicou o seu primeiro livro para crianças há vinte e um anos. Desde esse instante, nunca mais parou de escrever para este público, um verdadeiro desafio que se transformou numa grande paixão.
Autora reconhecida e muito querida do público, tem uma grande parte das suas obras no Plano Nacional de Leitura.
Paralelamente a isso, escreve para adultos e para teatro, trabalha na área da escrita criativa e do treino mental, algo que ficou do tempo em que se dedicava à Pedagogia e à Formação Musical. A coleção, A Escolha É Minha, é o reflexo de todo este percurso.


Entrevista da autora para a rádio Sim (aqui)