ENTREVISTA A JORGE MANUEL LUCAS ALVES, AUTOR DE DESTINOS, PUBLICADO PELA CHIADO BOOKS - Dicas da Lu

sábado, 14 de dezembro de 2019

ENTREVISTA A JORGE MANUEL LUCAS ALVES, AUTOR DE DESTINOS, PUBLICADO PELA CHIADO BOOKS

Numa conversa à volta dos livros, entrevistámos Jorge Manuel Lucas Alves, autor da obra Destinos, publicado em Outubro de 2019 com a Chancela da Chiado Books.

Para além da leitura da entrevista abaixo, vale ainda a pena espreitar aqui neste link a impressão sobre o livro, a sinopse e sobre o autor.

Conversámos com o autor sobre o seu percurso, o que o motivou ter escolhido a janela temporal do século XIX para este livro, bem como sobre a principal mensagem e conselhos que deixa aos leitores desta obra.
Muito obrigada!

- Qual é o seu percurso e em que medida o mesmo determinou ter enveredado pela escrita e em que momento?

'Tenho uma licenciatura em História e um Mestrado em História, Relações Internacionais e Cooperação. A nível profissional prestei serviço, cerca de dez anos, no Exército Português e trabalhei na Câmara Municipal de Baião como Assistente Técnico. Ultimamente tenho estado desempregado e foi isso o que me levou a escrever. Passava dias e dias a ler livros, sobretudo de História, até que um dia resolvi escrever os meus próprios e optei pelo romance histórico. Até à data tenho quatro romances escritos, tendo desses quatro apenas dois editados ("Tempos Turbulentos" e "Destinos"). De facto posso afirmar que foi o desemprego o que me levou a abraçar a escrita. Para além disso o gosto pela História vem desde que era criança. Adorava estar horas e horas a ver os grandes épicos do cinema dos anos 50 e 60 e ler tudo o que estivesse relacionado com a História e com a Arqueologia'.

- O que o motivou ter escolhido o início do século XIX e o contexto vivido na época em Portugal para este livro?


'Sempre adorei ler sobre as guerras napoleónicas. Acho esse período fascinante. Mas o que me deixa triste é constatar como a participação portuguesa, o contributo português para a derrota de Napoleão, é esquecida e ignorada tanto em Portugal como no estrangeiro. Daí também a necessidade de divulgar, ainda que através de romances, a História de Portugal desta época e o esforço titânico que o povo português foi forçado a fazer no seu contributo para a derrota de Napoleão. É de facto reconhecido que o Exército Português é o grande esquecido das guerras napoleónicas. Quer na televisão (e.g. filmes, documentais, etc.) quer na literatura, quando se fala nas guerras napoleónicas, o contributo português é praticamente ignorado'.

- Apesar de se tratar de uma obra de ficção, quais os principais valores e reflexões que procurou deixar aos leitores desta sua obra?


'É sem dúvida uma obra de ficção, mas, o leitor no final irá ficar conhecedor do que realmente sucedeu à pouco mais de 200 anos. O leitor irá ficar consciente do que realmente sucedeu em Portugal, guerra, violações, crueldade, violência, assassinatos, etc., e começar a dar valor àquelas gentes que foram obrigadas a enfrentar tais desafios. A Guerra Peninsular foi de uma crueldade e de uma violência extrema na qual a população portuguesa, através de um esforço titânico, conseguiu e contribuiu não só para a derrota dos franceses, e seus aliados, em Portugal como também em Espanha e na própria França. De país invadido passou a ser também um dos países invasores da França e a contribuir de maneira significativa para a queda de Napoleão. Os valores que procuro deixar, através das personagens são a amizade, o amor, a paixão, a camaradagem e o espírito de sacrifício. O de não baixarem os braços e seguir sempre em frente seja qual for o obstáculo que nos surja pelo caminho. Acho que a principal mensagem é nunca baixar os braços, seguir em frente e levantar-nos ainda com mais força quando a vida nos prega uma das suas partidas. Nunca desistir! E foi isso o que as gentes de à cerca de 200 anos fizeram, nunca desistiram'.

- Que conselhos deixa aos leitores das suas obras?


'Gostaria que as pessoas quando finalizassem a leitura das minhas obras sentissem uma curiosidade por aumentar os seus conhecimentos sobre este período da História. E para isso acho que podiam seguir a leitura de algumas obras que estão referenciadas na bibliografia que surge no final das obras. Também gostaria que os leitores visitassem os lugares que são referidos obras de maneira a poderem apreciar no terreno o que ainda resta (e.g. fortificações, campos de batalha, etc.) desse período fascinante. E visitar os museus e os centros interpretativos'.





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