Dicas da Lu

sexta-feira, 28 de junho de 2019

O IRMÃO ALEMÃO, DE CHICO BUARQUE, COMPANHIA DAS LETRAS

O irmão alemão de Chico Buarque editado em Fevereiro de 2015 pela Companhia das Letras foi a minha leitura de hoje 22-06-2019, pois consegui lê-lo num dia tal a imensa curiosidade que desperta ao envolver-nos na investigação que o autor e narrador desenvolve para encontrar um irmão que nasceu a 21 de Dezembro de 1931 em Berlim fruto de uma deslocação do seu pai à Alemanha como correspondente do jornal brasileiro 'O Jornal'.
Não tinha a noção do universo literário de Chico Buarque e fiquei com alguma curiosidade.
Sérgio Buarque de Holander, leitor e colecionador de livros compulsivo foi jornalista e terá conhecido em Berlim Anne Ernest a mãe de Sérgio, o meio irmão cuja existência Chico descobriu já com 22 anos  por revelação do poeta Manuel da Bandeira, amigo da família.
Mas esta história está contada de uma forma que a ficção e a realidade se misturam de tal forma que se torna difícil perceber a diferença entre ambas, o que se torna interessante.
A leitura é densa e joga a todo o momento com inúmeras suposições de Chico, contada de tal forma que se torna desafiante perceber o que estaria a ser especulado, revelando-se por esse motivo com inúmeras surpresas.
O livro encontra-se estruturado ao longo de 17 capítulos por 192 páginas, sendo a narrativa contada na primeira voz de Chico e acompanha Chico desde a sua infância até cerca dos seus 70 anos em 2013.
As cartas e fotografias que figuram no livro são reais e foram trocadas entre Anne Ernest e instituições Alemãs.
Os tempos conturbados de início da chegada ao poder de Adolf Hidler e do partido Nazi dificultaram que o pai de Chico acompanhasse o rasto do filho.
Em 2013 Chico auxiliado pela editora e o historiador brasileiro João Klug e um museólogo alemão Dieter Lange iniciaram a investigação, tendo o autor se deslocado a Berlim onde ganhou novas sobrinhas.
Qual terá sido o percurso e destino do seu meio irmão?
Só a leitura o revelará. Uma história de suspense e aventuras desmedidas.
Sem revelar a história percebemos que o meio irmão de Chico tinha a mesma profissão do pai e talento para a música sendo inegáveis as parecenças físicas com o pai de Chico.
Deixo aqui um artigo que encontrei após ter terminado a leitura, que que revela as verdades e as mentiras do livro, mas só convém ler depois do livro, caso contrário, perde-se o interesse e a descoberta da história.


ISBN: 9789898775238
Edição ou reimpressão: 02-2015
Editor: Companhia das Letras
Idioma: Português
Dimensões: 149 x 228 x 14 mm                                                   
Encadernação: Capa mole                                                 
Páginas: 192
Tipo de Produto: Livro                                                   
Classificação Temática: Livros em Português > Literatura > Romance

SINOPSE:
Aos 22 anos Chico Buarque descobriu que tinha um irmão alemão.
Sergio Buarque de Hollanda, reputado historiador e crítico literário, pai de Chico, vivera na Alemanha entre 1929 e 1930, enquanto correspondente de um jornal. A efervescente Berlim dos anos 30 serviu de cenário a um romance com uma mulher alemã, de quem teve um filho que nunca chegou a conhecer. Chamava-se Sérgio Ernst.
Quase cinco décadas depois da descoberta, Chico Buarque decidiu fazer da existência desse irmão - e do silêncio em torno dele - a matéria do seu próximo romance. Mas antes precisava de saber exactamente o que lhe acontecera.
Dessa busca nasce este romance. Magistralmente conduzida por um narrador obsessivo, delirante, megalómano e profundamente solitário sem o querer ser, a narrativa enreda o leitor numa trama em que realidade e devaneio se confundem permanentemente. A páginas tantas, a busca de narrador e autor passa a pertencer igualmente ao leitor, também ele desesperadamente procurando esse irmão desconhecido.


SOBRE O AUTOR:
Escritor, compositor e cantor popular brasileiro, Francisco Buarque de Hollanda nasceu a 19 de junho de 1944, no Rio de Janeiro. Filho do historiador Sérgio Buarque de Hollanda, cedo se habituou a conviver com o mundo das artes e das letras. As reuniões da casa paterna eram frequentadas por intelectuais e artistas, entre os quais Vinicius de Moraes, que mais tarde viria a assinar uma meia dúzia de temas em parceria com o jovem Chico Buarque (incluindo Valsinha), e também pelos amigos da sua irmã Heloísa - Baden Powell, Óscar Castro Neves, Alaíde Costa. Da irmã receberia as primeiras lições de violão e de João Gilberto as primeiras influências musicais. Em meados dos anos sessenta, no início da bossa-nova e em pleno movimento de agitação social, Chico Buarque abandonou o curso de Arquitetura para se dedicar definitivamente ao violão e à escrita.
Em 1965 gravou o primeiro single, com as canções Sonho de um Carnaval e Pedro Pedreiro. Compôs a música para o espetáculo Morte e Vida Severina, baseado no poema homónimo de João Cabral de Melo Neto, exibido no Teatro da Universidade Católica em S. Paulo e que veio a vencer o Festival de Teatro Universitário de Nancy, em França. Musicou igualmente o Romanceiro da Inconfidência, de Cecília Meireles. O tema A Banda, interpretado por Nara Leão em 1966, tornou-se um sucesso internacional. Nesse mesmo ano viria a editar o seu primeiro LP, Chico Buarque de Hollanda. A peça Roda Viva, mais tarde proibida pela censura, é levada à cena com os seus próprios textos. E nessa época colaborava já com grandes nomes da música popular brasileira, como Tom Jobim, Milton Nascimento, Gilberto Gil, Elis Regina, Gal Costa e Maria Bethânia.
A mestria do erudito e a espontaneidade do popular coexistem no ritmo e nas palavras dos seus temas, e Chico Buarque rapidamente se tornou um dos mestres da música popular brasileira e um dos criadores do chamado samba urbano. O lirismo de "Realejo", "Lua Cheia" ou de "Carolina" alterna com as intervenções de protesto, de ironia e de crítica social de temas como "Deus lhe Pague" e "Meus Caros Amigos". A coerência das suas opiniões forçá-lo-ia inclusive ao exílio, estabelecendo-se em Roma durante perto de dois anos.
De volta ao Brasil em 1970, lança novos sucessos: "Construção", "O que Será (À Flor da Terra)", "Morena de Angola", etc.
Estreada no Rio de Janeiro em julho de 1978, A Ópera do Malandro é sem dúvida a sua experiência teatral de maior êxito. Baseada em The Beggar's Opera (A Ópera do Mendigo, 1728) de John Gay e em Die Dreigroschenoper (A Ópera dos Três Vinténs, 1928) de Bertolt Brecht e Kurt Weill, seria ainda adaptada ao cinema em 1986 por Ruy Guerra.
As aparições em palco do cantor tornaram-se entretanto cada vez mais raras. Nos anos oitenta, o espetáculo realizado no Canecão, no Rio de Janeiro, baseado no disco Francisco, é tido como "o maior espetáculo da década". E em 1994 De Volta ao Samba assinala mais uma vez a sua passagem pelos palcos do Rio de Janeiro e da Europa e o revisitar de velhos temas.
Nos últimos anos, Chico Buarque consagrou-se por longos períodos à ficção, tendo-se retirado no seu apartamento parisiense para trabalhar nos romances Estorvo (1991) e Benjamim (1995). Numa das suas passagens por terras portuguesas (maio de 1997), o autor deu conta da sua vontade de mostrar o "Brasil real", participando designadamente no lançamento do livro de Sebastião Salgado sobre o Movimento dos Sem-Terra.
Em 2017 venceu o prémio Roger Caillois pelo conjunto da sua obra. Em 2019 foi distinguido com o Prémio Camões, a distinção de maior prestígio da Língua Portuguesa.

terça-feira, 25 de junho de 2019

BRYAN ADAMS THE LAST NIGHT ON HEARTH

Got the top down, can't stop me now
Let's burn down a one-way highway
We both know where it goes
And I love it when you're here beside me
Just you and I, life's rushin' by
Baby we're alive
Let's hit a high
Let's, light up the sky
Let's, burn like a fire
Oh-oh-oh
Let's hit a home run
I love when you come
Let's get the job done
Oh-oh-oh
Take my hand and don't say a word
Let the universe do all the work
Kiss me like it's the last night on earth
Don't look back, been and done that
Let's go where they'll never find us
No one needs to know, where we're gonna go
Gonna leave it all, all behind us
Just you and I, life rushin' by
Baby we're alive
Let's hit a high
Let's, light up the sky
Let's, burn like a fire
Oh-oh-oh
Let's hit a home run
I love when you come
Let's get the job done
Oh-oh-oh
Take my hand and don't say a word
Let the universe do all the work
Kiss me like it's the last night on earth
Light up the sky
Let's burn like a fire!
Let's hit a high
Let's, light up the sky
Let's, burn like a fire
Oh-oh-oh
Let's hit a home run
I love when you come
Let's get the job done
Oh-oh-oh
Take my hand and don't say a word
Let the universe do all the work
Kiss me like it's the last night on earth
Oh-oh-oh
Light up the sky
Let's burn like a fire!
Oh-oh-oh
Come on
Compositores: Bryan Adams / Phil Thornalley
Letras de The Last Night On Earth © Universal Music Publishing Group

sábado, 22 de junho de 2019

HISTÓRIA DE UMA FAMÍLIA DECENTE, DE ROSA VENTRELLA, PELAS PUBLICAÇÕES DOM QUIXOTE


História de uma família decente de Rosa Ventrella, um romance editado em Março de 2019 pelas Publicações Dom Quixote, foi a minha ultima leitura.
O livro está organizado em 12 partes e 41 capítulos (à guisa de prólogo, as palavras secretas, as estações breves, a idade das recordações, terras de ida, terras de não regresso, o paraíso não é para todos, as estações dos adeuses, hoje os primeiros passos, como pedras no mar, areia nos olhos, mala carne).
Esta história de ficção está narrada na voz da personagem principal, Maria de Santis, retratando as suas vivências de meninice até chegar à idade adulta no último ano da universidade.
A história transporta-nos literalmente para o universo, vivência, crescimento e amadurecimento de Maria, que cresceu em Bari Velha, um bairro à beira mar marcado pela dureza da vida, pela luta pela sobrevivência e pela pobreza.
Assim, este romance efetua um retrato do contexto económico-social, bem como da economia doméstica daquele bairro.
Maria, no entanto, não se lembra de alguma vez ter pensado naqueles anos como maus ou infelizes porque não conhecia nada diferente.
Maria nasceu na Bari Velha e apesar de tudo à sua volta não parecer contribuir para um futuro  risonho, confiando-a às lides domésticas presa ao mesmo modo de vida dos pais, Maria sendo inconformada e boa aluna, por influência de contactos do seu Professor de história, consegue continuar os estudos num colégio e ingressar na Universidade, representando o seu potencial futuro o sonho de vida que a sua mãe gostaria ter vivido, maior conforto económico e/ou ascensão social, a sua redenção.
Ao longo da vida de estudante, Maria sofre inúmeras discriminações pela sua proveniência social, mas a sua resiliência e determinação não a demoveram de obter bons resultados.
Na Universidade, conhece um rapaz proveniente de outro contexto, mas as diferenças abismais entre ambos não contribuíram para a continuidade da relação.
O destino de Maria acaba por se voltar a cruzar com o de Michelle, um rapaz do seu bairro, companheiro de aventuras de meninice, filho de um homem com alguma prosperidade, embora devido a negócios duvidosos, sendo por esse motivo não bem acolhido pelos pais de Maria.
Da infância Maria recorda uma ligação muito forte com a sua avó Antonietta.
O professor Caggiano foi quem valorizou a inteligência e o mérito escolar de Maria, tendo proporcionado os contactos que lhe abriram portas para prosseguir os estudos num colégio e na Universidade, embora com muito sacrifício dos pais.
A mãe de Maria, trabalhava como criada para um família rica por não ter tido possibilidade de estudar, sendo que a convivência com essa família lhe proporcionava uma vida confortável, menos dura comparativamente à vida que conheceu como dona de casa, mãe de família e esposa do pescador Tony, onde o dinheiro estava sempre ‘contado’.
Tony, pai de Maria, pescador revela uma inquietação interior que se manifesta num ambiente rígido e por vezes violento.
Giuseppe, o irmão mais velho de Maria, ao ingressar no serviço militar, consegue organizar a sua vida saindo de casa, libertando-se da autoridade do pai e constituindo família.
Já Vicenzo, o irmão mais novo de Maria, incapaz de conseguir lidar com a violência do pai, refugia-se em companhias que o arrastam para um destino que retrata a degradação do ambiente do bairro de Bari.
Este romance, com alguma carga dramática fruto da realidade de Bari, revela-nos uma história sobre expetativas, inconformismos, escolhas, frustrações, resiliência, determinação e redenção.
A história de Maria e Michelle é uma história bela e intensa que parece proteger Maria do sofrimento, não correndo como planeado.
Um livro apaixonante da primeira à última página, que nos deixa algumas reflexões sobre as oportunidades ou a falta delas e o que se consegue realizar no meio ambiente que condiciona as hipóteses de realização.
A passagem do tempo é outro aspeto muito interessante nesta história.
Fiquei com vontade de reler.
 

 
ISBN: 9789722066716
Edição ou reimpressão: 03-2019
Editor: Dom Quixote
Idioma: Português
Dimensões: 155 x 233 x 21 mm
Encadernação: Capa mole
Páginas: 320
Tipo de Produto: Livro
Classificação Temática: Livros em Português > Literatura > Romance


SINOPSE:
Sul de Itália, anos 80. Os verões em Bari velha são passados entre os becos de lajes brancas, onde as crianças se perseguem pelas curvas de um labirinto de ruelas, no meio dos aromas dos lençóis estendidos em arames e dos molhos saborosos.
Maria, de doze anos, cresce aqui com os dois irmãos mais velhos. É uma menina pequena e morena, com feições selvagens que a tornam diferente das outras crianças - uma boca grande e dois olhos quase orientais que brilham como pequenos buracos - e uma certa maneira de ser hostil e insolente que lhe valeu a alcunha Malacarne
Vive numa terra sem tempo, num bairro onde os abusos são sofridos e infligidos, e de onde é muito difícil escapar. No entanto, Marì não está disposta a submeter-se a normas que não respeita. O seu único apoio é Michele, o filho mais novo do clã Senzasagne, a gente mais decadente de Bari velha. 
Apesar da hostilidade entre as suas famílias, entre ambos surge uma amizade delicada, quase fraternal, que o tempo converte em amor. 
Um amor que, embora impossível, os preserva do rancor do resto do mundo.

SOBRE A AUTORA:
Rosa Ventrella nasceu em Bari, e mora em Cremona. É licenciada em História Contemporânea e mestre em Gestão Escolar. Durante muito tempo, escreveu em revistas históricas especializadas e deu várias palestras sobre a condição das mulheres na História. Foi editora, e há anos que dirige oficinas de escrita criativa para crianças e adultos, em Cremona. É autora de Il giardino degli oleandri (2013) e Innamorarsi a Parigi (2015). História de Uma Família Decente(2018), o seu romance de estreia em Portugal, traduzido em 17 países, e os direitos para adaptação cinematográfica também foram adquiridos.

sábado, 15 de junho de 2019

BRYAN ADAMS DON'T LOOK BACK

 
Look into the eyes of a child, it's magic
Once in a while
You don't know what to say
You throw it all away
Hold onto your dreams, you can find them
Take a look around
Remember who you are
You don't have to look that far
I'd given up on happy endings
I know that it won't last
Don't look back
Don't look back
Don't look back
Don't look back
Reach into your soul, it's amazing
Open up your eyes
And face another day
And find a better way
Hang onto your heart, it's surprising
It's easy to believe
You can lose it in the end
And find it all again
I'm turning nightmares into dreams
And the fear is fading fast
Don't look back
Don't look back
Don't look back
Don't look back
Yeah, don't look back, baby
How can I go on pretending
Living in the past
Don't look back
Don't look back
Don't look back
Don't look back
Yeah, don't look back
How can I go on pretending
I'd given up on happy endings
Even though your heart is breaking
Love is there, it's for the taking (oh, don't look back)
How can I go on pretending
I'd given up on happy endings (oh, don't look back)
Even though your heart is breaking (don't look back)
Love is there, it's for the taking
 
Compositores: Bryan Adams / Jim Vallance
Letras de Don't Look Back © Sony/ATV Music Publishing LLC, Universal Music Publishing Group

quinta-feira, 13 de junho de 2019

O TEMPO ENTRE COSTURAS DE MARIA DUENAS, DA PORTO EDITORA

O tempo entre costuras de Maria Duenas foi o segundo livro que li desta autora espanhola tendo-se traduzido num dos melhores livros que li nos últimos tempos.
Este livro já foi adaptado para série pelos nossos vizinhos espanhóis, pelo que também fiquei muito curiosa para assistir à série tendo presente que a série terá sido acompanhada de perto pela autora, havendo quem refira que por esse motivo será muito fiel ao livro.
A narrativa é contada pela personagem principal Sira e vai sendo intercalada pelos diálogos da ação da história.
O livro encontra-se dividido em 4 partes, sendo a última parte, do meu ponto de vista, a mais empolgante a nível de suspense e ação.
Cada uma das partes transporta-nos respetivamente para Madrid e Tânger, Tétuan, Madrid e Lisboa, Estoril, Cascais.
O livro termina em Madrid após uma viagem noturna Lisboa-Madrid.
Trata-se de uma história de ficção passada em meados dos anos 30 até meados dos anos 40 do século XX, baseada nos tempos conturbados da guerra civil espanhola (1936-1939) e nos anos da segunda guerra mundial (1939-1945) permitindo-nos um vislumbre do contexto geopolítico da península Ibérica naquele tempo, bem como do papel do protetorado espanhol em Marrocos e da sua evolução.
A personagem Sira, amigos (Cláudio Vásquez, Candelaria, Félix Aranda, Ignacio, Ramiro, Marcus Logan)  e família (Gonçalo Alvarado e Dolores) são personagens de ficção, muito embora outras personagens da história basearam-se em personalidades reais tal como a autora nos explica no epílogo: Beigbeder, Rosalinda, Serrano Suner, Allan Hillgarth, Caudilho.
A narrativa é fluida e por isso muito fácil para qualquer leitor.
Sira aprendeu costura no atelier de alta costura onde a sua mãe Dolores era assalariada. Fruto da crise económica o atelier encerra as portas e Sira de casamento agendado com Ignacio apaixona-se pelo gerente da casa de maquinas de escrever onde Ignacio foi efetuar uma compra com o intuito de ensinar Sira e ambos concorrerem à Administração. Largando tudo Sira vai viver com Ramiro e fica deslumbrada com a vida que este leva na sociedade. Sira foi criada sem a presença do pai e  desconhecendo quem se tratava. No despoletar da guerra civil, Dolores finalmente revela quem é o seu pai, que temendo pela vida faz uma aproximação às duas, convocando-as para pacificar o seu passado e deixar uma herança a Sira. Gonçalo Alvarado é o pai de Sira, um importante empresário madrileno. Ramiro aliciado com a herança de Sira para empreender negócios, leva Sira para a segurança de Tânger em Marrocos, um protetorado espanhol. Dolores vê-se separada da filha e fica em Madrid com o seu pai, no auge da crise e perigos da guerra civil espanhola. O relacionamento de Sira e Ramiro parece perfeito até que Ramiro desaparece com a herança deixando Sira gravida e sem um tostão com dividas astronómicas. Sira sofre um brutal trauma psicológico, perde a criança e vai para Tétuan procurando fugir às dividas. O comissário da policia Cláudio Vasquez orienta Sira alojando-a na Pensão de Candelaria. Logo que Sira reestabelece alguma saúde, Candelaria fabrica um esquema para ambas ganharem algum dinheiro. Sira com a divida para pagar não tem escapatória e abre um atelier de alta costura em Tétuan para a alta sociedade, sobretudo a britânica e alemã que se haviam estabelecido no protetorado marroquino. Nessa altura Sira conhece Félix Aranda que a ajuda na sua formação social, bem como Rosalina e o jornalista Marcus Login, de quem se sente atraída e auxilia o processo de transporte clandestino de Dolores para Tétuan.  As circunstâncias do enredo entre os diferentes personagens levam a que Sira se vê enredada num processo que a leva de volta a Madrid como espia a favor da corrente britânica contra um governo de Franco pró-alemão. Nesse processo Sira veste clientes da alta sociedade alemã transmitindo clandestinamente informações chave. Essa missão leva-a a Lisboa, ao  Estoril onde procura recolher informação chave acerca das movimentações alemãs. Um ambiente de espionagem e contraespionagem.
Assim neste livro vislumbramos o ambiente que se viveria na alta sociedade por este tempo.
Ao mesmo tempo trata-se de um livro que desvenda através de Sira,  uma luta de sobrevivência, autoconhecimento e ousadia, deslumbramento, coragem e missão, com uma pitada de romance à mistura.
Uma história baseada numa importante recolha biográfica ao nível do contexto histórico e espacial que nos são descritos.
Acerca de alguém que empreende um percurso de autoconhecimento e coragem e que descobre a dada altura a necessidade de encontrar a sua essência e verdade num contexto económico, politico e social conturbado e profundamente discrepante.
Já leram este livro?
Qual a vossa opinião?


ISBN:978-972-0-04558-4
Edição/reimpressão:09-2018
Editor:Porto Editora, S.A.
Código:04558
Idioma:Português
Dimensões:152 x 235 x 36 mm
Encadernação:Capa mole
Páginas:624
Tipo de Produto:Livro


SINOPSE:
«O Tempo entre Costuras» é a história de Sira Quiroga, uma jovem modista empurrada pelo destino para um arriscado compromisso; sem aviso, os pespontos e alinhavos do seu ofício convertem-se na fachada para missões obscuras que a enleiam num mundo de glamour e paixões, riqueza e miséria mas também de vitórias e derrotas, de conspirações históricas e políticas, de espias.
 Um romance de ritmo imparável, costurado de encontros e desencontros, que nos transporta, em descrições fiéis, pelos cenários de uma Madrid pró-Alemanha, dos enclaves de Tânger e Tetuán e de uma Lisboa cosmopolita repleta de oportunistas e refugiados sem rumo.

SOBRE A AUTORA:
Doutorada em Filologia Inglesa, Maria Dueñas é professora titular da Universidade de Murcia depois de ter já passado pela docência em várias universidades norte-americanas. É autora de trabalhos académicos e de muitos projetos educativos, culturais e editoriais.
Maria Dueñas nasceu em Puertollano (Ciudad Real) em 1964, é casada, tem dois filhos e reside em Cartagena.
O Tempo entre Costuras foi o seu primeiro romance, publicado pela Porto Editora, tendo sido adaptado à televisão, e exibido em Portugal pela TVI.

 












domingo, 9 de junho de 2019

FILME DA SEMANA: O PROFESSOR

De regresso a este meu cantinho para deixar o registo do último filme que assisti e que apreciei pela abordagem de bom humor, apesar da seriedade do tema e de um final um pouco em aberto.
A história foi escrita pelo diretor do filme Wayne Roberts com uma pitada de bom humor, positivismo e coragem.
E é precisamente esse aspecto que torna a historia interessante, a forma despojada, quebrando todas as regras, com que o personagem principal, professor universitario lida com a noticia de sofrer de uma doença incurável e com pouco mais de 6 meses de tempo previsto de vida.
Decide transformar o seu dia a dia, com uma dose que apelidaríamos de 'loucura', sendo que a nível familiar já parecia apresentar alguma fragmentação.
Deixando de lado as normas, preconceitos e hipocrisia do meio em que vive, o professor começa a fazer o que lhe apetece pura e simplesmente, o que aponta para inevitáveis situações insólitas.
O momento em que se retira em licença sabática com o seu cão poderá representar, do ponto de vista filosófico, a necessidade de romper com uma existência monótona, bem como percurso que cada um trilha na doença ou morte, que não deixa de ser solitário e introspectivo, por mais pessoas que estejam ao redor.
Poderá a reflexão que se efetua sobre a vida ser tão profunda que, aquilo que verdadeiramente importa ou faz sentido, possa originar comportamentos tão inusitados?
Já assistiram?
Qual a vossa opinião?


Título: The Professor (Original)
Ano produção: 2018
Dirigido por Wayne Roberts
Duração: 90 minutos
Classificação: Comédia, Drama
País de Origem: Estados Unidos da América
O Professor é um filme americano de comédia e drama escrito e dirigido por Wayne Roberts.
O filme é estrelado por Johnny Depp, Rosemarie DeWitt, Danny Huston, Zoey Deutch, Ron Livingston e Odessa Young. 
A sua estréia mundial ocorreu no Festival de Zurique a 5 de outubro de 2018.