Dicas da Lu

domingo, 3 de janeiro de 2021

A INCRÍVEL HISTÓRIA DE GIORGIO DI ROSA


Trata-se de um filme do estilo comédia com um pouco de drama, baseado em factos reais que parecem 'fantásticos', uma verdadeira história insólita: um engenheiro decide construir uma ilha em alto mar e fundar nela um estado independente.

De facto, em 1967 o inventivo engenheiro italiano Giorgio di Rosa decide construir uma pequena plataforma marítima com 400 metros quadrados a cerca de 10km de Rimini na zona de Bolonha, fora dos limites do Estado Italiano, ou seja em águas internacionais e proclamou-a um estado independente a 1 de Maio de 1968. Através de uma captação de água doce no mar, possuía água doce potável. Possuía ainda uma estação de correios, um bar e um restaurante. Num ambiente em que se vivia a revolta estudantil, atraía inúmeras pessoas e era uma espécie de 'expressão da liberdade'.

Um filme que vale a pena assistir, muito bem humorado e até custa a acreditar que o que nele parece insólito, poderá ficar aquém daquilo que terá sido a própria realidade!

A ilha foi considerada uma afronta ao Estado Italiano que desencadeou inúmeras ações para pôr fim à atividade realizada na ilha e à própria ilha, onde não se pagavam impostos, naturalmente.

Rose Island , um filme de 2020 baseado na República da Rose Island dirigido por Sydney Sibilia , foi lançado na Netflix em 8 de dezembro de 2020





 

sábado, 26 de dezembro de 2020

WINTER SUN, MOGLI



Wild summer gone
Floating over water at the break of dawn

Breathing in the warmth
Of the winter sun

Wild summer gone
Glowing under cover in our reflection

We're the only ones in the winter sun
Home, home

We are home in the winter sun
In the winter sun

Wild summer gone
Glowing under cover in our reflection
We're the only ones in the winter sun


Songwriters: Selima Taibi / Johannes Butzer





quarta-feira, 16 de dezembro de 2020

D. MARIA I, DE MARY DEL PRIORE, PELA CASA DAS LETRAS

Uma leitura muito interessante, que desvenda aspetos da personalidade e do contexto em que viveu a primeira Rainha portuguesa, D. Maria I, rotulada para história como a louca.

Tenhamos presente que na época os cargos de poder passavam sempre ao lado das mulheres. Uma mensagem de empoderamento feminino à época.

Em toda a europa, a par da sua contemporânea D. Maria Ana da Áustria, foi a primeira mulher num cargo decisório.

Trata-se de uma narrativa na terceira pessoa ao longo de 9 capítulos e 180 páginas: 1. Era uma vez; 2. De princesa a rainha num castelo de madeira; 3. A mão que batia e abençoava; 4. Os prazeres e os dias dos reis; 5. Nossa Senhora das Dores; 6. Tempos de lágrimas e de expiação; 7. Com o diabo no corpo?; 8. Morrer e não morrer; 9. Venha morte, venha; Caderno de Imagens; Referências.

Fruto de uma grande pesquisa bibliográfica resultante, inclusivé, do acesso à correspondência pessoal da Rainha, esta narrativa procura fazer justiça à pessoa de D. Maria I.

Pensemos o que seria uma mulher num cargo decisório tão importante, rodeada de conselheiros e partes com interesses contraditórios, desde a Nobreza ao Clero e ainda o ambiente no Brasil, então colónia mas já a formar alguns passos em direção à independência. As invasões Francesas.

Além disso, D. Maria tinha ainda o papel de esposa e de mãe.

Descobrimos que afinal D. Maria não era louca. 

Sofreu inúmeras pressões psicológicas de conspiração contra si, desde nova, assistiu a atos de execução pública como o processo dos Távoras, as invasões Francesas e perdas pessoais.

Provavelmente estaria só, apesar de rodeada de muita gente.

Com este livro mergulhamos no contexto político, económico e social da época em Portugal e no Brasil e compreendemos que afinal D. Maria poderia não estar louca.

Uma chamada de atenção para tantos problemas que até a medicina tarda em compreender.

Um testemunho de empoderamento feminino, que vai para além do tempo e do lugar, como tantos outros.

Uma maravilhosa aventura, que recomendo.

ISBN: 9789896608439
Edição: 07-2020
Editor: Casa das Letras
Idioma: Português
Dimensões: 156 x 233 x 17 mm
Encadernação: Capa mole
Páginas: 248
Tipo de Produto: Livro
Classificação Temática: Livros em Português > História > História de Portugal

SINOPSE:
D. Maria I foi a primeira mulher a governar Portugal e ficou conhecida para a história como a Rainha Louca. Mãe de D. João VI e avó do primeiro imperador do Brasil, teve um longo reinado de 38 anos - marcado por intensa atividade governativa, pela ação social e pelo desenvolvimento das artes e das ciências - e, no entanto, a sua vida conta com aspetos muito importantes não esclarecidos. Se era mentalmente instável, o que a levou a isso? E seria realmente louca, ou antes incompreendida? Que impacto tiveram nela as mortes do marido e do filho primogénito? A fim de lançar uma nova luz sobre esta figura marcante da história de Portugal, a historiadora Mary del Priore investigou a fundo a sua vida.
Neste livro, Del Priore conta a história da monarca de uma perspectiva inédita e intimista, e revela que o seu estado mental era provavelmente fruto das muitas tristezas e contratempos que sofreu ao longo da vida, numa época em que a depressão e a melancolia eram confundidas com insanidade - e até mesmo consideradas obras do demónio.
Abordando a vida de D. Maria I desde o seu nascimento em Lisboa, em Dezembro de 1734, até à sua morte no Brasil, para onde foi em 1808, passando pela sua devoção ao catolicismo, a coroação como primeira rainha portuguesa, o conflito com o Marquês de Pombal e o aparecimento dos primeiros sintomas de doença, esta obra faz justiça a uma mulher que conseguiu sobreviver a tempos e circunstâncias que lhe foram muito adversos

SOBRE A AUTORA:
Mary del Priore nasceu
em 1958 no Rio de Janeiro. Com um doutoramento em História Social pela Universidade de São Paulo e um pós-doutoramento pela École des Hautes Études en Sciences Sociales, foi professora de História em diversas universidades brasileiras. Pelo seu trabalho na área da divulgação da História, recebeu mais de 20 prémios nacionais e internacionais, entre os quais os reconhecidos Prémio Jabuti (1998), prémio União Brasileira de Escritores (1998), Prémio Personalidade Cultural do Ano (1998), Prémio Casa Grande e Senzala (1998 e 2000) e Prémio Fundação Biblioteca Nacional (2009). Além de ter publicados mais de 40 livros, colabora ainda regularmente com diversos jornais e revistas brasileiros e internacionais.

WANDERER, MOGLI

 

When my heart shuts down

I don't speak

Cause behind the muffled beating

I am weak
The earth is ripped with cracks
Beneath my feet
One word more they become crater's

Oh the wind in my hair
It sings my song
To be a Wanderer and to go home
Oh the wind in my hair
It sings my song
To be a Wanderer
To be a Wanderer and to go home

For a million years
Tears were shed
Memories were layered softly bed by bed
Once the last damn broke
The river's bled
Making way to new beginnings

Oh the wind in my hair
It sings my song
(Sings my song)
To be a Wanderer and to go home
Oh the wind in my hair
It sings my song
To be a Wanderer
To be a Wanderer and to go home

 

Wanderer (Expedition Happiness Soundtrack)

segunda-feira, 30 de novembro de 2020

O ILUMINADO, DE STEPHEN KING PELA SUMA DE LETRAS

Deixo aqui o registo da minha ultima leitura: um ebook de Stephen King, O Iluminado, uma edição de 1997 com 383 páginas com 57 capítulos e um epílogo. 

Iniciei a leitura pela altura do Halloween tendo a mesma se estendido ao longo de duas semanas com muito esforço, pois o suspense gerado pelo narrador origina uma atenção e grande expetativa que tornam difícil abandonar a leitura. Este é do meu ponto de vista um livro que prende o leitor a cada página, sendo que no último terço torna-se quase impossível interromper a leitura. 

Pala pesquisa que efetuei, apercebi-me que este livro foi adaptado em argumento para o cinema nos anos 80, mas não cheguei a assistir ao filme. Parece que o final do filme diferirá um pouco do livro, tendo na altura existido por esse motivo alguma polémica em relação ao filme. O filme de terror psicológico foi dirigido por Stanley Kubrick e co-escrito com a romancista Diane Johnson e é considerado atualmente pela crítica um dos melhores filmes de terror desde sempre. Participaram no filme Jack NicholsonShelley DuvallScatman Crothers e Danny Lloyd.

Este é um livro que nos prende da primeira à ultima página pelo suspense que é gerado a cada linha, à medida que as personagens vão sendo construídas pelo autor, sendo os últimos capítulos os mais arrepiantes pelo enorme suspense e forte ligação ao sobrenatural.

As duas personagens principais são Jack e Danni um menino com apenas 6 anos filho de Jack e Wendy.

A vida corria sobre rodas à familia até que Jack se vê envolvido num problema no colégio onde leciona por agredir violentamente um aluno. Como consequência, Jack perde o emprego, surgem as dificuldades financeiras e a dificuldade em conseguir um emprego adequado à sua formação. Nesse tempo, Jack e Al, seu amigo e também professor no colégio desenvolvem alguns comportamentos aditivos com a bebida. Por Jack ter sido despedido, o pequeno Danni é obrigado a deixar o colégio e os seus amigos  e vive mais isolado com os pais.

Percebemos, à medida que o autor vai construindo os personagens, que Danni é um menino com uma grande sensibilidade, tendo episódios quer durante o sono, quer acordado, de algumas 'alucinações' que se percebem ser avisos e alguma perceção para além do senso comum. Cabe aos pais a difícil tarefa de gerir a vida o mais normal possível, chegando a recorrer a especialistas para se aperceber o que se passa com o menino.

Perante a dificuldade em encontrar emprego, Al que pertence a um meio privilegiado, sugere a Jack aceitar o emprego como zelador de um luxuoso hotel nas belíssimas montanhas do Colorado, afamada estância de veraneio desde o início do século XX. O Hotel encerra como habitual no início do outono, reabrindo na primavera. Durante o inverno a neve atinge vários metros na zona impossibilitando o acesso a não ser por snowmobile e contatos via rádio ou telefone.

Percebemos ocorreu um evento traumático entre Jack e Danni relacionado com um livro que Jack estava a escrever na altura. O livro representava um grande empenho e expetativa para Jack. Acontece que esse evento abre uma brecha na confiança na esposa de Jack, Wendy, com a qual que de lidar ao longo da história.

Jack deve zelar pelo funcionamento da caldeira do hotel para que os circuitos de aquecimento estejam operacionais na primavera aquando da reabertura.

Como qualquer hotel encerra histórias que ali aconteceram e que são ocultadas para não manchar a reputação do mesmo.

Percebemos que o anterior zelador, por algum surto psicológico ocorrido durante os meses de isolamento suicidou-se após assassinar a esposa e as duas filhas.

Jack começa por encontrar um álbum com fotografias e recortes na sala da caldeira que também serve de depósito para jornais e documentação antiga do hotel e começa por ficar cada vez mais fascinado com a história do hotel, chegando a vislumbrar um excelente argumento para o livro que tanto gostaria de escrever.

Mas o interesse parece torna-se numa espécie de obsessão que embora de início possa parecer natural, o mistério que envolve começa a transforma-se a ponto de  parecer que Jack perde o controle e vontade próprias. Surge a par o  fantasma do seu anterior comportamento aditivo com o álcool, que poderá ter despoletado o episódio que originou o seu despedimento do colégio.

A par de tudo isso, Danni persiste numa espécie de sonhos/visões de algo que põe em causa a sua integridade física, partilha com os pais, mas não consegue perceber quem poderá ser o agressor.

Estão reunidos os ingredientes para um 'triller' psicológico muito interessante e que consegue surpreender o leitor para além do esperado.

A ponto de percebermos que há forças sobrenaturais no hotel que parece que pretendem influenciar as decisões dos membros da família conduzindo-os para um abismo.

A necessidade financeira pesa sobre a eventual decisão de abandonar o emprego de zelador quando tudo parece estar a complicar-se e Jack e Wendy são forçados a decidir. Mas depois percebemos que a decisão que tomaram acaba contrariada.

Conseguirá Jack abstrair-se dessas forças? E Danni? Qual o papel de Wendy na história?

A narrativa conduz-nos a um ponto em que o próprio hotel se assume como uma personagem principal da história.

Se nos abstrairmos da dimensão sobrenatural, o autor através da construção dos personagens aborda certos traumas de infância e como esses traumas podem marcar a personalidade na vida adulta ao nível da incapacidade para lidar com impulsos, sobretudos os mais agressivos ou comportamentos aditivos que podem condicionar o ambiente profissional e familiar. Vislumbramos igualmente como esse processo ao nível do indivíduo origina uma luta interior de autodomínio e exige aos que o rodeiam, em particular a família mais próxima uma exigência acrescida e grandes dificuldades. O autor aborda também como é difícil prosseguir o interesse dos filhos nesse contexto também por vezes numa constante luta de forças num grande esforço de resiliencia.

Valeu a pena a leitura.

Já leram? Já assistiram ao filme?

Qual foi a vossa opinião? Partilhem nos comentários! 

Qual o livro que sugerem a seguir? O Doutor Sono?

Deixo ainda a nota que no âmbito do PNL2027 está incluído o livro 'Carrie' deste autor (Livro recomendado PNL2027 - 2019 1.º Sem. - Literatura - dos 15-18 anos - maiores 18 anos - Mediana - Fluente)


SINOPSE:

Jack Torrence consegue um emprego num velho hotel, e acha que será a solução dos seus problemas e dos da sua família - as dificuldades vão ficar para trás, a sua mulher vai deixar de sofrer e o seu filho, Danny, vai poder voltar a respirar ar puro e ultrapassar as estranhas convulsões. 
Mas as coisas não são tão perfeitas como parecem - existem forças malignas a pairar nos antigos corredores. 
O hotel é uma chaga aberta de ressentimento e desejo de vingança, e, inevitavelmente, um confronto entre o bem e o mal vai ter que ser travado.



terça-feira, 20 de outubro de 2020

O FALADOR DE MÁRIO VARGAS LLOSA, PELA BIIS, LEYA

Mais uma leitura recomendada pelo Plano Nacional de Leitura para o Ensino Secundário.
Nunca tinha lido nada deste autor.
Trata-se de uma edição de Janeiro de 2011 com 251 páginas e 8 capítulos, contada a duas vozes de forma alternada: Saul Zurata mais conhecido como o mascarilla por apresentar um sinal de nascença na face e o outro narrador contemporâneo ex-colega de escola de Saul em Lima no Peru.
A leitura não é muito fácil pois a personagem e a voz de Saul Zurata mergulha-nos na selva amazónica e na vivência das tribos peruanas bem como no seu imaginário e crenças que aos olhos dos ocidentais parecem irracionais.
Mas a história vai mais além, ambas as personagens buscam e movimentam-se em contínuo em direção a compreenderem o seu propósito de vida, ambos partindo de Lima onde estudaram e foram colegas no curso superior de Etomologia. 
Saul junto das tribos peruanas amazónicas e o narrador no seu percurso que se cruza com a Europa, em Florença 
Uma história que discute a preservação da natureza e da antropologia nativa num mundo em constante mutação.
Uma história que discute o sentido e o propósito do indivíduo e nos leva a refletir sobre o contexto do enquadramento da deformidade física nas sociedades.
Já leram?
Qual a vossa opinião?



ISBN: 9789896600747
Edição: 01-2011
Editor: BIS
Idioma: Português
Dimensões: 124 x 188 x 14 mm
Encadernação: Capa mole
Páginas: 256
Tipo de Produto: Livro
Coleção: BIS
Classificação Temática: Livros em Português > Literatura > Romance

SINOPSE:
Romance de dois mundos e duas linguagens, O Falador, de Mario Vargas Llosa, é uma obra que de novo arrasta os leitores para o interior do universo de magia e exotismo próprio do grande escritor peruano. Trata-se de uma ficção que sistematicamente contrapõe os ambientes da selva e da cidade, espelhando desse modo duas atitudes opostas face à vida e aos seus valores. Um narrador moderno e racional e o contador de histórias de uma tribo amazónica asseguram e estruturam em alternância o desenvolvimento do relato.

SOBRE O AUTOR:

Mario Vargas Llosa nasceu em março de 1936, em Arequipa, no Peru. Aos 17 anos decide estudar Letras e Direito e, no ano seguinte, casa com a sua tia Julia Urquidi – assegurando a subsistência com trabalhos muito diversos, como conferir e rever nomes de lápides, escrever para rádio ou catalogar livros.
Em 1959 abandona o Peru e, graças a uma bolsa, ingressa na Universidade Complutense de Madrid, onde conclui um doutoramento que lhe permite cumprir o sonho de, um ano depois, se fixar em Paris.
Aí, sempre próximo da penúria, foi locutor de rádio, jornalista e professor de Espanhol. Por esse tempo tinha apenas publicado um primeiro livro de contos.
Regressado ao Peru em 1964, divorcia-se de Julia Urquidi e casa-se no ano seguinte com a sua prima Patricia Llosa, com quem parte para a Europa em 1967 (depois de ter publicado A Casa Verde, em 1966).
Até 1974 viveu na Grécia, em Paris, Londres e Barcelona – após o que regressa ao Peru. Em Lima pode, finalmente, dedicar-se em exclusivo à literatura e ao jornalismo, nunca abandonando a intervenção política, que o levou a aceitar a candidatura à presidência da República em 1990.
Vive em Londres desde essa época, escrevendo romances, ensaios literários, peças jornalísticas e percorrendo o mundo como professor visitante em várias universidades.
Entre os muitos prémios que recebeu contam-se o Rómulo Gallegos (1967), o Príncipe das Astúrias (1986) ou o Cervantes (1994).
Em 2010, foi distinguido com o Prémio Nobel da Literatura.