Dicas da Lu

sexta-feira, 7 de junho de 2019

SAMITÉRIO DE ANIMAIS POR STEPHEN KING, BERTRAND EDITORA

A minha última leitura foi o livro escrito por Stephen King em 1983 e que  só agora foi traduzido para português por Rosa Amorim, editado em Abril de 2019 pela Bertrand Editora.
Decidi ler o livro antes de ver o filme mais recente da Paramount Pictures ou a versão mais antiga.
Fiquei mesmo com vontade de assistir ao filme e já espreitei o trailer que parece ter algumas pequenas adaptações em relação ao livro, mas parece estar recheado de suspense.
O livro encontra-se dividido em 3 partes: samitério de animais, o cemitério Micmac, Oz o glande e telível e epílogo
A primeira parte muito descontraída, a segunda parte já nos prende mais a atenção pelo suspense e as últimas 100 páginas devoram-se para perceber o desfecho da história.
O livro encontra-se escrito na 3ª pessoa, a voz do narrador que ao longo da história nos descreve os acontecimentos e os pensamentos dos personagens, bem como alguns insights do que sucederá com as personagens no futuro do curso da história.
Esta história centra-se num lugar,  digamos que uma outra espécie de personagem, que parece ganhar vontade e influência próprias atraindo e influenciando com grande magnetismo, sendo que o que parece que se ganha acaba por não ser mais que uma troca perigosa, com o seu preço.
Esse lugar, que pertencera aos índios Micmac, encontra-se nos limites dos terrenos florestais da casa para a qual se muda o médico Louis com cerca de 35 anos, a sua esposa Rachel e os seus dois filhos Ellie com 5 anos, Gage com meses e Church o gato de Ellie. O casal muda-se de Chicago para o Maine para um ambiente rural, pacato, rodeado de natureza, apesar de na frente da linda casa branca de Ludlow passar uma rodovia bastante movimentada, uma importante via de acesso da região.
Louis inicia funções como médico assistente numa Universidade. Rachel fica por casa gerindo a logística dos filhos. Os vizinhos da frente, Jud na casa dos 80 e a sua esposa Norma são simpáticos, sendo que Louis e Jud desenvolvem grande afinidade.
Percebemos que Louis cortou relações com os sogros que contrariaram o seu casamento e Rachel tem um forte trauma de infância com a sua irmã mais velha dois anos que não sobreviveu a uma meningite medular.
Jud coloca o casal a par de um cemitério de animais de estimação, o samitério de animais, que as crianças assim escreveram na placa, utilizado ao longo de décadas pelas crianças do lugar para sepultar os seus animais de estimação. Avisa que a continuidade dos terrenos florestais e pantanosos cruza-se com antigas possessões de terrenos índias, perigosos por poder ser fácil alguém perder-se e também associadas a antigas lendas índias, onde se situa um cemitério índio.
Percebemos que muitas pessoas do lugar Ludlow, encontram-se ligadas ao samitério de animais e terrenos contíguos.
Três circunstâncias acontecem, duas na família de Louis.
Serão fruto do acaso?
A primeira, com um estudante Pascow que morre atropelado nos braços no médico e que o avisa para não trasnpor o terreno do samitério de animais.
A segunda associada ao atropelamento do gato Church, sendo que Louis decide enterrá-lo no samitério de animais, embora Jud lhe mostre outro lugar, o antigo cemitério Micmac, que poucos conhecem o caminho.
Louis não tem coragem de contar à filha Ellie, só que Church regressa malcheiroso, com uns olhos estranhos e comportamento diferente. Church regressou à vida mas na verdade não era ele.
Uma fatalidade acontece com Gage também na estrada e Louis vê-se a braços com a tentação de procurar o impossível.
O que terá sucedido?
Louis terá sido sensato?
Ou o lugar e a casa terão manipulado a história?
Uma história de fantasia, onde vamos juntando as peças de um puzzle, com muito suspense e adrenalina à mistura.
Já leram o livro ou assistiram ao filme? 



ISBN: 9789722537728
Edição ou reimpressão: 04-2019
Editor: Bertrand Editora
Dimensões: 152 x 234 x 31 mm                                                   
Encadernação: Capa mole 
Páginas: 464T
Tipo de Produto: Livro                                                   
Classificação Temática: Livros em Português > Literatura > Policial e Thriller

SINOPSE:
Louis Creed, jovem médico de Chicago, acredita que encontrou o seu lugar naquela pequena cidade do Maine. Uma boa casa, o trabalho na universidade, a felicidade da esposa e dos filhos. Num dos primeiros passeios para explorar a região, descobre um cemitério de animais de estimação no bosque próximo da sua casa, ao qual se vê obrigado a recorrer depois de o seu gato ter sido morto por um camião num trágico acidente. Ali, gerações e gerações de crianças enterraram os seus animais de estimação.
Para além dos pequenos túmulos, onde uma caligrafia infantil regista o primeiro contato com a morte, há um outro cemitério. Uma terra maligna que atrai as pessoas com promessas sedutoras. Um universo dominado por forças estranhas, capazes de tornar realidade o que sempre pareceu impossível.
A princípio, Louis diverte-se com as histórias fantasmagóricas de Crandall, o vizinho de 80 anos. No entanto, aos poucos, começa a perceber que o poder da sua ciência tem limites.


SOBRE O AUTOR:
Romancista norte-americano, Stephen King nasceu em 1947 em Portland, no Maine. Deu início aos seus estudos secundários na Lisbon Falls High School, onde começou a escrever contos, ao mesmo tempo que fazia parte de um grupo amador de rock. No ano de 1960, Stephen King submeteu o seu primeiro manuscrito para publicação, o qual seria rejeitado. Entretanto, editava o jornal do liceu, The Drum, e escrevia para o jornal local, o Lisbon Weekly Enterprise. Publicou o seu primeiro conto, In a Half-World of Terror, num fanzine de terror.
Em 1970, licenciou-se pela Universidade do Maine e, de 1971 a 1974, Stephen King deu aulas numa escola secundária, até ter publicado o seu primeiro romance, Carrie (1974), a história de uma rapariga com poderes telecinéticos. Atirou as primeiras páginas do trabalho ao lixo, mas foram resgatadas pela esposa, que o encorajou a continuar. A obra não teve senão um sucesso modesto, mas, depois da sua adaptação ao cinema e com a publicação do romance A Hora do Vampiro (1976), Stephen King conseguiu afirmar-se como um importante escritor.

quarta-feira, 5 de junho de 2019

BRYAN ADAMS SHINE A LIGHT

 
Shine a light, shine a light, shine a light
Shine a light, shine a light
Everywhere you go
Shine a light, shine a light, shine a light
Shine a light, shine a light
With everyone you know
Shine a light, yeah
Shine a light

People love and people cry
People live and people die
And I'll never meet another life like you

Every day and every night
Teaching you wrong from right
Now you get to shine a light don't you, don't you

Shine a light, shine a light, shine a light
Shine a light, shine a light
Everywhere you go
Shine a light, shine a light, shine a light
Shine a light, shine a light
Let everybody know
Shine a light, shine a light, shine a light
Shine a light, shine a light
Everywhere you go
Shine a light, shine a light, shine a light
Shine a light, shine a light
With everyone you know
Shine a light
Shine a Light
 
Hey
You were born in a small town

quinta-feira, 30 de maio de 2019

SOPHIA, POR ISABEL NERY, PELA ESFERA DOS LIVROS

A minha última leitura foi a biografia, a única que existe, apesar de não autorizada, de Sophia de Melo Breyner Andresen, escrita por Isabel Nery e editada em Maio de 2019 pela Esfera dos Livros, neste ano em que se comemora o centenário do seu nascimento.
Do meu ponto de vista e salvo melhor opinião (uma vez que a nossa perceção se altera com o tempo e as experiências), considero um registo interessante ao descrever o contexto histórico no âmbito do qual Sophia viveu e que permitirá enquadrar grande parte da sua obra.
Por outro lado, ao conhecermos a árvore genealógica desde o seu bisavô Dinamarquês, que se estabeleceu no Porto, ficamos com uma visão muito mais completa das raízes de Sophia.
Esta biografia encontra-se estruturada ao longo de 25 capítulos, seguida de uma breve cronologia, notas, fontes e referências bibliográficas.
A leitura teria sido mais fluida se as notas estivessem integradas no rodapé da respetiva página, ao invés de se encontrarem no final do livro.
Os nomes dos capítulos vão-nos sugerindo a linha de abordagem da autora, que é também cronológica: lá onde tudo começou, o avô marinheiro e o urso, primeiro porto de abrigo, o avô aristocrata e as moléstias vergonhosas, o nascimento, a morte romântica e os Andresen, a Granja da casa branca e os primeiros poemas, Tareco e Xixá o início, contos de aquém e além sarampo, as mãos horrorosas dos fascistas, rumo ao sul a descoberta do Algarve, a paixão helénica, filha de um Deus poético, da Igreja se faz oposição, a marcha para a liberdade, quem é Francisco Sousa Tavares, o sequestro e as mais amplas comidas, um casamento no verão quente, por uma definição de cultura, o divórcio litigioso e o beijo da paz que faltou, o amigo Soares e a amada Grécia, aquele mundo dela, Sophia e o mito, o segundo enterrou ou a imortalidade.
Para além da ampla recolha bibliográfica a autora viajou pelos lugares que terão sido os mais emblemáticos para Sophia procurando uma aproximação à sua vivência poética, tendo também recolhido inúmeros testemunhos de alguns familiares da biografada, bem como amigos, personalidades que todos identificamos.
Com este livro ficamos com uma aproximação à singularidade da sua personalidade e percurso, permitindo uma melhor compreensão também da sua obra.
Uma biografia a reler pela riqueza e complexidade dos factos, sendo que falar de Sophia é indissociável em relação ao contexto histórico, económico, social e cultural que marcaram o século passado português
A autora conclui: "Sophia foi-é-isto: azul, poesia, promessa".
Deixo aqui uma entrevista da autora à TSF.




Data de Publicação maio 2019
Número de páginas 352
Tipo de Capa Capa Mole
Autor Isabel Nery
Editor A Esfera do Livros


SINOPSE:
Sophia é sinónimo de figura maior da literatura portuguesa, de poesia luminosa e despojada, de contos infantis que continuam a marcar gerações, mas também de poeta que pendurou palavras na ponta das espingardas para chamar «velho abutre» ao ditador; que usou de pontaria certeira enquanto deputada na Assembleia Constituinte, onde lembrou que só haveria liberdade se houvesse justiça e que um país mais justo passava por um Portugal mais culto; que teve a coragem de dizer adeus às armas quando constatou que, depois do 25 de Abril, a poesia esteve na rua, mas rapidamente voltou para dentro de casa. No ano em que se assinala o centenário do seu nascimento, a jornalista Isabel Nery percorre lugares e pessoas que fizeram parte da história de Sophia de Mello Breyner Andresen. Porque não é possível escrever a sua biografia sem visitar o Porto, a Grécia, Lagos, a Travessa das Mónicas na Graça, ou mesmo a pequena ilha de Föhr, no mar do Norte, de onde Jan Andresen, bisavô da poeta, era originário. Ou entrevistar quem com ela privou, o que resultou na recolha de 60 testemunhos: do pescador José Muchacho que levava Sophia a visitar as grutas em Lagos, ao amigo Manuel Alegre, até ao ensaísta Eduardo Lourenço, passando por companheiros das letras e da política, família, tradutores e investigadores. Porque não é possível escrever a sua biografia sem ler os relatórios dos interrogatórios a que foi sujeita na sede da PIDE, sem compreender o contexto histórico em que viveu ou as suas relações familiares.
A biografia que faltava sobre a primeira portuguesa a receber o Prémio Camões. A única mulher escritora com honras de Panteão Nacional, a quem muitos gostavam de ter visto atribuído o Prémio Nobel.

SOBRE A AUTORA:
A curiosidade pelo outro levou-a a estudar na Alemanha ainda adolescente, e mais tarde em Espanha e nos EUA. A mesma curiosidade levou-a até ao jornalismo, amor à primeira vista, depois da licenciatura em Relações Internacionais e do mestrado em Comunicação. Isabel Nery é jornalista na revista VISÃO e coordena um núcleo de Jornalismo e Literatura no Clepul, centro de investigação da Faculdade de Letras. O seu livro de reportagem As Prisioneiras - Mães Atrás das Grades, foi adaptado para a curta-metragem Os Prisioneiros, e a reportagem Vida Interrompida percorreu o país em exposição itinerante (em co-autoria com Marcos Borga). O trabalho de Isabel Nery foi já distinguido com vários prémios, entre eles o Prémio Mulher Reportagem Maria Lamas, o Prémio Jornalismo pela Tolerância, o Prémio Paridade Mulheres e Homens na Comunicação Social, e o Prémio Jornalismo e Integração, da UNESCO. Enquanto investigadora, publicou ensaio e apresentou comunicações em várias instituições portuguesas e estrangeiras, nomeadamente nos EUA e Canadá. Foi uma das jornalistas selecionadas pela Fundação Luso-Americana (FLAD) para o curso de jornalismo no Committee of Concerned Journalists (CCJ), em Washington. Faz parte da direção do Sindicato dos Jornalistas desde Janeiro de 2015.

KELLY CLARSON, DANCING ON MY OWN


 
Somebody said you got a new friend
Does she love you better than I can?
There's a big black sky over my town
I know where you're at, I bet she's around
And yeah, I know it's stupid
But I just gotta see it for myself
I'm in the corner, watching you kiss her, oh oh oh
I'm right over here, why can't you see me, oh oh oh
And I'm giving it my all, but I'm not the guy you're taking home, ooh
I keep dancing on my own
I'm just wanna dance all night
And I'm all messed up, I'm so out of line, yeah
Stilettos and broken bottles
I'm spinning around in circles
And I'm in the corner, watching you kiss her, oh
I'm right over here, why can't you see me, oh
And I'm giving it my all, but I'm not the guy you're taking home, ooh
I keep dancing on my own
And oh no
So far away but still so near
The lights come up, the music dies
But you don't see me standing here
I just came to say goodbye
I'm in the corner, watching you kiss her, oh
And I'm giving it my all, but I'm not the guy you're taking home, ooh
I keep dancing on my own
And oh no
Sit down in the corner, watching you kiss her, oh no
And I'm right over here, why can't you see me, oh no
And I'm giving it my all, but I'm not the guy you're taking home, ooh
I keep dancing on my own
So far away, but still so near
The lights come up, the music dies
But you don't see me standing here
Compositores: Patrik Jens Berger / Robin Miriam Carlsson
Letras de Dancing On My Own © Universal Music Publishing Group

segunda-feira, 20 de maio de 2019

O PROCESSO VIOLETA, DE INÊS PEDROSA, PORTO EDITORA

A minha última leitura foi o livro 'O processo Violeta' de Inês Pedrosa, editado pela Porto Editora em Janeiro de 2019.
O livro está dividido em duas partes: a primeira 'Menoridade', muito extensa e a segunda parte, muito breve 'Maioridade'.
Uma história dramática, complexa, com muitas dimensões e narrativa na terceira pessoa, que esboça um retrato do contexto económico, social e político de Portugal nos anos 80 e inícios dos anos 90, ao mesmo tempo que aborda o tema do desamor e do amor e a sua relação com a 'maioridade', a relação entre fantasia e realidade, o sentido de culpa e a responsabilidade.
Na primeira parte a narrativa está enriquecida com inúmeras histórias de amores com uma grande diferença de idades e das consequências desses amores para o papel feminino.
Encontramos como personagens secundários, pais homofóbicos, um marido violento, um toureiro aristocrático.
Ana Lúcia, professora, é violada por um aluno e assistimos à forma como gere essa situação. O aluno menor mas agressivo e violento. Ana Lúcia é amiga da professora Violeta de 32 anos, casada e com 2 filhos, que inicia uma relação com um aluno de 14 anos, Ildo. Como consequência Violeta é acusada e chega a ser presa.
Aqui a discussão sobre a menoridade será sobre a inocência e eventual vitimização.
Com estes dois menores percebemos que não se podem generalizar conceitos.
Ildo é filho da  Cabo-verdiana Paulina, criada num bairro de lata, a quem as oportunidades não são oferecidas, não conseguindo estudar nem levar a vida como gostaria progredindo socialmente.
Nuno Delgado é o aristocrático cavaleiro tauromáquico, pai de Ildo em resultado das suas avbenturas e que não o quis conhecer embora o tenha perfilhado, facto obrigatório no pós 25 de Abril.
Clarisse é jornalista no jornal 'O Insubmisso' responsável pela exposição mediática da história do relacionamento de Violeta com Ildo, bem como da revelação pública do pai de Ildo. Esta exposição pública da paternidade acaba por aproximar Ildo do pai e determinar o futuro de Ildo.
O jornal 'O Insubmisso',de acordo com autora, terá sido inspirado em parte no semanário 'O independente' fruto de uma elite, que apresentava manchetes polémicas, denunciando figuras públicas, escândalos políticos, casos de corrupção e de uso indevido de dinheiros públicos.
Como referi anteriormente, uma história complexa e crítica, que retrata disparidades sociais e económicas, a forma como funciona o 'elevador' social, des(amores) e amores im(possíveis), culpa, punição e redenção, a par do retrato de uma nova era do jornalismo.
Um livro que releria, pela riqueza dos detalhes.
Já leram?
Qual a vossa opinião?
Deixo aqui o link de uma entrevista da autora sobre este livro.



ISBN: 978-972-0-03142-6
Edição ou reimpressão: 01-2019
Editor: Porto Editora
Idioma: Português
Dimensões: 152 x 235 x 18 mm                        
Encadernação: Capa mole                                                 
Páginas: 232
Tipo de Produto: Livro                                                   
Classificação Temática: Livros em Português > Literatura > Romance
SINOPSE:
No Portugal festivo e individualista do fim da década de 80, Violeta, uma professora de 32 anos, engravida de Ildo, um aluno de 14 anos, filho de uma mãe solteira cabo-verdiana. O Insubmisso, novo jornal de uma elite em ascensão, perseguirá a história e descobrirá que o pai de Ildo é um cavaleiro tauromáquico aristocrata. O escândalo do chamado processo Violeta contrastará com o silêncio absoluto através do qual Ana Lúcia, amiga de Violeta, oculta a sua violação por um outro aluno de 14 anos da mesma escola. Este romance apaixonante interroga, com inteligência, imaginação e humor, os interditos de uma sociedade que se diz livre e despida de preconceitos. O processo Violeta é, afinal, o de um país de hábitos clandestinos, esconsos, sacrificiais e crepusculares.

SOBRE A AUTORA:
Inês Pedrosa (1962, Coimbra) tem uma vasta obra de ficção, crónica, dramaturgia e biografia, na qual se destacam os romances Nas Tuas Mãos (1997, Prémio Máxima de Literatura), Fazes-me Falta (2002, mais de 150 mil exemplares vendidos), A Eternidade e o Desejo (2007, finalista dos Prémios Portugal Telecom e Correntes d’Escritas), Os Íntimos (2010, Prémio Máxima de Literatura), Dentro de Ti Ver o Mar (2012) e Desamparo (2015).
Livros seus estão publicados nos Estados Unidos da América, na Alemanha, no Brasil, na Croácia, em Espanha e em Itália. O seu percurso jornalístico foi distinguido com vários prémios. Dirigiu a Casa Fernando Pessoa entre 2008 e 2014. Trabalha também como tradutora e curadora de eventos literários. Participa no programa semanal de debate político O Último Apaga a Luz (RTP3) e no programa semanal de debate sobre literatura A Páginas Tantas (Antena 1). É autora e realizadora do programa semanal sobre questões de Género Um Homem, Uma Mulher (Antena 1). Em 2017 lançou uma editora, Sibila Publicações. O Processo Violeta é o seu mais recente romance.

FILME DA SEMANA: MIA E O LEÃO BRANCO

Olá a todos.
Hoje passei por aqui para deixar o registo do último filme que assisti e que merece o meu destaque não só pela fotografia, por ter sido filmado na África do Sul, mas também pela mensagem que encerra.
A história foi filmada durante cerca de 4 anos sendo por isso invulgar pois assistimos ao longo dos 4 anos durante os quais decorre filme, à evolução física dos atores e também do leão branco, desde bebé a adulto, a figura central do filme.
Para além da evidente evolução física, assistimos igualmente à evolução psicológica e à inevitável ligação que se cria entre a jovem atriz e o leão, Charlie.
De facto, os animais apesar de selvagens também têm sentimentos e podem estabelecer ligações de empatia e confiança com os criadores ou cuidadores.
Mia a personagem principal do filme é uma jovem que a determinada altura acompanha os pais que deixam uma vida em Londres para se dedicarem a garantir a gestão de uma quinta de criação de felinos e outros animais selvagens em África do Sul, após o falecimento do seu avô, que geria a quinta.
A gestão da quinta, para além de garantir a preservação da vida animal através da criação em cativeiro ou resgate de animais doentes ou feridos, receberia voluntários e visitas de turistas por esse motivo, vendendo pontualmente alguns animais para zoológicos. 
Se a mudança para a África do Sul parecia problemática para Mia, que se sentia desajustada e revoltada com os pais, aos poucos a afinidade que estabelece com a cria de leão, que nasceu invulgarmente branco, garante-lhe alguma estabilidade, foco e pacificação com o novo ambiente e realidade em que passa a viver.
Com o decurso da história, Mia, tal como o espetador, são confrontados com uma realidade que choca nos dias de hoje.
A grande maioria das quintas de criação de animais selvagens, na verdade, têm como objetivo alimentar o mercado paralelo e legalizado de caçadores de prémios, apesar aparentarem trabalhar na proteção das espécies e vida animal recebendo até excursões turísticas.
Este filme visa alertar a opinião pública para esta triste realidade e para o facto da população de leões estarem a decrescer, correndo o risco de extinção em cerca de 20 anos se não forem tomadas medidas pelas autoridades no  sentido de os declarar como uma espécie ameaçada.
Mia, obstinada, contra tudo e todos, correndo risco de vida, enceta uma assombrosa aventura sozinha no sentido de conduzir o leão branco para uma reserva natural onde as autoridades legalmente não lhe poderiam fazer mal.
Percebemos porque o irmão de Mia, que sempre adorou animais, sempre teve pesadelos e que no fundo, os pais de Mia não convivem de forma pacífica com o que fazem ao vender os animais para caçadores de prémios, como forma de arranjarem dinheiro para subsistirem.
Charlie, o leão branco, representa neste filme um símbolo de redenção para a espécie, para Mia, para a família de Mia.
Um filme muito interessante pelas dimensões da mensagem que nos transmite e pelos cenários extraordinários a nível de fotografia.


Título original:Mia et le Lion Blanc
De:Gilles de Maistre
Com:Daniah De Villiers, Mélanie Laurent, Langley Kirkwood
Género:Drama, Aventura
Classificação:M/6
Outros dados:ALE/FRA/África do Sul, 2018, Cores, 98 min.

Aos 11 anos, Mia vê-se obrigada a deixar Inglaterra e partir para África do Sul, onde os pais ficarão responsáveis por uma quinta de criação de felinos. A adaptação é difícil e ela só quer regressar a casa. Mas, quando conhece Charlie, uma pequena cria de leão branco, tudo se altera. Entre Mia e o leãozinho nasce uma amizade incomum que a faz recuperar a alegria de outrora. Porém, passados três anos, Charlie cresceu e, segundo a opinião dos adultos, tornou-se perigoso. Os pais de Mia optam por vendê-lo. Revoltada, Mia percebe que apenas há uma solução: seguir viagem pela savana africana até encontrar um lugar onde o seu melhor amigo possa viver em liberdade.
Com realização de Gilles de Maistre ("Féroce"), um filme sobre o poder da amizade cujo elenco inclui Daniah De Villiers, Mélanie Laurent e Langley Kirkwood.